O Campeonato Candango Feminino do DF só tem previsão para seu início a partir de outubro, mas várias equipes já se movimentam para a competição local. Isto por que com a participação de Minas Brasília, Real Brasília e Cresspom em competições nacionais, a vaga no próximo Brasileirão Série A3 passa a ficar mais acessível para outras equipes locais.
Pensando nisso, o técnico Singol Santos decidiu, em parceria com seu irmão Damião, assumir um projeto próprio da categoria, o Legião Feminino. O projeto estava na “gaveta” há dois anos, mas finalmente sairá do papel para virar realidade neste ano. “Eu, meu irmão e alguns amigos compramos a Ascoop, da qual eu já fui treinador, fui bicampeão de Brasília por lá. Mas soubemos na Federação que a agremiação tá afastada, e então nós contamos com a expertise do Legião, que nos abriu as portas para assumirmos o time por 10 anos, trabalhar e fazer a diferença no Campeonato Candango Feminino”, explicou.
Singol Santos é um colecionador de títulos em Brasília. Além de conquistar o bicampeonato local pela Ascoop, foi responsável pelos três títulos candangos e do Brasileiro Série A2 de 2018 do Minas Brasília. No ano passado, o técnico assumiu a equipe feminina do Gama, mas os problemas extracampo não permitiram ao Periquito ir mais longe na ocasião.
O Gama foi uma oportunidade de voltar a trabalhar com o feminino, é uma equipe de muita tradição aqui em Brasília. Aceitei a proposta do Gama e iniciamos o trabalho. As condições não eram ideais, mas mesmo assim conseguimos. O que acontece é que surgiram alguns problemas financeiros e o Gama não conseguiu honrar com as meninas. De qualquer forma, conseguimos segurar a situação até o final.
Singol Santos

Tanto o treinador como o irmão possuem uma relação com o Legião há alguns anos. Ambos são proprietários da escolinha de futebol ASH 2 Toques, que, além de participar de competições de base de Brasília, cedem regularmente atletas para as categorias de base do Legião. Essa relação de confiança ajudou a alavancar a parceria agora com o feminino.
Técnico com licença “A” da CBF, Singol Santos já tem uma estratégia definida para a montagem do elenco e sobre a estrutura a ser oferecida ao time durante o Candangão. “Estamos fechando com um clube aqui de Brasília onde vamos fazer uma seletiva de atletas. Temos um acordo com algumas meninas que passaram pelo Minas Brasília, como a volante Drica, a meia Katia Cilene, a Thalia ex-Ceilândia e que jogou pelo Aliança-GO. Temos conversado também com algumas jogadoras de fora do DF, queremos trabalhar com um elenco de 26 atletas”.
Com este plano ousado, o Legião Feminino sonha em brigar pela vaga na série A3 e em seguida ir galgando as divisões do nacional. Ainda sem data definida pela Federação, o arbitral que definirá os rumos da principal competição feminina de Brasília deverá ser realizada em setembro. Além do Real, Minas, Cresspom e Ceilândia, a expectativa é que mais clubes participem do campeonato até lá.
O projeto
“Um sonho sendo realizado e uma nova história sendo escrita”. É assim que Singo Santos e Hélber Damião descrevem o sentimento de estar à frente da primeira equipe feminina do Legião Futebol Clube.
Fundado em 2001 e profissionalizado em 2006, o LFC, que presta, em seu nome, uma homenagem à banda de rock brasiliense Legião Urbana, surgiu como uma iniciativa sócio-comunitária para reverter a situação cultural de crianças de baixa renda. Sua primeira equipe profissional consolidou-se em 2009 e, desde então, segue colecionando significativas experiências, sob uma enorme vontade de crescer.
O projeto de 2021 estreou com o pé direito. A começar pelo corpo diretor, que conta com nomes experientes do futebol feminino em Brasília como o diretor jurídico, Jônatas Coelho, o diretor financeiro, Leandro Coppi e os diretores de futebol, Singo Santos, Hélber Damião e Marcos Marques, para planeja iniciar as atividades práticas — as seletivas e a formação da equipe principal — no próximo mês, em agosto.

Com informações da assessoria de imprensa do Legião