Especial Candangão: quem são e por onde andam os 10 últimos artilheiros
Na tarde deste sábado (28), a bola vai rolar para Santa Maria e Paranoá, às 10h30, no estádio Serra do Lago, abrindo a 48ª edição do Candangão. Até aqui, foram disputadas 47 edições da competição, mas em váriois anos, mais de um jogador recebeu o trófeu de artilheiro do torneio.
Além de anos em que dois jogadores dividiram a artilharia, o Candangão tem um recorde nacional que até hoje nunca foi batido. Em 2015, cinco jogadores dividiram a artilharia, feito que não foi repetido em nenhum outro estadual até hoje.
O maior artilheiro é Joãozinho, do Taguatinga, com 25 gols marcados em 1992 no tricampeonato da equipe. Dois jogadores dividem o posto na segunda colocação: Fantato, do Gama, que fez 23 gols em 1980, quando o time foi vice-campeão, e Marcilio Luis, conhecido como Santos, do Brasília, que fez 23 gols em 1983 no título da equipe.
O DF Esportes traz hoje pra você um resumo sobre os últimos 10 jogadores a conseguirem a artilharia do Candangão, confira:
2013
Laécio – Sobradinho, 13 gols
Laécio chegou ao Sobradinho com 32 anos como a principal esperança de gols no ataque. Começou no futebol atuando pelo Amparo-SP, e também passou por times como Palmeiras e Santos. No exterior, atuou pelo Kristianstads, da Suécia.
Ele foi fundamental para a equipe, marcando 13 dos 25 gols do time no torneio, consagrando o ataque como o melhor da competição. O Sobradinho chegou na semifinal do primeiro e do segundo turno, mas em ambas acabou eliminada. Seu último registro como jogador foi em 2019, atuando pelo Nacional-SP.
Após uma experiência como auxiliar técnico no São José, virou treinador em 2022, e já no primeiro ano da carreira foi campeão com a equipe do Santa Catarina-SC, na terceira divisão estadual. Assumiu esse ano o União Suzano, no Paulista A3.
2014
Éder – Formosa, 9 gols
Éder teve uma longa carreira que começou no Araguaina-GO, chegando ao Formosa aos 32 anos, perto da sua aposentadoria, que segundo os registros foi em 2015.
Naquele ano, Éder fez 9 gols dos 16 que a equipe marcou no campeonato. Apesar do bom desempenho, o Formosa ficou em nono, um ponto atrás da zona de classificação. A defesa da equipe foi a pior da competição com 21 gols sofridos, o que complicou a classificação para a próxima fase.
2015
Luiz Carlos – Brasiliense, 6 gols
Luiz Carlos era conhecido pela torcida do Jacaré como Imperador, muito pela forma física e pelo jeito de jogar que lembrava o atacante Adriano, que levava o mesmo apelido. Ele teve média de mais de um gol por jogo na equipe, fazendo o melhor ano de sua carreira no Brasiliense. Mesmo assim, não conseguiu evitar a eliminação para o rival Gama nas quartas de final.
O atacante também acumulou muitas confusões e ficou de fora de vários jogos a nível nacional, chegando até a ser suspenso por atirar uma garrafa em um bandeirinha, episódios que prejudicaram sua continuidade na equipe. Encerrou a carreira no Caucaia-CE, em 2018 e hoje faz cursos de treinador na CBF, esperando oportunidades de trabalho
Heverton – Brasília, 6 gols
Chegou ao Brasília após passagem pelo Paysandu, ainda tentando fugir da polêmica queda da Portuguesa em 2013, onde teria sido escalado de forma irregular, o que até hoje é contestado. Foi o principal nome ofensivo do Brasília no Candangão, levando o time até a final, mas perdendo o título para o Gama.
Voltou para o DF em 2018 para atuar no Real Brasília, e ainda jogou por Luziânia-GO e Sobradinho, onde encerrou a carreira em 2020.
Thiago Miracema – Gama, 6 gols
Thiago foi importante para o Gama ser campeão naquele ano. Quando não fazia gol, conseguia uma boa assistência. Em 2015 ele fez um dos gols mais polêmicos da história do Candangão, um gol de mão que, devido a falta de recursos tecnológicos, não pode ser observado.
O gol fez o Gama passar em segundo, ao invés do terceiro lugar, e mudou os rumos do campeonato na segunda fase. Ao todo, a equipe marcou 16 vezes naquele ano.
Thiago, que é de Tocantins, voltou no final da carreira pro seu estado, atuando pelo Tocantins Miracema em 2020 e encerrando a carreira na segunda divisão estadual, atuando pelo Nova Conquista em 2021.
Laécio – Sobradinho e Éder – Luziânia
Laécio, artilheiro em 2013, e Éder, artilheiro em 2014, que já apareceram aqui, voltaram a aparecer na artilharia do Candangão no ano de 2015.
2016
Aldo – Luziânia e Grampola – Gama, 6 gols
A artilharia em 2016 foi novamente dividida, mas dessa vez, apenas entre dois jogadores.
