CGU apura abandono de embarcações para esportes paralímpicos

Foto: Controladoria Geral da União

A Controladoria Geral da União (CGU) apura uma denúncia tornada pública pelo portal Metrópoles.com a respeito de embarcações adquiridas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para a disputa das Paralimpíadas de 2016, realizadas no Rio de Janeiro-RJ. Segundo a denúncia realizada em fevereiro do ano passado, 9 barcos, 6 velas e 3 botes de apoio comprados em 2013 apodrecem no clube Nipo Brasileiro de Brasília por falta de manutenção.

Nesta sexta-feira (3), o portal G1.com divulgou matéria sobre as conclusões da CGU ao visitar as instalações do clube onde estão as embarcações. Para o órgão fiscalizador federal, houve desvio de finalidade da compra dos equipamentos adquiridos pelo valor atualizado de R$ 1,5 milhões de reais. A CGU ainda está em busca de um dos barcos que seria utilizado para treinamento e preparação dos atletas de Vela Adaptada, que está sumido.

Segundo a CGU, um convênio entre o Governo Federal e o Comitê Paralímpico Brasileiro deixou sob responsabilidade deste último a guarda e conservação das embarcações por 10 anos. Mas, a modalidade de Vela Adaptada foi excluída dos Jogos Paralímpicos de 2020 e não foram mais utilizadas. Para a CGU, a falta de subseção das embarcações caracteriza desvio de finalidade e a deterioração dos equipamentos estaria gerando prejuízos aos cofres públicos.

Jogo de Empurra

Três dos nove barcos adquiridos pelo Comitê Paralímpico estão em uso no Clube Nipo pela Federação Brasiliense de Vela Adaptada para o programa “Vela Para Todos”, que atende crianças e adolescentes com deficiência visual e intelectual. Os equipamentos estavam divididos no clube e em uma residência particular, todos abandonados e em estado de deterioração.

Em nota, o Comitê Paralímpico Brasileiro informou que as embarcações foram recuperadas e que foi feito um levantamento sobre a manutenção necessária a fim de que sejam utilizadas pelo vencedor de um futuro edital a ser realizado pela Confederação Brasileira de Vela (CBVela). O CPB informou ainda que tem um contrato com a CBVela para o uso das 12 embarcações, mas estes foram parar na Federação Brasiliense de Vela Adaptada (FBVA).

No entanto, a CBVela afirma que nunca cedeu os barcos para a FBVA e a CGU confirmou que não existe documento comprovando esta cessão. A FBVA se defendeu dizendo que três dos barcos estavam no clube para o projeto “Vela Para Todos” e que a guarda das embarcações estaria vinculada à uma parceria com a entidade “Capital do Remo”. Já os demais estariam na residência de um colaborador do projeto. A FBVA minimizou a deterioração das embarcações, afirmando que “os desgastes são naturais, assim como se fazem necessárias as manutenções que estão sendo realizadas, muito embora não exista verba pública para tanto.”

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