Dez dias após a derrota do Brasília Basquete para o Corinthians, a equipe brasiliense voltou à quadra nesta quarta-feira (10), no Ginásio do Morumbi (SP), para enfrentar o São Paulo. Assim como no turno, os candangos não foram páreo e perderam para o tricolor paulista: 92×46, parciais de 11×13 / 31×10 / 28×7/ 22×16.
Dessa forma, o Brasília segue amargando a última colocação do NBB e enfrentará o Bauru na sexta (12) para, novamente, tentar voltar a vencer na competição. Já o São Paulo segue bem na disputa da terceira colocação da primeira fase, e enfrentará o Fortaleza no sábado (13), buscando seguir no grupo dos quatro que se classificam direto às quartas de final.
Ricardo Oliveira escalou os brasilienses com Nezinho, Arthur, Laster, Gemerson e Caio Torres. Já o técnico tricolor, Cláudio Mortári, entrou em quadra com Georginho, Dawkins, Shamell, Jefferson e Renan Lenz.
Com um início de confronto lento, os candangos fizeram parecer que o duelo poderia ser equilibrado. Mas com muitos problemas como desfalques por lesão e a falta de treinos, o Brasília não conseguiu segurar o São Paulo na sequência da partida, especialmente no segundo e no terceiro quartos, e sofreu uma acachapante derrota nesta noite.
O maior pontuador brasiliense foi o ala Arthur, com apenas 10 pontos, o que resume a fraca atuação candanga nesta quarta. Do lado paulista, a noite foi de retomada de confiança. Mesmo demorando a engatar, o tricolor fez 92 pontos e contou com grandes atuações de Gerson, Shamell, Dawkins, Jefferson e Georginho, o que garantiu outro triplo-duplo para a sua coleção: 13 pontos, 13 rebotes e 11 assistências.
O cestinha do duelo foi o ala Shamell, com 20 pontos e seis arremessos do perímetro, seguido de perto pelo pivô Gerson, que quase conseguiu um duplo-duplo com 19 pontos e nove rebotes. Com poucos erros, a equipe paulista soube capitalizar as falhas do adversário para construir uma vitória maiúscula em quadra.
O jogo
Primeiro quarto
A partida começou devagar, com muitos erros nos arremessos e ambas as equipes desperdiçando ataques. Nos primeiros seis minutos, só quatro foram efetivos, dois para cada lado, e placar igualado: 5×5.
O pivô Caio Torres torceu o pé e teve que ser substituído, Marcelão entrou e deu início a uma sequência de bolas caindo: Nezinho, Shamell de três, Arthur em lances livres e Marcelão de novo movimentaram a pontuação, deixando os brasilienses na frente: 13×8.
No último ataque do quarto, Gerson acertou uma bandeja, sofreu falta e converteu o lance livre de bonificação: 13×11. O grande destaque positivo do período foi o ala Arthur, com sete pontos, enquanto o negativo foi o péssimo aproveitamento dos arremessos dos times: no garrafão 20% São Paulo e 33% Brasília, e nas tentativas do perímetro 16% para os dois.
Segundo quarto
A volta para a quadra foi um pouco mais animada e com menos erros nos arremessos paulistas. O tricolor, comandado pelo armador Dawkins, assumiu o controle do duelo, virou o placar e abriu sete pontos de vantagem após boa enterrada de Gerson: 25×18.
O técnico Ricardo Oliveira até paralisou o duelo para conversar com seus comandados, mas não adiantou muito. O São Paulo seguiu ampliando sua vantagem, que chegou a ser de 21 pontos. Com Georginho inspirado, os paulistas fecharam o quarto com 42×23 no placar.
Em uma parcial magnífica, com 31 pontos do tricolor, muitos atletas da equipe mandante se destacaram, principalmente os armadores Dawkins e Georginho. O time paulista aumentou seus aproveitamentos nos arremessos e viu o adversário parar em quadra – o único brasiliense que se sobressaiu foi o Gemerson – para abrir uma vantagem confortável.
