Atletas do Sobradinho Feminino fazem novas denúncias contra a diretoria
Mesmo com o fim do Candangão Feminino, a situação do Sobradinho Feminino segue dando o que falar. A equipe chegou nas semifinais da competição e garantiu vaga no Brasileiro A-3, mas o clima interno do Leão da Serra não terminou nada bom. Além das trocas dos treinadores Tiago Santiago e Pedro Henrique, que alegaram algumas situações delicadas, as jogadoras denunciaram falta de pagamento, assédio moral e ausência de auxílio à jogadoras lesionadas.
A situação no Sobradinho já não começou amigável desde o início. Shara Figueiredo é quem estava à frente do projeto do futebol feminino e Andréa Pontes, paratleta e empresária, acabou sendo apresentada ao presidente Túlio e se tornou a gestora do futebol feminino do Sobradinho. Inicialmente, Andréa entraria apenas como investidora.
Segundo relatos, todo o elenco foi montado pelo ex-técnico Tiago Santiago juntamente com Shara. As jogadoras não concordaram com a chegada da Andrea, mas não tinham o que fazer porque já haviam firmado contrato.
O campeonato se desenrolava de maneira normal, até que houve uma situação que desencadeou uma grande crise antes da última rodada da primeira fase. Houve um não entendimento de um acordo pré-acertado em relação à atleta Kaká, que não conseguiu fazer parte de alguns treinos, mas teria avisado à diretoria e comissão técnica. O técnico Tiago Santiago tentou remediar a situação com Andréa, que manteve a postura de descontar a falta da atleta e ofendeu o comandante da equipe com xingamentos.
A situação acabou terminando com a demissão do técnico Tiago antes da partida decisiva contra o Ceilândia. Antes do jogo, a capitã Eliúde tentou conversar com Andrea para manter o treinador, a gestora informou a jogadora que demitiria Tiago e pediu que Eliúde se tornasse técnica do time, o que foi prontamente negado pela atleta e quem assumiu o time foi o auxiliar técnico e preparador físico Pedro Henrique, que assumiu a equipe no jogo que garantiu a classificação para as semifinais e o Brasileiro Feminino A-3.
Após o jogo contra o Ceilândia, a relação entre diretoria e time, que já não era boa, acabou se estremecendo ainda mais. Andréa chamou as jogadoras para a casa dela e as jogadoras recusaram e foram comemorar juntas em outro local juntamente com a comissão técnica e a situação não teria sido bem aceita pela gestora.
Interferência
Segundo relatos, Andréa teria tentado interferir na montagem do time titular para que Eliúde não fosse escalada, mas o técnico Pedro havia mandado relação com o nome da meia e havia sido aprovado. Eliúde acabou sendo substituída aos prantos no começo da partida por exigência de Andréa, situação que abalou todo o time e o treinador.
Todos esses problemas acabaram abalando emocionalmente as atletas que perderam o jogo de ida para o Minas por 4 a 2. “Ninguém conseguiu treinar mais, muitas jogadoras estavam abaladas emocionalmente e com problemas psicológicos, aí optaram por jogar o jogo de volta, mas diante de protestos”, contou uma das atletas que preferiu não se identificar.
Para o jogo de volta contra o Minas, o elenco foi reduzido e o técnico Pedro Henrique havia deixado a equipe, então quem assumiu foi a técnica Rô, do Estrelinha. A atleta Jéssica Casumba chegou atrasada devido a outro trabalho e avisou para a diretoria. Com uma lesão na partida, o Sobradinho ficou com uma jogadora a menos e Andréa teria dado ordens por telefone para que a atacante não entrasse em campo de jeito nenhum.
Falta de pagamentos e sumiço
“Ela só usou a gente, ela nunca mais se pronunciou, após o acesso para a A-3, ela sumiu”, disse uma das atletas. Esse é só um de vários relatos das jogadoras e comissão técnica do Sobradinho. Nem todos os profissionais receberam pagamentos. O técnico Pedro Henrique recebeu apenas o primeiro mês dos três meses acordados e terá que ir para justiça para receber o restante. A meia e capitã Eliúde também não recebeu e terá que ir atrás dos seus direitos na justiça.
Outra denúncia seria em relação a falta de auxílio da jogadora Roberta, que acabou lesionando o joelho e não teve nenhum auxílio da diretoria, que não teria respondido as mensagens da atleta. No fim do jogo contra o Minas, algumas atletas falaram sobre a situação dentro do clube.
“Eu fui muito envergonhada, fora tudo o que aconteceu durante toda construção do Arena Sobradinho, que era da Shara e ela teve que sai por causa de toda sujeira que estava acontecendo. A diretoria de maneira alguma quis conversar com a gente, sempre deu patada na gente e tratou a gente com muito descaso, nem deixando água no vestiário nesse último jogo. Ela não deveria tratar a gente desse jeito por tudo que a gente fez.”
Segundo todas as atletas e comissão técnica, Andréa não responde mais os contatos e o presidente Túlio Lustosa também falou que marcaria reunião, mas até o momento não tomou nenhuma atitude. O dirigente ocupa cargo de diretor de futebol da Anapolina, que disputa divisão de acesso no Goiás.
A equipe de reportagem do DF Esportes entrou em contato com Andréa Pontes, que optou por não responder as denúncias e se dirigiu com palavras em tom ameaçador.
Um descaso que estão fazendo com todas as atletas e principalmente com minha filha ELIUDE, pois sei que quando foi jogar em sobradinho como sempre, foi determinada a vencer juntamente com a equipe. Mais enfim não tiveram sorte com a gestora onde a mesma não respeita o Futebol Feminino.