Esporte é vida. Essa é uma das frases mais comuns que ouvimos no dia a dia de quem faz do desporto um estilo de viver. No caso de quem nasceu com alguma dificuldade na locomoção ou foi vítima de graves lesões provocadas por um acidente o esporte pode ser fundamental na reabilitação.

Pedro Lucas Ramos joga basquete em cadeira de rodas todas as quintas-feiras como parte da sua fisioterapia. Morador do Riacho Fundo 2, o jovem de 14 anos nasceu com algumas deficiências entre elas, os pés tortos e também com mielominigocele, defeito congênito na medula espinhal que não se desenvolveu corretamente quando Pedro Lucas era bebê.

O garoto, que já foi submetido a 10 cirurgias, diz gostar de esportes desde quando era ainda mais jovem, esse amor fez com que ele tentasse deixar de lado a cadeira para se divertir em pé. “ Eu sempre gostei de esportes e jogava mais futebol porém estava causando dores no meu quadril e eu resolvi tentar outra modalidade. Tentei o basquete convencional e também sentia dores. Então, fui ao Hospital Sarah Kubitschek (referência nesse tipo de tratamento) pra ver se haveria mais alguma opção pelo qual eu pudesse me interessar. Conheci o basquete em cadeira de rodas e eu gostei muito”, explicou.

Incentivado pelos médicos, Pedro Lucas gostou tanto da modalidade que pretende se especializar

A fisioterapeuta neurológica, Alana Estácio, aponta a atividade esportiva como um dos principais meios de integração dos deficientes físicos na sociedade. Segundo a doutora, “a prática esportiva, sem dúvida,  interfere de forma positiva na parte cognitiva, física e psicológica dos pacientes. Muitas pessoas com deficiência começam a sair de casa e fazer novas amizades devido a esse novo caminho que encontram. A partir do momento em que participam de competições começam a focar mais no preparo físico e mental. Em geral passam a ter um olhar diferente e melhor em relação a eles próprios.”,  concluiu.

Epaminondas Júnior, irmão de Pedro Lucas, acompanha de perto os avanços feitos pelo adolescente desde que o esporte entrou na vida dele. “ Meu irmão mudou bastante. Ele estava meio desanimado porque gostava muito de jogar futebol, mas a dificuldade na locomoção dele acabava atrapalhando. Até que em um determinado momento o Sarah apresentou algumas modalidades para ele, canoagem, tênis de mesa, e quando ele descobriu o basquete de cadeira de rodas, ficou muito motivado e pensa até em se profissionalizar”, contou.

Pedro Lucas se mostra empolgado e preparado para se tornar um profissional do esporte paralímpico. Ele contou à reportagem DF Sports que chegou a receber uma sondagem de um time do Paraná, não revelado. E, que caso se essa possibilidade  já se imagina morando em outro estado para seguir na carreira de seus sonhos. “ Fui chamado para ir para o Paraná.  Estou mais do que preparado para ir e muito tranquilo mesmo que tenha que deixar parte da minha família aqui em Brasília”.

Por Willian Souto 

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