O primeiro foi o volante Aldo, que já mostrava no passado o faro de gol apurado. Jogador que sempre pisa na área, também mostrou categoria nas finalizações, e assim conseguiu ajudar o Luziânia a conquistar o seu segundo título na competição. Atualmente está no Brasiliense, onde chegou em 2019.
Já Grampola virou ídolo do Gama, e esse foi um dos seus bons anos pela equipe, pois além da artilharia na competição, ainda foi o artilheiro da Copa Verde e ajudou o Gama a ficar com o vice-campeonato, tendo feito inclusive dois gols no último jogo.
Após o feito, Grampola rodou por alguns times do Brasil e jogou até nós Emirados Árabes, pelo Dibba Al Hisn. Voltou em 2022 ao DF para atuar pelo Capital, e atualmente está na elite do futebol mineiro, vestindo a camisa do Ipatinga.
2017
Romarinho – Ceilândia, 13 gols
Romarinho fez sua segunda temporada com o Gato Preto e teve o grande ano da carreira em 2017. Além dos 13 gols no Candangão, chegou a ser o segundo jogador com mais gols no país na temporada, com 18 marcados.
A paz com a equipe acabou pouco antes da Série D, pois o jogador assinou um pré-contrato com o Brasiliense, notícia que foi dada pelo Correio Braziliense na época, e a equipe não gostou do fato. O jogador está por empréstimo no Samambaia onde irá disputar o Candangão 2023.
2018
Michel Platini – Sobradinho, 11 gols
Com nome de craque francês, o atacante sempre mostrou faro de gol pelos times que passou, não a toa é conhecido como “Rei da Bulgária” pelas grandes passagens que teve pelo futebol europeu, além de outros bons anos que também foi artilheiro no DF.
Com 11 gols em 15 jogos, Platini foi a referência do ataque do Sobradinho, que voltou a ser campeão após 31 anos sem títulos.
Curiosamente, o atacante já tinha definido sua aposentadoria, e só aceitou jogar graças a um pedido de um grande amigo, o treinador da equipe, Victor Santana, com quem fez a dupla de ataque titular que foi vice-campeã da Série C em 2004 com o Gama. Gueldini, coordenador técnico da equipe e treinador naquela época, também pesou na decisão.
Platini segue em atividade e atuará no Candangão 2023 pela equipe do Gama novamente
2019
Jessuí – Formosa, 8 gols
O atacante ficou conhecido como “chuteirafone” pela sua comemoração dos gols que fazia, levando a chuteira ao ouvido, como se fosse um telefone.
Apesar da quantidade de gols marcados, não foi suficiente para ajudar o Formosa na competição, pois o time acabou eliminado ainda nas quartas de final pelo Gama. Após o Candangão, o jogador foi para o Tiradentes-CE e depois voltou ao Formosa no Candangão 2020, quando o time foi novamente eliminado para o Gama, dessa vez na semifinal. Foi a despedida do jogador dos gramados nas competições profissionais.
2020
Nunes – Gama, 13 gols
Nunes teve em 2020 o melhor ano da carreira, ajudando o Gama a ter um dos melhores ataques do país. Foram 13 gols marcados no Candangão e, ao todo, 20 gols marcados nos 28 jogos que disputou.
No jogo decisivo, Nunes fez um dos gols que ajudou a levar a decisão para os pênaltis e ainda fez o seu na cobrança da penalidade máxima.
O jogador é até hoje um dos principais ídolos da torcida, que ainda lamenta a má gestão em 2020 que deixou de pagar os salários e direitos dos atletas e prejudicou muito a busca pelo acesso na Série D. Nunes está atualmente no Goianesia-GO.
2021
Zé Love – Brasiliense, 11 gols
A incrível temporada de Zé Love o credenciou não só a artilheiro do Candangão, com 11 gols feitos em 12 jogos disputados, mas também o colocou novamente como um dos principais atacantes do país, chegando a ser o quinto a ter mais gols no ano, com 18 marcados, mesmo número que alcançou o jogador Pedro do Flamengo-RJ, que recentemente disputou a Copa no Catar.
Em 2020, o atleta fez 24 gols e também figurou entre os cinco jogadores que mais fizeram gols no ano. Zé Love ajudou o Brasiliense a vencer mais uma vez o Candangão e tentou ajudar a equipe no acesso, o que não aconteceu.
Zé Love acabou sofrendo com depressão, que se agravou principalmente após ser suspenso por um longo período do futebol, e acabou saindo da equipe. Recentemente ele voltou aos gramados atuando pelo Cianorte-PR, onde estreou já fazendo o gol da vitória.
2022
Marcão – Brasiliense, 9 gols
Marcão chegou ao Brasiliense para disputar a posição com o último artilheiro da competição, Zé Love, mas acabou ganhando a posição graças a suspensão do artilheiro do amor, e aproveitou bem a oportunidade.
O atacante foi destaque e peça importante do ataque do Brasiliense, que acabou sendo campeão. Foram nove gols marcados, e o novo camisa 9 caiu de vez nos braços da torcida. Marcão também foi escolhido como um dos melhores atacantes da competição na seleção da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), mas acabou sendo emprestado esse ano para o Caxias, que disputa o Gauchão.
