Guia Brasileirão Feminino Série A1 – O que espera o Real Brasília na temporada 2023

A partir desta sexta-feira (24), a bola irá rolar para a temporada 2023 do Campeonato Brasileiro Série A1, a elite do futebol feminino do país. Serão 16 equipes de todas as regiões do Brasil que brigarão pelo título deste ano, e também buscarão escapar do rebaixamento à série A2.

A fórmula de disputa seguirá a mesma de anos anteriores. Todas as dezesseis equipes se enfrentam em turno único, e ao final as oito melhores se classificam para as quartas de final, enquanto as quatro piores serão rebaixadas. Daí em diante são confrontos em mata-mata até a final. O campeão e o vice-campeão brasileiro possuem vagas garantidas na Copa Libertadores Feminina de 2024, e irá se juntar ao Palmeiras-SP (atual campeão sul-americano)

Este ano, a competição será suspensa em junho, por conta da realização da Copa do Mundo Feminina, prevista para ter início no dia 20 de julho. Assim, a fase semifinal do Brasileirão será retomado após o evento mundial (agosto).

REAL BRASÍLIA

Atuais tricampeãs candangas, as Leoas do Planalto irão para a terceira temporada seguida na elite nacional com o astral em alta. Em 2022, o Real Brasília realizou sua melhor campanha no Brasileirão (5ª posição), e mesmo sendo eliminado pelo Corinthians na segunda fase, a sensação é de dever cumprido e otimismo com a próxima temporada.

A equipe perdeu algumas peças importantes do elenco, como a volante Vivian (São Paulo) e a meia Camila Pini (Athletico-PR). Mas em compensação manteve boa parte do elenco e trouxe cinco reforços: a lateral esquerda Júlia Cipriani (São José-SP), a volante Lorena Bedoya (Apollon-GRE), as meias Karla Alves (Grêmio-RS) e Lady Andrade (Deportivo Cali-COL) e a atacante Ju Oliveira (São José-SP). O técnico Adilson Galdino permanece à frente da equipe leonina.

AVAÍ KINDERMANN

Equipe tradicional do futebol brasileiro, o Avaí Kindermann-SC foi o décimo colocado de 2022, manteve parte do elenco, mas perdeu destaques importantes de sua equipe titular, como a goleira Maike, a meia Vilma (ambas para o Bahia-BA) e a atacante Fabíola Sandoval (Internacional-RS). Mas trouxe como reforço as meias Luciene Baião (Esmac-PA), Ximena (Peñarol-URU), Lourdes González (Libertad-PAR) e Rafa Marques (São José-SP). A técnica Carine Bosetti segue no comando das Leoas. Tendo seu estádio (Salézio Kindermann em Caçador-SC) como verdadeiro alçapão, o time deve brigar pelo G8.

ATLÉTICO MINEIRO

As vingadoras comandadas pela técnica Lindsay Camila bateram na trave ano passado e ficaram de fora das quartas de final. Para esta temporada, as atuais campeãs mineiras mantiveram a base do time, e trouxeram o trio destaque do Deportivo Cali do ano passado: a volante Jorelyn Carabalí e as atacante Manuela Pavi e Ingrid Guerra. Em compensação, a zagueira Hillary e a atacante Yisela Cuesta deixaram o alvinegro rumo à Athletico-PR e Ferroviária-SP respectivamente. O time deve repetir a boa campanha da temporada passada e brigar na parte de cima da tabela.

ATHLETICO PARANAENSE

Sob o comando do técnico Bruno Basso desde a temporada passada, o Furacão Feminino “debuta” no Brasileirão Série A1 neste ano pensando apenas na permanência. O time sofreu uma reformulação e trouxe vários reforços, como as zagueiras Jajá (Santos-SP) e Hillary (Atlético-MG), a volante Nathalia Rodrigues (Fortaleza-CE), a meia Camila Pini (Real Brasília) e a atacante Thayslane (São Paulo-SP).

BAHIA

As mulheres de aço estão de volta ao Brasileirão Série A1 depois de terem sido rebaixadas em 2021. Há quase quatro anos no projeto, o técnico Igor Morena segue no comando do time com a missão de permanecer na elite. Impulsionadas pelo grupo City (investidor do Bahia), o tricolor renovou com as atacantes Ellen e Miúda, porém não conseguiu manter a artilheira Gabi Itacaré, autora de 19 gols na temporada passada. Quem também chega para reforçar o time são a goleira Maike, a meia Vilma (ambas do Avaí Kindermann), a meia Taba (RB Bragantino-SP) e a atacante Yenny Acuña (Santiago Morning-CHI).

CEARÁ

Atual campeão brasileiro da Série A2, o Ceará sonhava com a elite, mas acordou em um pesadelo. Isto porque a equipe principal do Ceará acabou rebaixada para a segunda divisão e viu suas receitas despencarem. Após ameaças de acabar com o time feminino, acabaram decidindo pela permanência. Mas o investimento foi muito abaixo e a maioria das atletas deu no pé rumo à outras equipes. O técnico Erivelton Viana também foi embora, e sobrou para o ex-Analista de Desempenho Felipe Soares a missão de conduzir o time durante o Brasileirão A1, com a maioria de atletas da equipe sub-20. A não ser que surja uma mudança no cenário atual, o rebaixamento é questão de tempo no Vozão.

