Entre felinos, répteis e aves, dois grandes pássaros decidiram a final do futebol brasiliense neste sábado (29). Melhor para a Coruja, que superou a Águia e sagrou-se campeão da Segunda Divisão de Futebol do DF. Após uma partida de muito estudo e muito bem disputada, Capital e Taguatinga entraram no gramado do Estádio Bezerrão para decidirem quem levaria a taça no certame de acesso em 2018.
Tarta, pelo Taguatinga, e Dougão, pelo Capital, fizeram com que a peleja tivesse de ser decidida nos pênaltis. Melhor para a Coruja, que viu a estrela do jovem arqueiro Matheus Lorenzo brilhar, fazendo com que a celeste tenha o direito de bordar mais uma estrela (a terceira, com dois títulos da Segunda Divisão, além de outro da extinta Terceira) sob seu escudo.
Ligeiramente melhor
Os primeiros minutos foram do Taguatinga. O Capital até começou com um bom toque de bola, mas a Águia usou da experiência para botar a bola no chão e atacar com calma, e a maior parte de sua pressão foi proveniente do lado direito de campo.
Fazendo uma marcação no setor de ataque, o TEC conseguiu levar perigo no princípio: foram dois chutes de fora da área e três escanteios de muita pressão na zaga dos oponentes. Por impedir uma jogada de contra-ataque em velocidade de Tarta, que avançava pelo meio da defesa do Capital, Fabinho, vice artilheiro da Segundinha, com quatro gols, foi advertido com o cartão amarelo.
Mesmo com um bom volume de jogo, o Taguatinga não abriu o placar nos instantes iniciais; Logo após a parada técnica durante os 20 minutos, o Capital voltou melhor, seguindo as instruções do treinador Hugo Almeida.
Aos 23 minutos, Wisman arriscou do bico da grande área em uma boa oportunidade, mas a pelota passou pela linha de fundo no que foi a primeira chegada de perigo do Capital. O Taguatinga devolveu o susto. Kelvin chutou de fora da área, com firmeza, no entanto o projétil passou rente a trave de Matheus Lorenzo.
O primeiro tempo não teve muito mais objetividade do que isso. O excesso de cautela de ambas a equipes, que não queriam por nada a perder, tornou o jogo muito disputado no meio de campo, com pouco trabalho oferecido aos goleiros, exceto pelas tentativas do Taguatinga no começo da partida, que fizeram o arqueiro da celeste sujar o uniforme.
Aos 43 minutos de bola em jogo, Jobson teve a melhor oportunidade do embate até então. Após bom toque de Wisman, o camisa sete ficou sozinho de frente para Edmar Sucuri, invadiu a área e bateu cruzado, mas a redonda foi para fora. O primeiro tempo se deu por encerrado.
Equilíbrio em campo e decisão adiada por 30 minutos
O segundo tempo começou mais agitado. Logo aos 11 minutos, o Taguatinga tirou a monotonia do placar. Tarta avançou em velocidade, tabelou com Kelvin e recebeu o passe de lambuja, sozinho, chutando com firmeza ao gol, sem chances para Matheus Lorenzo: 1 x 0 no escore. O Capital não abaixou sua cabeça e, na saída de bola, por pouco Jobson não empata a partida, mas Edmar Sucuri segurou.
A torcida do TEC gostou do gol e cantava empurrando o clube, sem saber o que o destino havia reservado. Sem muito tempo para lamentar-se, o Capital aguou o chope dos adversários. Após um belíssimo cruzamento de João Magalhães, a bola foi ao encontro de Wisman e o atacante cabeceou de frente para Sucuri. O arqueiro cedeu o rebote e Dougão não desperdiçou. A cabeçada fulminante parou no barbante: 1 x 1 no placar, aos 16 minutos do segundo tempo.
A partir desse momento, o rendimento das equipes caiu consideravelmente. O calor escaldante que castigava as cabeças dos atletas, combinado à fadiga acumulada da competição, fez com que os atores principais da peça sucumbissem ao cansaço. Em várias oportunidades, jogadores de Capital e Taguatinga desabavam em campo, exaustos, com pouca energia de sobra para o restante da partida, que foi para a prorrogação.
