Abandonados pelo GDF, clubes reformam estádios e não podem jogar

O futebol candango vai viver na próxima quinta-feira (23) um episódio vergonhoso graças à falta de ação e apoio do Governo do Distrito Federal (GDF). No jogo entre Ceilândia x Santos-SP pela primeira fase da Copa do Brasil, que será disputado no Estádio Serejão, em Taguatinga, apenas uma torcida poderá acompanhar a partida, a do time do litoral paulista.

A situação se dará pois o palco do jogo possui laudo técnico que autoriza apenas uma torcida presente. Como a venda de ingressos para o confronto já havia iniciado considerando a presença dos admiradores de ambas as equipes, 80% das entradas que já estavam compradas eram da torcida santista. Com a confirmação de torcida única no jogo nesta sexta-feira (17), o time do DF, teve que acatar a decisão e jogar diante apenas da torcida adversária, já que seria difícil devolver a grande quantidade de ingressos já vendida aos santistas.

O Ceilândia vem fazendo melhorias no seu estádio, o Abadião, e até tentou mudar o local da partida para lá. No entanto, o pedido foi negado pela CBF com a alegação que a detentora dos direitos de transmissão não permitiu. No Abadião, o Gato Preto está construindo novos banheiros para a torcida visitante, consertando a iluminação do campo e cuidando do gramado. As benfeitorias visam a liberação dos laudos para a entrada das duas torcidas nos jogos e já estariam prontas para o jogo da Copa do Brasil.

Com a negativa, o Ceilândia, então, se viu obrigado a manter a partida no Serejão. Porém, o estádio de Taguatinga também não possui laudo para duas torcidas. O espaço vem sendo cuidado e mantido pelo Brasiliense, que também consertou a iluminação, cuidou do gramado e de toda a estrutura do estádio. Embora tenha feito novas reformas no início de 2022, só no final do ano passado conseguiu laudos. Mesmo assim, liberando a presença de no máximo 5 mil pessoas e com torcida única.

O Ceilândia emitiu nota oficial informando o episódio e instruindo os torcedores do time que compraram ingresso a conseguir reembolso. O clube disse ainda que “mesmo discordando da decisão de torcida única, o Ceilândia respeita as decisões contidas nos laudos da Polícia Militar, regulamento da competição, regulamentos técnicos e decisões dos órgãos de segurança.”

Descaso

A verdade, no entanto, é que diversos estádios do Distrito Federal estão abandonados pelo GDF. E, aqueles que são adotados pelos clubes, sofrem dificuldade para aprovação de laudos que permitam a presença do público. Portanto, as equipes são obrigadas a investir na manutenção e reforma, que seriam obrigação do estado e, ainda não assim, não recebem o apoio para poder usufruir do espaço na sua totalidade.

Augustinho Lima (Sobradinho), Chapadinha (Brazlândia), Adonir Guimarães (Planaltina)… são inúmeros os exemplos de estádios abandonados que não contam com a atenção devida do Governo. Os clubes, sem local para jogar, ainda são submetidos ao jogo de empurra-empurra entre o GDF e as administrações regionais.