Por: Luciano Villalba Neto

Você está ligado (a) nas punições com cartões amarelos e vermelhos no Candanguinho Sub-17? A Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) tem a forma de controlar, logicamente. Afinal, é a instituição que pode punir a equipe ou o clube se houver alguma infração como a presença de atleta sem condições de jogo.

Bem, apesar de a FFDF ter esse controle, não encontramos nenhum local no site da instituição informando, rodada a rodada, o panorama de jogadores que tomaram cartões no Candanguinho Sub-15 e, agora, no Sub-17. Questionada, a Federação respondeu, na época do Sub-15, que o controle dos cartões deve ser realizado pelo próprio clube inscrito na competição. A melhor forma de a imprensa e o clube acompanharem a questão então é verificando súmula por súmula todos os oito jogos de cada rodada do Candanguinho Sub-17 a cada final de semana.

E como será que os clubes têm trabalhado a questão dos cartões com atletas da base que têm comportamento parecido com os atletas profissionais? Há alertas do coordenador para profissionais e atletas? Os clubes têm realmente o controle da situação? Esperamos que sim. Ninguém merece profissional xingando a molecada na beira de campo, brigando, esbravejando, muitas vezes sem motivo aparente e motivando atleta que está começando a ser um indivíduo indisciplinado.

É comum atletas profissionais da elite mesmo tomando cartões por entradas mais violentas, por agressão (muitas vezes punidas com cartão vermelho direto), por tirar a camisa após meter um gol e até por reclamações tolas. Não são bons exemplos, na verdade, mas acontecem demais.

A questão de tomar cartão amarelo após comemoração do gol é uma questão polêmica. Nos anos de 1990, os jogadores tiravam a camisa, colocavam máscara, chutavam a bandeirinha de escanteio, se penduravam no alambrado. A emoção justifica? Cada caso é um caso a pensar. Mas o fato é que essas são infrações e muitas vezes são punidas!

E se a gente pudesse dar um conselho aos atletas da base e até aos profissionais da beira de campo nas categorias de base seria que evitassem infringir regras. Muitas vezes o comportamento do atleta da base é reflexo do comportamento do profissional fora de campo. E como atualmente os profissionais que estão no banco também pode ser punidos, malandragem mesmo, atletas, é fechar mais a boca e jogar mais, porque o vale mesmo é bola na casinha. Quem está concentrado na peleja, sabe antecipar, colabora para o time jogar no desarme e na criação e faz mais gols, ganha o jogo. Essa é uma máxima do futebol.

No Candanguinho, segundo informações da Federação, são necessários três cartões para impedir o atleta de estar no jogo seguinte e o grande detalhe: em nenhuma fase do Candanguinho Sub-17, por exemplo, os cartões são zerados. Cuidado, atleta! Com três cartões amarelos você pode deixar de jogar uma partida importante e até perder sua vaga no time. Vai que quem te substitui entre melhor que você!

Diferentemente da maioria das competições internacionais e nacionais profissionais, na Copa do Mundo, dois cartões amarelos impedem o atleta de jogar o a partida seguinte e, além disso, custa cerca de U$ 2mil (cerca de 10,3 mil reais na cotação atual) e mesmo assim, muitos atletas continuam a tomar cartão de bobeira. Mas lá, atletas têm grana para pagar isso, ou as seleções pagam para ele. É outro mundo. Mas enquanto você não chega lá, pode seguir aprendendo a se destacar. E lembre-se: três cartões suspendem o jogador da partida seguinte.

Você sabia que o zagueiro Gamarra ficou quatro jogos sem fazer uma falta que fosse e logicamente sem receber cartão amarelo durante toda a participação do Paraguai na Copa do Mundo em 1998 na França quando o Brasil foi vice e perdeu na final para os donos da casa?

Naquela Copa, o Paraguai comandado fora de campo pelo técnico brasileiro Paulo César Carpegiani, campeão do mundo pelo Flamengo (1981), fez história. A seleção paraguaia empatou com a búlgara em 0x0 e empatou também sem gols contra a espanhola. Depois, venceu a nigeriana por 3×1 e perdeu para a francesa, a dona da casa, por 1×0 na prorrogação das quartas de final. Detalhe: Gamarra jogou contundido boa parte do último jogo paraguaio na Copa. O zagueiro jogou em times brasileiros: Internacional, Flamengo, Corinthians e Palmeiras. Vale o registro. Exemplar. Zagueiro e em uma Copa do Mundo. Serve ou não serve de inspiração para você que está começando e quer chegar ao mundo mágico do futebol profissional. Sonhos são possíveis. Mas é preciso construir o caminho da melhor maneira.

É preciso estar atento em cada segundo, em cada minuto, em cada jogo. No Candanguinho Sub-15, por exemplo, um atleta de um dos times finalistas tomou um cartão amarelo no jogo de volta quartas, um no jogo de ida e um no jogo de volta das semifinais. Resultado: Ficou fora do jogo na grande final. Pensa no prejuízo para o próprio atleta, para a comissão técnica e para o próprio clube, ficar sem jogar a grande final. Se liga, atleta! Se liga, comissão técnica!

Então ser esperto, na verdade, é jogar o jogo, evitar cartões bobos e jogar mais, mais tempo, mais jogos e chegar junto com seu time o mais longe possível porque sua carreira e sua vida estão só começando.

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