Nesta quinta-feira (28), o time brasiliense entrou na quadra do Maracanãzinho para enfrentar os mineiros, que vinham de uma sequência de 15 vitórias seguidas no NBB, apesar da derrota para o São Paulo na Copa Super 8. Os candangos precisam de um returno consistente para melhorar na tabela, porém não foi hoje que a equipe da capital voltou a vencer: 99×75 Minas, parciais de 25×26 / 21×11 / 29×18/ 24×20.
Com o resultado, o Brasília segue na lanterna da competição com apenas duas vitórias em suas 17 partidas. Os candangos buscarão se reabilitar no próximo jogo, o clássico contra o Flamengo – vice líder. Já o Minas enfrentará a Unifacisa – atual 9ª colocada. Ambos os duelos serão no domingo (31), novamente no Maracanãzinho.
Ricardo Oliveira escalou os brasilienses para começar com Nezinho, Samuel Yeager, Arthur, Laster e Caio Torres. Já Léo Costa colocou o líder em quadra com Parodi, Johnson, David Jackson, Nesbitt e JP Batista.
Não foi como no primeiro turno, em uma partida que foi para prorrogação e terminou em 105×100 para o Minas. O Brasília começou bem, ganhando o primeiro quarto, mas cansou, sentiu a pouca rotação e foi engolido pelos mineiros no resto do duelo, apesar da tentativa de reação na etapa final.
Apesar da derrota, o cestinha da tarde foi o ala Samuel Yeager, com 23 pontos, o jogador também contribuiu com três assistências e dois rebotes. Arhtur – 17 pontos, duas assistências, quatro rebotes – também se destacou pelos brasilienses.
A fraca atuação do armador Nezinho no duelo – zero pontos, apesar das seis assistências – fez falta para os candangos. O pivô Caio Torres foi importante defensivamente, com nove rebotes, porém teve desempenho ruim no ataque, 24% de aproveitamento, o que atrapalhou a pontuação da equipe no jogo.
Do lado mineiro, a partida coletiva imperou – apenas um jogador da equipe não pontuou no duelo de hoje. Os destaques em pontuação foram os pivôs JP Batista e Ronald, além do ala Johnson (respectivamente, 17, 12 e 15 pontos). Nos rebotes Ronald e o ala Gui Santos se destacaram (sete e seis) e nas assistências a tarde foi do ala David Jackson, do armador Parodi – ambos com seis – e do também armador Davi, com cinco.
O jogo
Primeiro quarto
A primeira parte da partida começou com erros dos dois lados, até que Arthur inaugurou o placar com uma largadinha. A partida foi equilibrada durante todo o período, com as equipes trocando pontos e sem ninguém conseguir abrir distância em pontos – o máximo foi quatro de diferença, 12×8 Minas, após cesta de Nesbitt.
O Brasília cortou a diferença e chegou a virar com bons lances de Arthur, com um belo arremesso; Nezinho, com um passe de costas; e Caio Torres, que conseguiu uma excelente bandeja mesmo sendo bem marcado. Os últimos pontos da etapa vieram em um arremesso curto de Ronald, que diminuiu a vantagem candanga para um ponto: 26×25 no estouro do cronômetro.
Os grandes destaques do quarto foram os alas brasilienses Arthur – nove pontos, três rebotes – e Samuel Yeager – sete pontos e 70% de aproveitamento nos arremessos. Pelo lado mineiros as cestas foram bem divididas entre os atletas. Em uma parcial equilibrada e com poucos erros, o Minas se destacou nas cestas de três, mas pecou no número de faltas, que foram bem aproveitadas pelo time da capital.
Segundo quarto
A volta para a quadra foi com muitos erros, ao contrário da primeira parte do duelo. As marcações estavam apertadas e as cestas estavam com dificuldades para cair, foram apenas 11 pontos nos primeiros cinco minutos da parcial, com os mineiros revertendo sua desvantagem e colocando 32×30 no placar após uma cesta de Ronald.
Depois disso, os líderes deslancharam a fazer pontos e conseguiram abrir uma boa vantagem após duas sequências de cestas. Inclusive, o técnico Ricardo Oliveira teve que pedir tempo após duas cestas de JP Batista, que marcaram 44×34 já no final do quarto. Com uma cesta de três de Jefferson, Brasília conseguiu deixar a vantagem mineira em apenas um digito antes do intervalo.
O segundo quarto candango teve Arthur e Nezinho apagados, Samuel Yeager tentou comandar a equipe, mas a rotação mineira fez a diferença para a diferença grande. Além de atletas voltando de lesão e de afastamento por covid-19, o ala Laster saiu machucado e o Minas aproveitou para se sobressair na parcial, novamente com um jogo de equipe e pontos distribuídos entre todos, sem cometer faltas e aproveitando os momentos de conversão para virar a partida.
