Depois de uma terça-feira perfeita para as equipes do DF – com duas vitórias – a noite desta quinta trouxe o confronto mais aguardado pelos brasilienses: Brasília x Cerrado. Hoje o dia foi marcado pela morte de Laurindo Miura – treinador símbolo da capital federal e responsável pela formação de grandes atletas da modalidade.

Mesmo com o luto, o duelo foi bom e dominado pela equipe verde que, assim como no primeiro turno, venceu seu rival local. Dessa vez por 86×73, parciais de 26×15 / 18×11 / 20×28/ 22×19, no ginásio da Asceb.

Com o resultado de hoje, o Cerrado assumiu a 12ª colocação na tabela, ultrapassando o Pinheiro e se colocando de vez na briga pelos playoffs. Já o Brasília segue na lanterna do NBB e vê as chances de classificação cada vez menores. Ambos os times voltam a jogar no dia 24 (quarta-feira) contra Mogi e Pinheiros respectivamente.

Ricardo Oliveira colocou o Brasília para começar com Nezinho, Samuel Yeager, Arthur, Gemerson e Caio Torres. Já o técnico Bruno Lopes escalou o verdão com Lucas Lima, Crescenzi, Paulo, Douglas Nunes e Sérgio.

O primeiro tempo foi todo do Cerrado que, com dois quartos beirando a perfeição, abriu 18 pontos antes do intervalo. A vantagem deu tranquilidade à equipe verde, que controlou o jogo e, apesar das tentativas de reação do Brasília, ganhou sem muitos sustos.

Os vitoriosos da noite contaram com um excelente atuação coletiva, cinco jogadores fizeram 10 ou mais pontos: o ala Wiggins, 10, o armador Lucas Lima, 13, o ala-pivô Douglas Nunes, 16, e os alas armadores Crescenzi, 21, e Paulo, 16. Este último alcançou um duplo-duplo graças aos seus 10 rebotes.

Do lado derrotado, os alas Samuel Yeager e Laster foram os grandes destaques com 27 e 15 pontos. A equipe sentiu a falta de uma atuação mais incisiva do pivô Caio Torres, que teve apenas 25% de aproveitamento em seus arremessos.

O jogo

Primeiro quarto

A primeira parte da partida começou equilibrada, com os rivais trocando cestas. A primeira de três – e única do Brasília – foi com Nezinho, colocando o time de branco na frente: 7×4. Porém, não demorou para o Cerrado assumir as rédeas do duelo, fazendo 10 pontos seguidos e abrindo 14×9 após arremesso do perímetro feito por Lucas Lima.

Com essa sequência da equipe verde, o técnico do Brasília, Ricardo Oliveira, parou o jogo para tentar reordenar sua equipe, mas não surtiu muito efeito, o verdão engatou quatro cestas de três e ampliou para 26×11. O mandante do clássico ainda ensaiou uma reação no fim do período, mas, mesmo assim, saiu de quadra com uma larga desvantagem: 26×15 Cerrado.

O grande responsável pela vitória parcial do time verde foi o ala armador Paulo, com 11 pontos – três bolas de três – e três rebotes. Ele foi fundamental na parcial. Do lado do Brasília, com o ala Yeager apagado, foram Arthur, seis pontos, e Nezinho, cinco. Os arremessos do perímetro foram diferentemente aproveitados: seis do Cerrado contra apenas um do adversário.

Segundo quarto

A volta para a quadra foi com o Cerrado dominante, com direito a oito pontos seguidos e a ampliação da vantagem verde após arremesso de Crescenzi: 34×15. Depois disso, os times trocaram cestas e mantiveram a diferença na faixa dos 18 pontos. Com muitos erros nos arremessos, o placar não andou muito e, apesar do Brasília ter cortado para 15, um arremesso de três do Lucas Lima no estouro do cronômetro definiu o placar antes do intervalo: 44×26.

Em um período de poucos pontos, Yeager e Wiggins foram os maiores pontuadores, seis cada. Outro atleta que se destacou foi Crescenzi, com cinco pontos e 100% de aproveitamento. O Brasília errou mais que seu adversário e pagou caro por isso, graças ao bom rendimento dos arremessos verdes.

O armador Nezinho falou sobre a partida do Brasília nesta noite e prometeu uma reação. “A equipe do Cerrado acelerou bastante o nosso ataque, caímos na armadilha deles e facilitamos os contra ataques. Na defesa meia quadra estamos bem, porém não podemos vacilar e levar pontos fáceis. Vamos diminuir essa diferença para cinco pontos e depois virar a partida”.

