O clima era bom e o cenário ideal para uma semifinal de extrema importância. Em campo, Gama e Real, com vantagem do alviverde por vencer a partida de ida por 2 x 1. O palco, estádio Bezerrão. Em cheque, dois tabus. O Real queria ir a grande decisão pela primeira oportunidade de sua breve história. O Gama almejava o retorno a final, que não ocorria desde 2015, além de retornar também às competições nacionais da temporada seguinte. Melhor para os mandantes, que já haviam a vantagem nas mãos. Com belo de gol de Tarta aos 38 minutos do primeiro tempo, o alviverde garantiu vaga na grande final do Candangão, onde enfrentará o maior rival na ocasião e, de quebra, garante retorno ao Campeonato Brasileiro da Série D de 2020, além da Copa do Brasil e da Copa Verde.

Gama abre placar na primeira etapa

O jogo começou quente. Logo no primeiro minuto, Daniel cobrou escanteio da esquerda e encontrou Caíque na área que escorou de cabeça por cima do gol. Para os amantes do futebol emocionante, a partida foi um prato cheio. Na sequência do ataque do Real, o Gama respondeu à altura. Em bate rebate no meio de campo, Nunes tocou para Wisman de cabeça. O camisa 23 correu com a bola, passou pela marcação e chutou nas mãos de Léo Rodrigues. No lance seguinte, Tarta invadiu a área, cortou a zaga e tocou para Nunes, na marca do pênalti. Embolado com a pelota, o centroavante arriscou de calcanhar. A zaga cortou e, na sobra, Gilsinho isolou a bola.

Kaio Nunes ainda teve uma excelente oportunidade de abrir o placar para a equipe visitante. De frente para Calaça, no entanto, ele mandou por cima do gol. 

A partir deste momento a partida tomou ares de lentidão. O Real tentava pressionar o meio de campo do Gama a fim de arrancar um contra ataque de perigo. O alviverde, porém, contou com o ímpeto de Wagner que segurou toda a velocidade de Daniel e Kaio Nunes pelo lado esquerdo, principalmente. Com isso, por um bom tempo de jogo, as equipes tiveram dificuldades para infiltrarem as áreas adversárias. 

Ainda assim, Felipe Cirne e Andrei Alba tiveram duas ótimas oportunidades em bola parada para abrirem o placar a favor do Real. A falta cobrada por Cirne foi parar nas mãos de Calaça. A de Alba passou por cima do gol. O Leão do Planalto ainda tentou arquitetar jogadas pelos flancos, mas nenhuma delas levou efetivo perigo ao gol do Gama.

Com as oportunidades desperdiçadas, o Gama aproveitou para marcar o seu gol. Aos 39 minutos, Tavares invadiu a área pela direita e encontrou Tarta desmarcado. O volante bateu de primeira, com muita categoria, e viu a bola morrer no barbante. O gol fez as arquibancadas do Bezerrão explodirem, que foram a total júbilo com a expulsão de Felipe Cirne, aos 42 minutos. Instantes depois, Sávio Sampaio decretou o fim da primeira etapa.

Alviverde venceu as duas pernas das semifinais e voltou à decisão depois de quatro anos. (Ricardo Botelho/Real F.C)

Segundo tempo de muitas chances; Gama classificado

O Gama começou a etapa complementar no controle da partida. Logo aos 4 minutos, Jeferson Maranhão invadiu a área, driblou China e tocou para o desmarcado Nunes que estava em excelente condição de finalização. O centroavante mandou em cima de Léo Rodrigues, que acabou afastando o perigo em seguida. O Real conseguiu responder aos 12 minutos com Kaio Nunes. Ele aproveitou desarme feito em cima de Wagner e recebeu lançamento de Paulinho e mandou a pelota rente a trave esquerda de Calaça.

O Real, então, passou a assistir o Gama trocar passes. Poupando energia e não se arriscando sem necessidade, o Periquito mirava a grande final, que se aproximava com o passar dos minutos. Em uma ótima oportunidade, Wisman armou contra ataque veloz após escanteio do Real e encontrou Jeferson Maranhão pelo lado direito. Ele driblou a marcação e cruzou de volta para Wisman, mas a trajetória da bola coincidiu com os punhos fechados de Léo Rodrigues. Minutos antes, o mesmo Maranhão havia empurrado a bola para o fundo das redes aproveitando escanteio, mas a arbitragem marcou impedimento, invalidando o tento.

Andrei Alba teve a oportunidade de repetir o golaço de empate no jogo de ida aos 26 minutos, mas dessa vez Calaça se agigantou e mandou o projétil para escanteio. No tiro de canto, o meia cobrou direto para o gol e novamente o arqueiro gamense reboteou. No contra golpe, Caíque carimbou o poste. Minutos depois, Rangel aproveitou novo rebote de fora da área e mandou para fora, desperdiçando ótima oportunidade de empate.

O Gama prosseguiu controlando a vantagem e tocando a bola com paciência. Paulo Pereira ainda tentou colocar a equipe pra frente, escalando Emanuel e Rangel, mas não foi suficiente para frear o alviverde, tampouco reverter a vantagem. Sávio Sampaio apontou o centro de campo, decretando a vitória gamense e o adeus do Real ao sonho de chegar á grande final.

Clássico verde e amarelo na grande final

O resultado além de garantir o retorno do alviverde a Série D do Brasileirão, Copa do Brasil e Copa Verde de 2020, após 3 anos de ausência, deu ao Gama também a oportunidade de enfrentar o maior rival, Brasiliense, na decisão. A última oportunidade em que as equipes se encontraram no jogo pela taça foi em 2011, ocasião em que o Brasiliense superou o Gama e faturou o título. As partidas em 2019 serão disputadas nos dias 13 e 20 de abril, ambas no Mané Garrincha, ás 16h.

GAMA 1 x 0 REAL

Campeonato Brasiliense de Futebol – Semifinal (volta)

Estadio Bezerrão – Gama-DF – 07/04/2019, 17h

Público:  4.511 pagantes / 5.145 presentes 

Renda: R$ 66.320,00 

Árbitro: Sávio Sampaio 

A1: Ciro Chaban  

A2: José Ricardo 


Quarto Árbitro: Maguielson Lima 

Inspetor: Rodrigo Paulino 

GAMA

Rodrigo Calaça; Tavares, Gustavo, Emerson e Mário Henrique; Wagner, Tarta e Gilsinho (Wanderson); Jeferson Maranhão, Nunes (Betinho) e Wisman 

Técnico: Vilson Tadei

Gol: Tarta (39’ – 1ºT)

Cartão amarelo: Nunes 

Cartão vermelho: não houve

REAL 

Léo Rodrigues; Caíque (Emanuel), Hyago, Jailton e China; Paulinho (Murilo Magno), Robinho, Andrei Alba e Felipe Cirne; Daniel (Rangel) e Kaio Nunes 

Técnico: Paulo Pereira 

Gol: não marcou

Cartão amarelo: Jailton e Rangel

Cartão vermelho: Felipe Cirne

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