Godofredo Gonçalves minimiza intervenções no JK e detalha montagem do Capital

Foto: Reprodução/Instagram

O DF Esportes apresenta a segunda parte da entrevista realizada com o presidente do Capital, Godofredo Gonçalves (foto acima ao centro). Na primeira parte, o dirigente da Coruja falou sobre os primeiros anos de sua gestão como uma forma de aprendizado, além de elogiar a organização do Candangão 2024 promovida pela Federação de Futebol do DF.

Neste ano, o time sofreu com intervenções dos órgãos fiscalizadores do GDF sobre o estádio JK, localizado na cidade satélite do Paranoá. Mesmo seguindo à risca as orientações da Polícia Militar, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e afins, o estádio teve a presença de torcida adversária vetada na última rodada da primeira fase do candangão deste ano diante do Gama, o que gerou várias reclamações do visitante. A última intervenção foi no último mês de outubro, quando o DF Legal sob o argumento de uma denúncia anônima, simplesmente interditou o estádio deixando centenas de alunos das escolinhas sem aulas.

O dirigente da Coruja relembrou sobre o estado precário no momento em que recebeu o estádio JK, e todas as benfeitorias realizadas durante a gestão do clube no espaço. Por mais de uma década, o estádio inaugurado em 2002 ficou impossibilitado de receber partidas por conta do abandono das autoridades: “Toda entrevista eu repito muito isso, a gente tem que massificar isso. O JK é um estádio que estava fechado há onze anos, completamente abandonado sem a utilização de ninguém. Então pelo projeto “Adote Uma Praça” a gente passou a fazer a gestão do estádio, e hoje eu tenho a tranquilidade em afirmar que é uma das melhores praças do Distrito Federal, disparado. Tanto em relação à gramado, em relação à estrutura para receber os torcedores, quanto em utilidade pela comunidade, desde os 1070 alunos que a gente atende lá até diversas agremiações que mandam seus jogos, que fazem seus campeonatos de iniciações esportivas lá. Então eu tenho plena tranquilidade de falar que hoje o JK tem todas as condições de receber qualquer jogo em nível local ou nacional. Falta só a iluminação que é uma parte que a gente vai providenciar assim que conseguirmos um calendário nacional. Já temos acessos diferenciados conforme a Polícia Militar solicitou. O Corpo de Bombeiros solicitou a instalação de novos pára-raios, fizemos o projeto, mandamos para eles, eles aprovaram, instalamos dois novos pára-raios para dar segurança para todo mundo. Todas as saídas de emergência sinalizadas, banheiros diferenciados, isolamento de torcidas, duas bilheterias distantes e amplas, novo bar interno no estádio para os torcedores que é para atender todo mundo…então, totais condições de receber jogos com duas torcidas, com segurança para todo mundo. Então isso aí a gente tem orgulho de falar”.

Os constrangimentos sofridos poderiam ser caracterizados como uma espécia de perseguição dos órgãos públicos. Mas não é o que pensa o presidente do Capital. Ele minimizou os acontecimentos, e creditou as ações dos agentes públicos à falta de conhecimento da legislação para explicar as intervenções: “Em relação à situação do DF Legal, infelizmente ocorreu, e algo bastante assim, vamos usar a palavra, surpreendente. Porque, como bem falado, não é uma atribuição do DF Legal vistoria de estádios. É algo que eu acho, acontece muito por falta de conhecimento, né? Não é nem pela maldade, nem por nada não. O futebol de Brasília hoje está em uma crescente muito grande, muito boa, mas as pessoas acompanham pouco ainda. Por acompanhar pouco, eles (os órgãos) não possuem conhecimento da legislação vigente. Então acaba que se confundem. Houve essa visita do DF Legal que sumariamente interditou o estádio, não deu nem a notificação para esclarecimentos, optou por interditar. Mas graças a Deus, em menos de 24 horas eles mesmos reconheceram que não era algo de interdição, foram lá, retiraram a interdição e o estádio voltou a ter plena utilização de todo mundo muito rápido. E a gente espera assim, nossa relação com a Administração Regional do Paranoá é muito boa, mas que todos os órgãos envolvidos passem a entender mais do futebol local, valorizar mais o futebol local permitindo por meio do nova Lei Geral do Esporte, que as pessoas vão até o estádio. Muito gente leva isso como brincadeira, mas não é brincadeira. Isso é profissão. A gente emprega centenas de pessoas diretamente. É questão social, questão de segurança. A pessoa que passa uma tarde ali no estádio, ela está se divertindo, está assistindo o esporte, não está fazendo nada errado. Ela não está procurando coisa errada. Ela não está sujeita a coisas erradas, então já é um benefício social também. É isso que a gente pede, que as autoridades também vejam”.

