Como é de praxe em todo Mundial, o Brasil estará em peso no Catar para a Copa do Mundo 2022, tendo sido um dos países que mais teve torcedor adquirindo ingressos, e torcedores da capital federal não ficaram de fora dessa.
Pandemia, preços altos nas passagens e algumas restrições anunciadas pelo Catar. Nem todos esses elementos foram capazes de brecar o objetivo de Dinarth Júnior e Giscard Stephanou, dois moradores da região administrativa de Águas Claras que se planejaram e vão assistir a jogos da Copa do Mundo ‘in loco’ pela terceira vez.
Cientista de dados de 32 anos, Dinarth se apaixonou pelo clima da Copa quando aconteceu em território brasileiro, e colocou as próximas edições do Mundial como uma meta pessoal. “Depois que fui a alguns jogos da Copa de 2014 aqui no Brasil, coloquei em minha cabeça que, enquanto tivesse condições tanto financeiras, quanto de saúde, iria a todas as copas. Então me planejei e fui para a Rússia em 2018 e agora estarei no Catar”, revelou.
A preparação para o Catar começou assim que Dinarth chegou da Rússia. Já experiente com uma Copa do Mundo na bagagem e uma em casa, o cientista conseguiu lidar bem com a logística de passagens, ingressos e hospedagem, criando um fundo de investimentos onde depositou dinheiro mensalmente durante os últimos quatro anos. O brasiliense ainda adicionou o Egito na sua rota, onde foi visitar um amigo que fez no Mundial de 2018.
Às vésperas da estreia do Brasil, muito se fala de algumas restrições da Copa do Mundo, e jornalistas do mundo todo denunciam intolerância do governo local. Mesmo com algumas repercussões negativas, Dinarth acredita que o espírito do futebol fará os catarianos receberem bem os brasileiros. “Espero e acredito que os fãs do futebol que moram lá vão nos recepcionar bem quando virem a mágica camisa amarela da nossa seleção”, disse Dinarth ,que chegou ao Catar na terça (22).
O viajante Giscard
Com passaporte carimbado em 88 países, o servidor público federal Giscard Stephanou estará em território catariano pela segunda vez. Esteve lá em 2016, quando passou dois dias, só que dessa vez será mais especial, pois ele conseguirá assistir 36 dos 64 jogos da Copa do Mundo. “Eu saí de São Paulo, passei pela Etiópia, pelo Egito, fiquei umas horas no aeroporto de Doha, fui para Dubai e agora estou retornando a Doha para a Copa, onde ficarei 30 dias e espero sair daqui com o Brasil hexacampeão”, disse ele.
O Catar é o menor país a receber uma Copa do Mundo, o que facilita para os que queiram se aventurar assistindo vários jogos, como é o caso do brasiliense, que chegará a assistir três jogos no mesmo dia. “Como temos oito estádios num raio de 70km, isso facilita o planejamento. Assistirei 24 jogos da fase de grupos, cinco jogos das oitavas, três nas quartas, os jogos da semi, o jogo da decisão de terceiro lugar e comprei o ingresso não condicional para a final. Em 2018, comprei condicional, caso o Brasil chegasse, e acabei perdendo as semis, já que fomos eliminados antes”.
Giscard conta que a sua estadia no país da Copa tem sido tranquila e que a entrada no país não teve nenhuma barreira. “Só apresentamos o Hayya Card na hora da chegada, que funciona como um visto, e assim já tivemos acesso a tudo, além de receber um cartão de internet de 2022 mega bytes. A questão mais delicada é em relação ao álcool, que está proibido no estádio e nos seus arredores”, explicou.
Candangos na Copa
Giscard é um dos idealizadores do Candangos na Copa, ideia que surgiu na Copa de 2018, juntamente com sua esposa Michele e uma amiga. A ideia acabou avançando, sendo criada uma página no Instagram que conta com mais de 200 seguidores. “Com a criação da página, conseguimos nos reunir com mais cerca de 20 brasilienses que iriam também para a Copa. Fizemos também uma camisa personalizada que vem sendo bastante aprovada por onde passamos”, contou o servidor público.
Os brasilienses Dinarth e Giscard acompanharão o pontapé da trajetória da seleção canarinho. O Brasil estreia na Copa do Mundo 2022 contra a Sérvia nesta quinta-feira (24), às 16h, no Lusail Stadium.