CORINTHIANS

O Corinthians entra em campo nessa temporada para defender o título brasileiro, onde reina absoluto desde 2020. Atuais campeãs da Supercopa deste ano, o time é favorito mais uma vez ao título, mesmo perdendo grandes atletas para outras equipes, como a goleira Kemelli (Cruzeiro-MG) e a atacante da Seleção Brasileira Adriana Leal (Orlando Pride-EUA). Um “pacotão” do Internacional-RS foram os reforços para a equipe comandada por Arthur Elias: a lateral Belinha e as meias Juliana Ferreira e Duda Sampaio. Completa o pacote a atacante Fernandinha ex-Santos/SP.

CRUZEIRO

Depois de flertar com o rebaixamento na temporada passada, as Cabulosas acabaram passando por uma reformulação a fim de não passar por apuros neste Brasileirão. Comandadas pelo técnico Felipe Freitas, nada menos que doze reforços chegaram ao Cruzeiro neste ano: As goleiras Kemelli (Corinthians-SP) e Luana Guitarrari (São paulo-SP), as zagueiras Vitória Calhau (São José-SP), e Kelly Caicedo (Deportivo Cali-COL), a lateral esquerda Camila Arrieta (Avaí Kindermann-SC), as volantes Nine (Bahia-BA) e Sara Piveta (São José-SP), as meias Mai Mai (Internacional-RS), Larissa Vasconcelos (São José-SP) e Luaninha (Famalicão-POR) além das atacantes Carol Baiana e Byanca Brasil (ambas do Palmeiras-SP).

FERROVIÁRIA

Bicampeã nacional, a tradicional Ferroviária fez uma campanha abaixo das expectativas na temporada passando, se classificando na sétima posição e caindo para o São Paulo-SP nas quartas de final. Comandada pela técnica Jéssica de Lima, a equipe grená foi às compras e trouxe oito reforços: a goleira Karen (Minas Brasília), a zagueira Day Silva (Palmeiras-SP) as laterais Fran Bonfanti (Real Brasília) e Jéssica Soares (Grêmio-RS), a meia Raquel (RB Bragantino-SP) e as atacantes Yisela Cuesta (Atlético Mineiro-MG), Patrícia Sochor (Palmeiras-SP) e Lelê (Internacional-RS). A tendência é que o time faça um ótimo campeonato mais uma vez e brigue à altura com os grandes clubes.

FLAMENGO

Atual campeão carioca e vice da Supercopa Feminina, o Flamengo muito forte para esta temporada 2023. Isto porque o time que já era qualificado, ganhou ainda mais reforços, como as zagueiras Thaís Regina (São Paulo) e Agustina (Palmeiras-SP). De quebra manteve o quarteto ofensivo do ano passado composta por Duda, Leidi, Maria Alves e Sole Jaimes. Bom para o técnico português Luís Andrade, que foi mantido no cargo e prevê uma temporada melhor do que a do ano passado.

GRÊMIO

As Gurias Gremistas fizeram uma campanha irregular na temporada passada, mesmo assim conseguiu se classificar para as quartas de final, onde terminaram sofrendo a eliminação para o Palmeiras-SP. Para este ano, o time manteve pela primeira vez quase todo o elenco e buscaram reforços pontuais, como a meia Manu Balbinot (Minas Brasília) e a lateral esquerda Natane (São Paulo-SP). Por outro lado o time perdeu a lateral esquerda Jéssica Soares (Ferroviária-SP) e a volante Karla Alves (Real Brasília), levando a crer que o time da técnica Patrícia Gusmão deverá brigar mais uma vez pela classificação às quartas de final.

INTERNACIONAL

As gurias coloradas foram a sensação do Brasileirão do ano passado. Atuais vice-campeãs, as comandadas do técnico Maurício Salgado garantiram vaga na Libertadores desse ano e projeta uma boa temporada para 2023. A reformulação foi intensa no time e nada menos que uma dúzia de atletas buscaram outros clubes para atuarem, como a zagueira Sorriso (Palmeiras), a lateral direita Fabi Simões (Santos-SP), a atacante Millene (Corinthians-SP) e a atacante Lelê (Ferroviária-SP). Por outro lado, o clube anunciou nove reforços, os principais são a lateral direita Roberta (Real Brasília), a volante Paty Llanos (Famalicão-POR) e as atacantes Belén Aquino (Peñarol-URU) e Fabíola Sandoval (Avaí Kindermann-SC).

