O sonho de ser jogador de futebol profissional é comum para muitos garotos e garotas. Se imaginar pisando no gramado do Maracanã, da Arena Corinthians ou do Mané Garrincha para representar um time reconhecido mundialmente é o grande objetivo de jovens como Ítalo Brenner, de 17 anos, morador de São Sebastião.

Mas o percurso a se trilhar é longo e os obstáculos encontrados pelo caminho são vários. E o que fazer quando tropeçar? Desistir, abaixar a cabeça e aceitar o “destino”? Para Ítalo, não. A única alternativa possível é absorver o lado positivo — que por mais que pareça inexistente, sempre está ali — e seguir firme e forme, com dedicação e foco.

Graças ao desempenho em uma escolinha do DF, Ítalo estava prestes a receber grande oportunidade. Foto: arquivo pessoal

Início

O início da paixão pela bola também é algo em comum com a história de vários outros garotos que partilham deste sonho: tudo começa na infância. Sempre com a bola nos pés, Ítalo conta que graças ao incentivo de sua prima, aos sete anos entrou na primeira escolinha de futebol, Estrela Candanga, onde ficou por três anos. “Houve um problema na escolinha e ela fechou, mas, mesmo sem lugar para treinar, fiquei jogando bola. Sempre, na rua, em quadras e campos públicos…”, relata.

E seria exatamente em um dos campos de São Sebastião que o menino seria visto e convidado para entrar em uma outra escolinha, agora, o Aliança Futebol Clube, onde veio a ser campeão nove vezes pelo time do local. Atualmente, ítalo faz parte da Associação Esporte e Vida, escolinha que contribuiu para que mais um passo fosse dado pelo atleta na modalidade.

Peneiras

Recentemente, Ítalo foi para São Paulo, onde participou de uma seletiva (a famosa peneira) no Corinthians. “Aqui na Associação Esporte e Vida a gente treina bastante durante a semana, e o professor Black [da Associação], me indicou para eu fazer o teste no Corinthians. Graças ao meu esforço nos treinamentos, ele viu que eu tinha capacidade”, conta o garoto.

Apesar de não continuar no clube paulista, Ítalo foi grato pela oportunidade: Foto: arquivo pessoal

As peneiras em times como o Corinthians não são nada fáceis, e conquistar um espaço sem auxílio financeiro, social e por vezes familiar torna-se algo ainda mais complicado. Ítalo voltou para o Distrito Federal sem a vaga na equipe, mas trouxe consigo bastante coisa na bagagem. “Lá no Corinthians eu aprendi como funciona uma peneira em um time grande, e agora já me sinto mais tranquilo para fazer o que sei de melhor, que é jogar futebol, quando aparecer outra oportunidade.”

A felicidade não para por aí. Mesmo tendo relação distante com o pai, Italo conta que ele foi quem o acompanhou na viagem.

“Foi uma experiência incrível, não só nos testes, mas também com meu pai. Ele não era muito presente, mas agora isso tem mudado. Sei lá, não tenho nem explicação para isso.”

Ítalo Brenner, 17 anos

Muitos Ítalos estão espalhados pelo DF, pelo Brasil e pelo mundo, treinando diariamente de cabeça erguida e com apenas uma meta em mente: transformar toda a paixão construída ao longo dos anos em habilidade e assim, ser reconhecido no mundo esportivo. Nenhum sonho é fácil de ser realizado, da mesma forma que nenhum é impossível.

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