Finais Inesquecíveis: 1989, regulamento diferente e final com gostinho de rivalidade

O DF Esportes segue relembrando ao torcedor candango algumas das grandes finais que aconteceram no nosso futebol. E hoje a história é sobre o campeonato de 1989, ano que teve um regulamento confuso, com três fases com pontuações diferentes das atuais, além de uma revanche na final, disputada por Sobradinho e Taguatinga.

Regulamento

A competição de 1989 teve um regulamento diferente. Tudo começou pelas fases da competição, que envolveu três turnos diferentes. Ao todo, foram oito times presentes na primeira fase: Brasília, Ceilândia, Gama, Guará, Planaltina, Sobradinho, Taguatinga e Tiradentes, esse último que defendia o seu título conquistado no ano anterior. Em cada um dos turnos, os times eram divididos em dois grupos com a mesma quantidade de equipes, jogando todos contra todos. O vencedor de cada grupo disputava o título daquela fase em duelo direto em dois jogos.

As semifinais do campeonato foram disputadas pelos três vencedores dos turnos anteriores, que somavam um ponto a mais como bonificação, e mais o time que somou mais pontos nos três turnos, fora os vencedores.

As mudanças não pararam por aí, o sistema de pontos também foi diferente nessa edição. A vitória valia os mesmos três pontos que valem atualmente, porém o empate no tempo normal levava o jogo para os penâltis em todos os jogos, e quem vencesse nas penalidades ganhava dois pontos e o perdedor um ponto.

No primeiro turno, a decisão foi entre Guará e Sobradinho, e quem levou a melhor foi o Lobo. No primeiro jogo, as equipes ficaram no 2 a 2, mas no jogo de volta, o Guará conseguiu vencer por 1 a 0 e garantir o primeiro turno.

Já no segundo turno, a decisão foi entre Tiradentes e Taguatinga, melhor para a Águia que venceu a primeira partida por 2 a 1 e segurou o resultado no segundo jogo, um empate por 1 a 1.

No terceiro e último turno, o Sobradinho chegou novamente na final, dessa vez contra o Ceilândia. O Leão venceu ambas as partidas por 1 a 0.

Com esses resultados, os times classificados para a semifinal geral foram Guará, Taguatinga e Sobradinho, que venceram os três turnos, e o Ceilândia, que fora os três classificados, teve a maior pontuação. Na segunda fase as quase equipes jogaram entre si e os dois finalistas foram decididos. Sobradinho, que fez mais pontos, levando a vantagem do empate para a final, e o Taguatinga, segundo colocado, avançaram invictos nesta fase para a decisão.

A final

O Taguatinga chegou à final querendo quebrar um tabu de vários anos sem conseguir ser campeão do Candangão novamente. Naquela altura, a equipe só tinha o título de 1981. Já o Sobradinho chegou na final com uma excelente campanha e como favorito à conquista. As duas equipes carregavam também uma certa rivalidade, já que em 1985 e 1986, ambas disputaram o título do Candangão e, nas duas, o Sobradinho se sagrou campeão. Em 86, o Taguatinga chegou a ter a vantagem do empate na final, mas saiu derrotado.

A final de 89 começou tensa, e o clima de rivalidade foi visto em campo, o que foi confirmado pelo alto número de faltas. Com 25 minutos, já eram seis amarelos, sendo três para cada lado. Quem chegou primeiro foi o Sobradinho, quando o atacante Wadi recebeu pela direita e chutou forte, mas sem perigo. Logo depois o Taguatinga teve a chance abrir o placar com o volante Da Silva, que driblou o goleiro mas, ao invés de chutar, tentou cruzar, e pegou errado na bola.

O Sobradinho atacava e chegava com mais perigo, e acertou a trave com Michael pela esquerda. A bola ainda bateu na mão do goleiro Roberto Costa e poderia voltar ao gol, mas a defesa conseguiu tirar. O Taguatinga respondeu pouco depois, em dois lances de cabeça de Marcelo Freitas, que por muito pouco não entraram.

Na metade do primeiro tempo, veio o gol que decidiu aquele campeonato, logo de um dos maiores ídolos do Taguatinga. Marquinhos Paraíba cruzou escanteio com muita qualidade, Joãozinho conseguiu dar um passo atrás e sair da marcação para, de cabeça, mandar para o fundo do gol e fazer 1 a 0. O Sobradinho sentiu o gol e errou bastante as jogadas seguintes, e o placar se manteve assim no primeiro tempo.

Já na segunda etapa, o Sobradinho voltou melhor, forçando na bola aérea, e o Taguatinga segurou a marcação. Mas a equipe seguiu dominando as ações ofensivas e por pouco não buscou o empate, chegando a ter uma falta em dois lances cobrada pouco depois da marca do pênalti, para fora. No último lance, ainda teve um chute na trave.

Final de jogo, 1 a 0 e o segundo título do Taguatinga finalmente era conquistado, oito anos depois. A Águia que teve o goleiro menos vazado na competição, com 13 gols sofridos em 18 jogos disputados, e também o artilheiro daquele ano, Moura, que fez 14 gols.

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