Um jogo difícil, os adversários possuem um bom poderio ofensivo. Mas fizemos um bom primeiro quarto, agora é tentar melhor um pouco, para retornar ao que conseguimos fazer no início, ainda temos chances de ganhar o jogo. A questão física é um problema e nós ainda ficamos sem treinar por causa do decreto de lockdown em Brasília
Gemerson, ala do Brasília
Do outro lado, Jefferson, ala da equipe paulista, falou sobre o momento do seu time e as projeções para a temporada. “Estamos viajando e jogando muito, estamos treinando pouco e isso faz com que a gente oscile. Mas sabemos que é questão de tempo, nosso time é bom e contra com grandes jogadores, nós vamos chegar firme nos playoffs. Vamos produzindo para subir a energia do time e a alegria virá com o tempo, nós sabemos o caminho da felicidade e vamos conseguir conquistar o que queremos”.
Terceiro quarto
Depois do intervalo, o tricolor seguiu dominando o rival candango. O ala Gemerson chegou a fazer aquela que seria a única cesta brasiliense até os últimos 90 segundos da parcial, mas o resto do período foi de amasso total do São Paulo.
Comandado por Jefferson e Shamell, o time paulista converteu nove ataques seguidos e abriu incríveis 43 pontos de vantagem. No final, Arthur converteu uma de três para diminuir a vergonha do Brasília no placar: 70×30.
Com inacreditáveis cinco bolas de três convertidas na parcial, Shamell brilhou com 15 pontos, sendo o grande destaque tricolor em quadra. Os candangos cometeram 10 erros no período e viram os adversários voarem em quadra, obliterando qualquer esperança brasiliense.
Último quarto
Com o duelo totalmente definido, as equipes fizeram um último período protocolar, com um ritmo mais lento, porém, com o São Paulo continuando com domínio absoluto. Georginho ditou o ritmo tricolor com assistências precisas e bons arremessos para chegar ao seu triplo-duplo.
Perto do final da partida, o Brasília acordou no ataque e começou a pontuar com bolas de três dos meninos Gabriel e Danilo. Mas os paulistas não pararam de pontuar, Gerson assumiu o protagonismo da sua equipe nesta altura da partida e capitalizou ótimos pontos. Assim, a partida acabou em 92×46 para o São Paulo.
Os grandes destaques do período foram o pivô Gerson, com nove pontos, e o armador Georginho, cinco pontos e quatro assistências. Do lado candango, Gabriel e Danilo fizeram seis pontos cada. A parcial foi mais equilibrada devido ao aumento do aproveitamento brasiliense do perímetro, além da redução dos erros e da diminuição do ritmo tricolor.
Fim de jogo
O Brasília continuou a sentir a falta do ala Yeager, seu maior pontuador no NBB, e teve aproveitamento pífio no ataque. Conta muito para a fraca atuação desta noite o grande período sem treinamentos devido ao agravamento da pandemia e o consequente lockdown na capital. A lesão de Caio Torres é mais um problema para a equipe, que vai lutar para terminar o campeonato de forma digna.
O ala Arthur falou sobre os problemas vividos pelo time e ressaltou o orgulho que tem dos seus companheiros, apesar da fraca campanha no torneio. “Com o lockdown de Brasília, tudo fechou e ficamos sem ter como treinar, sem contato com a bola. Foram vários problemas durante o ano, mas mesmo assim a força de vontade do time é visível e eu sinto orgulho disso, apesar de estarmos longe das vitórias nos últimos confrontos nós vamos lutar até o final. Com tudo isso, a meta agora é superar cada dia e cada jogo para tentar voltar ao ritmo de jogo e melhorar no final”.
O São Paulo se reabilitou com a vitória de hoje e o armador Georginho comentou sobre a importância do jogo para o futuro dos tricolores. “Estamos nos recompondo como time, a sequência era de cinco derrotas seguidas, então, mesmo contra o lanterna, o duelo de hoje foi bom para ganhar ritmo e restaurar confiança com uma vitória maiúscula para a sequência pesada de jogos que vamos ter”.