Na saída para o intervalo, o ala Arthur, do Brasília, comentou sobre o primeiro tempo da equipe da capital. “Nós sofremos com a rotação e a intensidade. No primeiro quarto conseguimos segurar bem, mas o jogo começou a andar mais rápido. Estamos sofrendo com as lesões e a falta de ritmo de alguns jogadores que ficaram muito tempo parados. Mas nosso time é guerreiro, não vamos desistir no segundo tempo e vamos entrar firmes, sem desistir”.
O pivô Ronald, do Minas, comentou sobre o início equilibrado de jogo e sobre as ambições do time para o resto da partida. “Não queríamos jogar no ritmo deles, precisávamos mudar isso e conseguimos. Nosso time ainda precisa de um pouco mais de energia, fazer o nosso jogo, realizando as nossas transições. No segundo tempo vamos ajustar e lutar com tudo para abrir uma vantagem melhor”.
Terceiro quarto
O duelo voltou com o Brasília devagar. Logo no retorno, Parodi roubou uma bola e deu lindo passe para David Jackson jogar a bola dentro do aro. Arthur chegou a fazer uma cesta de três, porém o Minas engatou uma boa sequência de pontos e abriu 19 pontos no placar após bandeja de Johnson, aproveitando um momento instável dos candangos em quadra.
Novamente, Ricardo Oliveira pediu tempo técnico e conseguiu segurar o ímpeto dos mineiros – apesar de bela enterrada de Johnson. A diferença chegou a 23 pontos, porém Caio Torres fez um lindo toco no fim do quarto e Jefferson acertou uma do perímetro para os brasilienses encerrarem a parcial perdendo de 75×55.
Samuel Yeager tentou, novamente, ajudar o Brasília no quarto, porém, com o resto do time cansado, não conseguiu fazer a diferença com seus oito pontos. Pelo Minas, o ala Johnson, com 10 pontos, e o pivô JP Batistas foram os grandes destaques na ótima atuação mineira desta etapa, marcada pelo excelente aproveitamento nas bolas de dois e nos lances livres.
Apesar de melhorar sua pontuação nos chutes do perímetro, os candangos pecaram nas cestas curtas e cometeram muitos erros, o que facilitou a vida mineira na parcial.
Último quarto
A etapa final do jogo começou com o resultado já definido. Apesar disso, o Brasília voltou para a quadra com gás, tentando jogar de igual pra igual – apesar da linda ponte aérea de Davi para Ronald. Os times ficaram trocando cestas e a vantagem mineira continuou na mesma casa de pontos, chegando a no máximo 24.
Porém, no fim do jogo os brasilienses voltaram a errar muito e permitiram que o Minas convertesse cestas até abrir 27 pontos de diferença, mas Jefferson, no estouro do cronômetro, acertou uma linda bola do perímetro e jogo acabou em 99×75 para os líderes.
Apesar do maior equilíbrio no quarto, o Brasília continuou errando e acertando poucas bolas do garrafão e, mesmo com um belo aproveitamento nas tentativas de três, não foi páreo para o Minas, que aproveitou sua vantagem confortável para dar minutos a jogadores pouco utilizados. O grande destaque da parcial foi o armador candango Pedro Rava, com oito pontos e 100% de aproveitamento no período.
Fim de jogo
A falta de peças e a sequência de lesões, que resultou na pouca rotação dos atletas em quadra, estão fazendo a diferença para o Brasília no NBB. Apesar disso, jogadores como Pedro Rava estão conseguindo corresponder e a equipe brasiliense vai lutar até o fim do campeonato por resultados melhores, que elevem sua posição na tabela. O próximo jogo contra o Flamengo promete ser difícil, mas é um obstáculo que, se superado, pode mudar o patamar da equipe candanga na competição.
O pivô Caio Torres falou sobre o jogo de hoje e também sobre a situação do Brasília no campeonato. “Nosso time vem sendo prejudicado pelas lesões desde o início da temporada. Estamos com pouquíssimas peças e o Laster ainda se machucou hoje. Está difícil para nós e eu, hoje, senti muito o calor durante o jogo, passei mal, com ânsia de vômito e sem ar. Não quero desmerecer o Minas, sabíamos que a partida seria muito difícil. Agora é ter cabeça boa, trabalhar mais e dar o máximo que a gente pode, tentar ganhar algumas partidas e fazer tudo dar certo. Somos atletas, somos profissionais e vamos levantar a cabeça para sair dessa situação”.
Cestinha do Minas na partida, o pivô JP Batista enalteceu os brasilienses e contou como sua equipe conseguiu vencer hoje. “O time do Brasília é melhor do que o placar e a classificação demonstram. Eles possuem vários jogadores de qualidade e no início todos estavam conseguindo jogar bem. Mas, a partir do fim do segundo quarto, conseguimos melhorar na defesa e abrir vantagem no placar. Voltamos do intervalo com energia e o nosso jogo flui quando conseguimos jogá-lo. Com isso, conseguimos abrir uma diferença confortável”.
Só resta agora torcer para os jogadores do Brasília resgatarem o preparo físico para atuar melhor nas partidas, não é impossível vencer os líderes e vamos tentar fazer melhor contra o Fla que vem na sequência.????????