A seleção brasileira feminina conquistou, na última terça-feira (19), a medalha de ouro na Copa Ancara de goalball, na Turquia. As alas Kátia Aparecida e Jéssica Vitorino, do Cetefe-DF, ajudaram o Brasil a vencer as anfitriãs na final por 10 a 3. O torneio teve início no dia 14 de julho.

Em entrevista exclusiva ao DFSports+, a dupla falou sobre a importância de ganhar da seleção turca, atual campeã paralímpica da modalidade, e sobre a preparação para disputar o Mundial de Goalball 2022. O campeonato será realizado entre os dias 5 e 17 de dezembro, em Portugal, e promoverá duas vagas à Paralimíadas de Paris 2024.

Criado em 1946, o goalball foi desenvolvido, exclusivamente, para deficientes visuais, sendo o único esporte paralímpico não adaptado. Em resumo, a bola do jogo tem um guizo em seu interior que emite sons para que os atletas tenham noção da direção e possam fazer as movimentações de ataque e de defesa.

Protagonismo na finalíssima

Na disputa pelo ouro com a Turquia, Jéssica assumiu o protagonismo e balançou as redes das adversárias seis vezes. Durante a competição, a camisa oito anotou três hat-tricks e foi uma das principais responsáveis pela conquista do título.

A ala do Cetefe-DF revelou que, antes da final, foi feita uma análise dos pontos fortes e fracos da adversária, que havia vencido as brasileiras duas vezes na fase de grupos. Na decisão, ela afirmou que, depois que o Brasil fez 3 a 1, o “descontrole emocional” das turcas contribuiu para liquidar a vitória. Como resultado, a partida terminou 10 a 3.

“A Turquia é um time bem agressivo. Então, o tempo todo, elas querem fazer o gol e acabam indo para a penalidade. No meio do estresse de ter tomado os gols [do Brasil], houve a fragilidade. Elas levavam [gol], queriam fazer, acabavam agredindo e a gente foi aproveitando as penalidades”, analisou Jéssica Vitorino.

Apesar da vitória por sobre a campeã paralímpica, a atleta fez uma ponderação. Para ela, a seleção brasileira também precisa estar preparada para enfrentar outras seleções consideradas fortes na modalidade, como Japão e China.

“Claro que isso [conquistar a Copa Ancara] nos dá a esperança de chegar no mundial com uma equipe forte e compacta. Isso [o título] trás uma leveza, não relaxamento. Vamos continuar trabalhando o nosso goalball até chegar o mundial para chegarmos mais fortes ainda”, ressaltou Jéssica.

A seleção brasileira feminina está em 7º lugar no ranking mundial da modalidade. A lista é desenvolvida pela IBSA (sigla em inglês para Federação Internacional de Esportes para Cegos).

Superação

Em outro contexto, Kátia fez valer à pena a confiança depositada pelo técnico Gabriel Goulart. A atleta, que passou por tratamento para se recuperar de uma lesão no ombro direito este ano, também marcou na final contra as selecionadas turcas.

Segundo a camisa 6 da seleção brasileira, durante o primeiro semestre de 2022, ela não precisou ficar longe das quadras, mesmo lesionada. A jogadora afirmou que dividiu o foco entre a reabilitação e as atuações pelo Cetefe-DF e pela equipe nacional.

“Hoje, me sinto 100%. Praticamente ‘liberta’ dessa lesão”, assegurou. “Mais confiante, consegui fazer essa final contra a Turquia. Ter ganhado delas nos mostra que estamos no caminho certo na nossa preparação para o mundial”, destacou a ala.

Conforme avaliou Kátia Aparecida, mesmo passando por um processo de renovação no elenco, com jogadoras mais jovens, a seleção brasileira está mostrando evolução. Ela ressaltou que, assim como as outras seleções, o Brasil seguirá trabalhando com foco no mundial para carimbar a vaga na paralimípíadas.

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