O autor da última cesta do período, Lucas Lima, observou a boa atuação da sua equipe na etapa. “Mesmo com um aproveitamento de ataque bom, a nossa defesa ditou o ritmo. Nós defendemos com força e intensidade, fizemos o planejado e conseguimos sair para o contra ataque, ditando o ritmo do jogo”.

O ala do Brasília Arthur falou sobre a morte de Laurindo Miura e sobre a sua influência no basquete local.

Miura é um ícone de Brasília, foi treinador de todos os atletas de destaque nacional, o mais importante é que além de excelente técnico, ele era um excelente mentor fora da quadra, cuidava de nós como ninguém. A cidade hoje está de luto, assim como o basquete por todo o Brasil. Um dia triste para gente, ele gostava mesmo do basquete de Brasília. Vamos fazer uma boa partida para dedicar ao Miura

Foto: Roberto Peixoto
Terceiro quarto

O duelo voltou com o Cerrado vindo para cima e abrindo 24 pontos após bela enterrada de Alex: 53×29. Após algumas trocas de cestas, a estrela de Samuel Yeager voltou a brilhar e o armador comandou uma pequena reação do Brasília, que cortou a diferença para 11: 62×51.

O verdão ainda converteu mais um arremesso, porém, Yeager, já no estouro do cronômetro, arremessou quase do meio da quadra para reacender a esperança da equipe branca na Asceb: 64×54 Cerrado antes do início do período final de jogo.

A reação do Brasília veio graças a Yeager, 14 pontos no período, e Laster, oito com 100% de aproveitamento. A equipe de branco conseguiu melhorar seu aproveitamento do perímetro, acertando quatro das sete tentativas de cestas de três. Do lado verde, Crescenzi, sete, e Douglas Nunes, seis, foram os melhores na parcial.

Último quarto

A etapa final do jogo teve um início muito equilibrado, com trocas de cestas entre as equipes. O Brasília chegou a ficar apenas oito pontos atrás com uma cesta de Laster, 73×65, porém vacilou, o Cerrado engatou três ataques seguidos, com tempo técnico do rival no meio, voltou a ampliar, 80×65, e depois apenas administrou sua vantagem até o final do jogo.

O armador Yeager, cestinha do duelo, saiu mancando – com a mão na virilha – faltando um minuto e 40 segundo para o término do jogo. Depois disso, Laster ainda fez uma enterrada para dar números finais ao clássico: 86×73 Cerrado.

Mesmo com uma vantagem confortável, o time verde não fez rodízio na etapa final e capitalizou pontos importantes com os alas pivôs Douglas Nunes e Ambrosino, seis cada. Yeager não conseguiu comandar a reação do Brasília e fez apenas cinco pontos no quarto, Laster fez sete. O Cerrado aproveitou os lances livres para conseguir manter a vantagem e vencer o duelo.

Fim de jogo

De acordo com Crescenzi, o Cerrado chegou para ficar. Agora na 12ª posição, o time verde batalhará para se manter entre os classificados para a fase final do NBB e melhorar ainda mais sua posição. O próximo duelo da equipe, contra o Mogi, promete ser um teste de fogo para que o verdão siga na sua boa sequência – foram seis vitórias nos últimos nove jogos. Confira o que o ala armador falou:

Nosso aproveitamento foi muito alto, demos mole no segundo tempo, porém a defesa no primeiro tempo foi muito forte, o que nos ajudou no contra ataque. A cada jogo o nosso time evolui mais. Eu tenho orgulho e estou empolgado com o futuro da equipe. Chegamos na vaga para os playoffs para ficarmos lá até o final do campeonato

Já o Brasília segue em último e precisa reacender as esperanças que foram criadas com a boa atuação contra o Fortaleza na última terça-feira. A partida contra o Pinheiros será essencial para que os brasilienses retornem a vencer e melhorem sua posição na tabela.

O ala Laster falou sobre o clássico desta noite. “O Cerrado entrou com mais energia que nós e a nossa defesa foi muito ruim no primeiro tempo, jogamos mal na primeira parte do jogo e isso fez toda a diferença. No segundo tempo nós fomos bem melhores, mas quando acordamos para a partida já era tarde demais”.

One thought on “Cerrado vence novamente o clássico candango

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *