A comissão do Esporte da Câmara dos Deputados realizou nesta terça-feira (19) uma audiência pública para poder discutir a utilização do Video Assistant Referee (VAR) no futebol brasileiro, bem como o funcionamento dele nas partidas. O ex-árbitro Leonardo Gaciba afirmou que tentará fazer com que os áudios das conversas entre os árbitros do VAR e o quarteto em campo sejam divulgadas.

Gaciba, que agora preside a Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, apresentou os números do VAR no Campeonato Brasileiro e disse não ver problema na divulgação dos áudios das conversas entre os árbitros. “Vamos pedir essa permissão ao IFAB (International Football Association Board é o órgão que regulamenta as regras do futebol). Não todos, mas queremos mostrar alguns áudios quando eles forem decisivos para a tomada de decisão”, explicou. “É direito do torcedor saber disso”, completou.

A audiência foi uma iniciativa conjunta dos deputados Hélio Lopes (PSL-RJ), Flordelis (PSD-RJ) e Luiz Antônio Teixeira Jr (PP-RJ), este último autor do Projeto de Lei (PL) 5572/2019, que pede que seja divulgada toda a conversa entre o VAR e a arbitragem de campo durante as partidas, para que os clubes e torcedores possam saber exatamente o que foi discutido e qual a dúvida em relação a jogada.

Teixeira Jr explicou o porquê da solicitação da divulgação das conversas. “Nós queremos que haja transparência e que tudo ocorra da mais correta forma possível, sem que haja nenhum tipo de interferência de fora. O estatuto do torcedor exige transparência no futebol, e é isso que buscamos”, afirmou.

Desafio

O deputado Delegado Pablo (PSL-AM) levantou uma questão que foi bastante debatida na audiência: a utilização de um desafio por parte das equipes, através dos treinadores, como acontece atualmente no vôlei, por exemplo. Ele propôs encaminhar um pedido oficial a CBF para que a entidade interceda e dialogue com o IFAB pedindo a mudança no protocolo do VAR.

Dificuldades

O presidente da Comissão Especial de Planejamento e Desenvolvimento da Arbitragem da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ), Jorge Rabello, representou a arbitragem do Rio e criticou a forma com que os profissionais vêm sendo tratados. “A tecnologia é muito boa e sempre ajuda a arbitragem, é claro, mas as federações estaduais vêm tendo dificuldades financeiras, e nós precisamos priorizar o investimento no ser humano, pois mesmo com alta tecnologia, precisamos ter árbitros preparados para as partidas”, alega.

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