Os 30 minutos extras não foram suficientes para mudar o quadro do jogo. Bastante monótonos, os clubes preferiam não arriscar suas fichas sem terem a certeza de que faturariam de fato com aquilo. O resultado foi uma prorrogação de perigo nulo e pouquíssimos esboços de reação.
Os maiores destaques foram as substituições. Ruan Neres e Jean Felipe, de Capital e Taguatinga, respectivamente, foram as únicas peças de velocidade em campo e ditaram o ritmo da partida. Jean Felipe por pouco não criou algo mais objetivo, mas seus companheiros estavam demasiados cansados. Daí a peleja rumou às penalidades máximas.
No duelo Sucuri x Lorenzo, brilhou a estrela do pupilo do Capital
Nos pênaltis, estratégias opostas. O Taguatinga, tal qual seu elenco, preferiu o modo clássico. Divulgou a lista de batedores com velocidade e aguardou o Capital. Hugo Almeida preferiu inovar e deixou que os jogadores decidissem quem tomaria a responsabilidade para si de praticar as cobranças.
Quem abriu a série foi o TEC. Índio converteu e abriu o placar. Na sequência, Wisman bateu com firmeza e empatou. Thompson desempatou para o Taguatinga e João Magalhães desperdiçou a sua cobrança, parando nas mãos de Edmar Sucuri. Amaral ampliou e Ruan Neres descontou para o Capital.
Em seguida foi o momento chave. Matheus Lorenzo, que por pouco não desviou a rota do chute de Índio, se tornou o herói do Capital. O jovem segurou os pênaltis de Radamés e Marcos Douglas, abrindo o caminho para o garoto Guilherme Pereira decidir. O camisa 20 cobrou feito jogador experiente e não desperdiçou. O Capital se tornava ali o grande campeão da 2ª Divisão do Campeonato Brasiliense de Futebol Profissional do ano de 2018.
Arbitragem foi um show à parte
É uma velha máxima no futebol que, quando a arbitragem passa despercebida, é porque realizou um bom trabalho. E assim foi durante toda a partida. O quinteto, comandado pelo árbitro CBF, Rodrigo Raposo, conduziu brilhantemente o espetáculo da final. De um lado na assistência, na posição um, a também integrante do quadro da entidade maior do futebol no país, Leila Cruz. Do outro, o não menos experiente Marconi Souza, além dos 4º e 5º árbitros. Marco Antônio já mais experimentado nos gramados do DF e a ascendente Cássia França, revelação da nova safra da CDAF, foram os responsáveis por mais essa bela atuação da arbitragem do futebol local.
FICHA TÉCNICA
CAPITAL/UNB 1 (5) x (4) 1 TAGUATINGA
Campeonato Brasiliense 2ª Divisão 2018 – Final
Estádio Bezerrão, Gama-DF – 29/09/2018 10h
Árbitro: Rodrigo Raposo
A1: Leila Cruz
A2: Marconi Souza
4º Árbitro: Marco Antônio
5º Árbitro: Cássia França
Inspetor: Jamir Garcez
Delegado: Geufran Oliveira
CAPITAL/UNB
Matheus Lorenzo; João Magalhães, Daniel Felipe, Lúcio Fernandes e Fabrício Teixeira; Kilberty Torres (Ruan Neres), Paulinho (Vinícius Lucas) e Fabinho (Guilherme Pereira); Dougão, Jobson e Wisman.
Técnico: Hugo Almeida
Gols: Dougão (16’ – 2º T). Wisman, João Magalhães, Lúcio Fernandes, Jobson e Guilherme Pereira (pênaltis)
Cartões amarelos: Jobson e Fabinho.
Cartão vermelho: não houve.
TAGUATINGA
Edmar Sucuri; Amaral, Badhuga, Índio e Gleissinho; Radamés, Thompson, Tarta e Maninho (Jean Felipe); Clécio (Marcos Douglas) e Kelvin (Shaolin).
Gols: Tarta (11’ – 2º T). Índio, Thompson, Amaral e Tarta (pênaltis).
Cartões amarelos: Clécio e Índio.
Cartão vermelho: não houve.
Por Gabriel Felipe
Gui você é um Guerreiro!! você merece!!! Glorias a Deus!!! valeu DF Sports