O Capital surpreendeu muita gente ao divulgar contratações de nivel, como o Diretor de Futebol Gustavo Cartaxo (ex-Náutico-PE) e principalmente o técnico Paulinho Kobayashi (Ferroviário-CE). Afinal, era natural que para o treinador campeão invicto de uma competição tão difícil como é a Série D, chovessem propostas financeiras melhores e de clubes que possuíssem calendário integral. A expectativa do dirigente, é que o sucesso nas contratações se reflitam também dentro das quatro linhas: “A gente espera todo ano o título (risos). A gente já começa com essa expectativa, claro que vai ser um campeonato muito difícil. Desde que eu estou no Capital em 2019, tenho tranquilidade em afirmar que será o mais difícil de todos, pela qualidade das equipes, pela qualidade dos atletas que estão vindo…realmente vai ser um campeonato muito difícil, mas que a gente não pode entrar diferente desse objetivo, que é ser campeão. Paulinho Kobayashi é um treinador que foi campeão invicto da série D, algo bastante difícil. Você imagina aí, começa com 64 equipes e o cara consegue ser campeão sem perder um jogo. Então realmente é um feito muito grande e mostra toda a competência dele. A gente já tinha um contato antigo, mais ou menos um ano por aí, ele já estava combinado com o Ferroviário. Muito correto, falou que iria cumprir com todo o contrato, e se dispôs a conversar após o término do contrato dele, que aconteceu após o título do Campeonato Série D. Tivemos uma conversa muito boa, apresentei o projeto, gostei muito da conversa que tive com ele porque assim, ele entendeu o projeto, viu o potencial do futebol de Brasília e aceitou esse desafio. Porque, se coloque no lugar dele: imagina um cara campeão invicto da Série D ir para um time que não tem calendário? Vai jogar só um estadual? Então ele realmente deve ter visto potencial. Tenho certeza que ele viu, sabe da necessidade que a gente tem de chegar nessa final, de conseguir esse título para o Capital e começar a angariar oportunidades no cenário nacional, que é a Copa do Brasil, Série D, Copa Verde, e aí a gente despontar no cenário nacional. Os times esse ano vem se organizando muito, muito mesmo, a gente não vai ter um campeonato de grande diferença de pontuação, acredito eu. Então, os jogos vão ser decididos nos detalhes, e a gente está ciente disso, se preparando pra isso. Vamos nos apresentar já em dezembro buscando a melhor preparação possível, já temos até alguns amistosos agendados para que no dia 13 de janeiro, a gente faça a nossa estreia com o pé direito, e se Deus quiser, com os três pontos” afirma.

Por fim, Godofredo Gonçalves mandou um recado para os críticos de plantão, que dizem que o time sempre decepciona nas fases decisivas. Disse aceitar as provocações de forma bem tranquila, e que espera dar o troco dentro de campo: “Primeiro que a provocação faz parte do futebol, né? (risos). Acho isso muito legal, muito saudável, e é o que faz o futebol crescer. Tem a resenha, a provocação…então, não posso deixar de discordar. Como eu falei no início, a gente vem de um aprendizado. Infelizmente a gente bateu na trave nos três últimos anos, mas uma hora o que se planta, se colhe. A gente acredita muito nisso, esse ano estamos com uma mescla de elenco muito interessante, muito boa, jogadores rodados nacionalmente, acostumados com títulos. Trouxemos jogadores que gostam de levantar taças, que sabem chegar na hora “H” e decidir. Isso com a mescla dos jovens da casa. Então, acho que essa pode ser uma receita bem interessante, para aí inverter a ordem da provocação, né? Então aí vai chegar a nossa vez de provocar: “a gente falou que iríamos chegar e a gente chegou”.

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