Em busca do tri, protagonistas do Ceilândia falam da expectativa para a decisão
O Ceilândia vai em busca de fazer história mais uma vez e quer alcançar a glória eterna, assim como foi nos anos de 2010 e 2012. O Gato Preto chega na sua oitava final seguida, a terceira nos últimos quatro anos. A equipe do DF Esportes foi até o CT do Gato Preto para bater um papo com o staff, comissão técnica e jogadores alvinegros.
O campeão do Candangão BRB 2024 será decidido em dois jogos na Arena BRB Mané Garrincha. O primeiro será disputado no próximo domingo (31), às 15h30 e o segundo no dia 6, no mesmo horário. O vencedor leva o prêmio de R$ 1 milhão e o vice-campeão fica com R$ 300 mil.
O Ceilândia será o mandante da partida de ida e para ter o apoio da sua torcida, o Gato Preto disponibilizou mil ingressos para a sua torcida. A distribuição será neste sábado (30), das 9 às 10h, no Estádio Abadião.
O primeiro jogo da decisão será realizado na mesma semana do 53º aniversário da Região Administrativa da Ceilândia. Presidente do clube, morador e ex-administrador da cidade, Ari de Almeida falou da ligação do Ceilândia com a RA.
“Tem todo um romantismo nisso, hoje a gente preside a única entidade que leva o nome da cidade. Costumo dizer que quem não gosta da cidade, não gosta do Ceilândia, e quem não gosta do Ceilândia, não gosta da cidade. Essa nossa luta de alguns anos a frente do clube é justamente para quebrar todas as barreiras de preconceito com a cidade. Temos orgulho de ser Ceilândia, o time de futebol e a cidade.
“Se falarmos que o dinheiro não será importante, estaríamos sendo demagogos, mas estamos focados em ganhar o título, mesmo sabendo que a premiação é uma consequência do título”, disse Ari de Almeida sobre o título e a premiação milionária do Candangão BRB 2024.
O presidente do alvinegro revelou que já existe um projeto para expandir e reestruturar o Centro de Treinamento e também o Estádio Abadião a partir do segundo semestre desse ano, já visando 2025, quando o time terá calendário nacional.
O estrategista Adelson de Almeida
Dono de uma grande história no clube, Adelson está na sua 13ª temporada como comandante, alcançou a sua 7ª final e foi o treinador dos dois títulos do Ceilândia. “Estou muito feliz, não é fácil você disputar 13 competições e chegar a sete decisões é motivo de muito orgulho. É um mérito todo do Ceilândia, eu jamais pensei no Adelson disputando sete finais e por consequência eu estava no comando”.
O experiente treinador falou sobre sua alcunha de ser um treinador mais defensivo e ao ser perguntado falou de forma muito descontraída.
Ainda bem que eu sou retranqueiro porque se eu não fosse a gente não estaria na final, o Gama teria virado o jogo passado (risos). Brincadeiras à parte, eu deixo isso para vocês jornalistas. Quem tá comigo aqui no dia-a-dia sabe como eu trabalho, eu acho que não é ser defensivo ou ofensivo, é ter um equilíbrio. E nesse equilíbrio o Ceilândia vem bem porque sempre estamos chegando.
Adelson falou que nenhum treinador gosta de ser rotulado como favorito e analisou o adversário. “São duas equipes que fizeram um grande campeonato, o Capital esteve ligeiramente à frente, tanto que foi líder nas duas fases, mas decisão a gente sempre joga de forma diferente, então vamos estudar o Capital e ver a melhor forma de encarar a equipe”.
Na primeira fase, o Ceilândia sofreu a sua única derrota na competição e foi em uma goleada contra o Capital, que aplicou 5 a 1 no Estádio JK. Perguntado se esse jogo já foi superado, Adelson brincou: “Para mim não passou não né, rapaz. Eu que tomei de cinco (Risos). Mas naquele dia o Capital foi muito bem e aproveitou todas as chances que teve para ganhar o jogo.”
Artilheiros alvinegros
Na sua 4ª final de Candangão com a camisa alvinegra, Romarinho falou da vontade de conquistar o seu primeiro título com a camisa do Ceilândia. O jogador já conquistou um título, mas foi vestindo a camisa do Brasiliense.
“Eu venho marcando gols, chegando nas finais, mas a gente vem batendo na trave, assim como batemos no ano passado na Série D. Chegou a hora de escrever um novo capítulo, não só com gols, mas também com títulos.
Romarinho falou também do casamento perfeito com o Ceilândia e mostrou muita gratidão ao ser perguntado sobre o carinho pelo clube. “Tem toda uma história, eles me pegaram quando eu tive uma lesão no joelho e eles sempre me dão confiança e me botam para jogar, independente se estou com dor ou desconforto”.
Vice-artilheiro do Candangão com 7 gols, Felipe Clemente falou da dupla com o seu parceiro de ataque, Romarinho. O atacante que também já deu quatro assistências falou que não tem vaidade entre eles. “Teve até um jogo contra o Santa Maria, em que eu tive a oportunidade de fazer o terceiro gol e dei o passe para ele. Independente de quem faz o gol, o importante é a vitória para o time”.
Antes de chegar ao Ceilândia, Clemente esteve no Capital e vai reencontrar o seu ex-clube na decisão. Uma das armas alvinegras, o atacante falou de uma possível lei do ex. “Vou trabalhar bastante nessa semana para que na final eu possa estar fazendo gol. A gente sabe muito da qualidade do Capital, mas espero que papai do céu me abençoe para marcar mais um gol e espero que tenha a lei do ex, né? (Risos)”.
Força defensiva
O Ceilândia sofreu 11 gols em 11 jogos, mas em 6 dos 11 jogos. O goleiro Thiago Santos, presente em 10 jogos, não esteve no jogo contra o Capital, sendo o 2º goleiro menos vazado da competição.
O arqueiro ceilandense foi o último jogador da equipe titular a chegar na equipe. Os outros quatro defensores são remanescentes da espinha dorsal do time. O goleiro que chegou da Anapolina é um dos destaques da equipe. “Tiramos uma equipe bem tradicional do futebol brasileiro que é o Gama, além de outros adversários. A gente fala que agora falta a cereja do bolo, vamos ver se conseguimos implantar nosso ritmo de jogo, com humildade, como foi desde o início, para levantar esse título”, analisou o goleiro do Ceilândia.
A equipe e o staff do Ceilândia prometem muita entrega nos 180 minutos que decidirão o título do Candangão BRB 2024 e querem levar a taça para os 350 mil habitantes da Região Administrativa.