PALMEIRAS

Após deixar o título brasileiro escorregar entre os dedos ano passado, o Palmeiras-SP deu a volta por cima conquistando o título da Copa Libertadores e do Paulistão. Apesar de perder a lateral direita Julia Bianchi e a atacante Ary Borges para o futebol americano, e Ottilia para o francês, o clube conseguiu manter a estrela da seleção Bia Zaneratto, e contratar um caminhão de reforços, principalmente do exterior, levando a crer que o time é um dos favoritos ao título. Além das goleiras Alicia Bobadilla (San Lorenzo-ARG) e Kate Tapia (Santiago Morning-CHI), meias Ramona (Libertad-PAR) e Rosa Miño (ALG Spor-TUR), chegam ao alviverde paulista as atacantes Amanda Gutierrez (Bordeaux-FRA), Laís (Grêmio-RS), Letícia Ferreira (Fluminense-RJ) e Yamila Rodríguez, ícone do Boca Juniores-ARG e que enfrentou o Palmeiras na final da Liberta. Motivos mais que suficientes para o técnico Ricardo Belli ficar contente e brilhar na competição nacional.

REAL ARIQUEMES

Grande surpresa da divisão de acesso do ano passado, o Real Ariquemes é o representante do norte do Brasil para assumir a herança deixada pelo ESMAC-PA. O time rondoniense surpreendeu ao chegar entre os quatro na série A2 do ano passado e vem se preparando para fazer bonito na elite nacional. Treze atletas que subiram o time permaneceram para a próxima temporada: a goleira Letícia, as zagueiras Dulce, Jaque e Amanda, as laterais Lira e Monik, meias Flávia, Thaisa e Mafê, e as atacantes Nayane, Martinha, Alice e Geise. Chegaram ao time a goleira Nanny (América-MG), a lateral esquerda Laura Marin (Minas Brasília), a meia Graciela Martinez (Vasco-RJ) e as atacantes Nayra Pimentinha (Flamengo-RJ) e Maria Vitória (Ceará-CE). O técnico Paulo Eduardo sabe que encontrará dificuldades para se manter na elite, mas confia nos jogos realizados no estádio Valerião em Ariquemes-RO para garantir os pontos necessários para isso.

SANTOS

Que a temporada de 2022 foi para ser esquecida, isso não é nenhuma novidade para as Sereias da Vila. Mesmo com a “Mãe” Cristiane e a meia Ketlen em campo, o time não passou da primeira fase do Brasileirão do ano passado e ficou de fora do mata-mata. Mas 2023 promete ser diferente: o time foi ao mercado e reforçou o time. As novidades são a goleira Jully (Palmeiras-SP), a zagueira Giovana (São Paulo-SP), a lateral direita Fabi Simões (Internacional-RS), a lateral direita Adriana Sachs (Boca Juniors-ARG), a meia Vitória Yaya (São Paulo-SP) e as atacantes Bianca Gomes (Corinthians-SP) e Jourdan Ziff (Puerto Rico Sol-POR).

SÃO PAULO

As Soberanas fizeram um ótimo Brasileirão Feminino ano passado. O Tricolor Paulista avançou à semifinal, até ser eliminado pelo Internacional-RS, mas deixou uma boa impressão e o time promete repetir a dose nesta temporada. O time foi praticamente mantido com bons valores, como a zagueira Pardal, a meia Maressa e as atacantes Gláucia, Naná e Rafa Travalão. Quem chega para reforçar o time sõ a zagueira Ariane Cabrera (Flamengo-RJ), a volante Vivian (Real Brasília) e as atacantes Robinha (Cruzeiro-MG) e Ariel (RB Bragantino-SP).

TABELA DE JOGOS DO REAL BRASÍLIA (Primeira fase)

Avaí Kindermann-SC x Real Brasília (Estádio Salézio Kindermann, Caçador-SC, 26/02, 15h);
Real Brasília x Palmeiras-SP (Estádio Defelê, Vila Planalto-DF, 05/03, 15h);
Internacional-RS x Real Brasília (SESC Protásio Alves, Porto Alegre-RS, 11/03,15h);
Real Brasília x Santos-SP (Estádio Defelê, Vila Planalto-DF, 18/03, 15h);
Atlético-MG x Real Brasília (SESC Alterosas, Belo Horizonte-MG, 26/03, 11h);
Real Brasília x Corinthians-SP (Estádio Serejão, Taguatinga-DF, 02/04, 21h);
Bahia-BA x Real Brasília (Estádio Pituaçu, Salvador-BA, 16/04, 15h);
Real Brasília x Athletico-PR (Estádio Defelê, Vila Planalto-DF, 23/04, 15h);
Flamengo-RJ x Real Brasília (Estádio Luso-Brasileiro, Rio de Janeiro-RJ, 29/04, 15h);
Real Brasília x Ceará-CE (Estádio Defelê, Vila Planalto-DF, 07/05, 15h);
Ferroviária-SP x Real Brasília (Estádio Fonte Luminosa, Araraquara-SP, 14/05, 19h);
Real Brasília x Grêmio-RS (Estádio Defelê, Vila Planalto-DF, 21/05, 15h);
Real Brasília x Real Ariquemes-RO (Estádio Defelê, Vila Planalto-DF, 28/05, 15h);
São Paulo-SP x Real Brasília (CT Cotia, São Paulo-SP, 04/06, 15h);
Real Brasília x Cruzeiro-MG (Estádio Defelê, Vila Planalto-DF, 11/06, 15h);