Guia da Série D 2023 – saiba mais sobre os times do grupo A5

Arte: Matheus Carrara

A bola vai rolar a partir deste sábado (6) pelo Campeonato Brasileiro da Série D, e Brasiliense e Ceilândia, representantes do Distrito Federal, terão uma nova oportunidade de brigar pelo tão sonhado acesso à Série C em 2024. A 4ª Divisão, que foi chamada de “purgatório do futebol” pelo presidente do Real Brasília, é o grande tormento do futebol de Brasília. Desde que foi criada em 2009, nenhum clube do futebol local conseguiu se classificar para as semifinais e subir de divisão.

O atual formato, que compreende 64 equipes em oito grupos regionalizados, está em vigor desde 2020. Naquele ano, Gama e Brasiliense foram os representantes de Brasília na competição. A dupla se classificou nos primeiros lugares do grupo A6 (Brasiliense em primeiro e Gama em segundo), mas na segunda fase, o Periquito acabou eliminado pelo Goianésia-GO, enquanto o Brasiliense eliminou o Real Noroeste-ES. Porém, o Jacaré deu azar ao pegar o Mirassol-SP nas oitavas de final. Os paulistas mataram as pretensões do clube amarelo do DF com uma sonora goleada por 4×0 em Mirassol-SP. O clube paulista foi campeão da competição aquele ano.

Em 2021, nova chance para Gama e Brasiliense. Já como SAF, a campanha do Gama foi vexatória, eliminado na primeira fase como oitavo colocado de seu grupo. O Jacaré ainda conseguiu a quarta colocação e a classificação para a segunda fase. Mas, foi eliminado de forma turbulenta pela Ferroviária-SP no jogo de volta em São Paulo (aquele do pênalti marcado com falta fora da área nos últimos minutos e que terminou com confusões e expulsões).

O ano de 2022 seria marcado como o do retorno do Ceilândia às competições nacionais. A boa campanha na Copa do Brasil no primeiro semestre encheu de otimismo seus torcedores quanto a uma boa campanha na Série D. O Brasiliense, vindo de mais uma conquista local, também era motivo de esperanças. No entanto, as coisas para o Gato Preto não ocorreram como esperado: o time foi praticamente desmantelado após o Candangão, e o Ceilândia ficou pelo caminho na primeira fase do grupo A5 (5º lugar). Já o Brasiliense fez uma campanha que beirava a perfeição: 10 vitórias, 3 empates e apenas uma derrota, classificado com algumas rodadas de antecedência e em primeiro lugar do grupo. Mas, todo o favoritismo caiu por terra na segunda fase, quando o Jacaré acabou eliminado pelo desconhecido Nova Venécia-ES (3×1 em terras capixabas e 1×1 no Abadião, com direito a invasão de torcida).

Para a temporada 2023, a desconfiança dos amantes do futebol candango em geral quanto a um acesso de Ceilândia ou Brasiliense é muito maior em relação a outros anos. Utilizando como parâmetro as competições disputadas pela dupla no início da temporada, a expectativa é que ambos até briguem pela classificação à segunda fase, mas que dificilmente passem pelo mata-mata. O Gato Preto ficou de fora das semifinais do Candangão deste ano e não terá calendário em 2023 (a não ser que suba para a Série C). Já o Brasiliense perdeu a decisão do título estadual para o Real Brasília, mas ainda garantiu vaga na Série D de 2024. Ambas as equipes reformularam os seus elencos e realizaram amistosos às escondidas, sendo difícil avaliar a qualidade de suas equipes no decorrer da competição.

O DF Esportes vem acompanhando a preparação das demais equipes que compõem o grupo A5, e traz algumas conclusões, conforme exposto abaixo:

ANÁPOLIS-GO

Foto: Reprodução/FGF TV

O Galo da Comarca irá para a sua segunda temporada seguida na Série D. Ano passado, o Anápolis-GO fez uma boa campanha, mas acabou eliminado na segunda fase pelo Real Noroeste-ES nos pênaltis. A equipe goiana evoluiu muito neste ano, fez um ótimo campeonato goiano, classificando-se para as semifinais, mas perdeu a vaga na final ao ser eliminado pelo Goiás-GO. O técnico Luís Carlos Winck segue no comando do Galo, e tornou-se um dos mais longevos do futebol goiano.

A equipe manteve boa parte do elenco quarto colocado no estadual, repatriou o meia Stefano Moretti, que estava no Resende-RJ, e foi ao mercado em busca de reforços. Chegaram o zagueiro Eduardo (Goiânia-GO), os laterais Gabriel Hulk (Cianorte-PR) e Vitinho (Joinville-SC), o volante Renan Metz (Barcelona-BA), e os atacantes Bruninho (Costa Rica-MS), Marcelinho (Avenida-RS), Alef Leite (Morrinhos-GO), Israel, Michel e Vitão (Treze-PB). Em, compensação, o Galo perdeu o meia-atacante Ariel, que se transferiu para o Goiás-GO, e o zagueiro Igor, que esteve emprestador ao Brasiliense na fase final do Candangão, mas negociou sua saída em definitivo para o Jacaré.

BRASILIENSE

Foto: Breno Esaki/Metrópoles

Figurinha carimbada na Série D, o Jacaré entra na disputa da quarta divisão nacional em baixa. A perda do título candango para o Real Brasília ligou o sinal de alerta no clube amarelo de que mudanças seriam mais do que necessárias para postular uma vaga na Série C em 2024. O técnico Roberto Cavalo foi um dos poucos sobreviventes do Candangão deste ano. Destaques do clube que estavam lá há anos acabaram sendo emprestados ou demitidos. Caso do goleiro Edmar Sucuri, com sete anos de casa: o jogador foi emprestado ao ASA-AL.

O Brasiliense buscou se reforçar de várias maneiras. Do parceiro Samambaia chegaram o goleiro Vavá, os laterais Felipe Alves, Romarinho e Dharlisson, os volantes Wallace e Coquinho, os meias Cabralzinho, Lila e Dandan, e o atacante Matheus Barboza. Outros reforços são o goleiro Ravel, que veio do Gama, e o volante Bruno Cosendey, do Madureira-RJ. O zagueiro Igor, emprestado pelo Anápolis-GO na fase final do Candangão, rompeu com o Galo da Comarca e acertou a sua permanência.

CEILÂNDIA

Foto: Lucas Bolzan / Ceilândia EC

A eliminação precoce do Gato Preto no Candangão causou estragos no time, que precisou promover uma ampla reformulação para a disputa da Série D deste ano. O técnico Adelson de Almeida segue no comando, mas agora terá a companhia do técnico Éverton Goiano por perto, na condição de Diretor Executivo.

Nada menos do que 16 atletas que disputaram o estadual foram demitidos, como os volantes Geovane e Liel, e os atacantes Paulo Renê e João de Deus. Por outro lado, abriu espaço para a chegada de reforços, como o zagueiro Badhuga (Samambaia) os laterais Paulinho (Santa Maria) e Danilo Ribeiro (Morrinhos-GO), os volantes Bosco e Pedro Bambu (Iporá-GO), o meia Cleiton (Nova Venécia-ES), e os atacantes Marcelinho Araxá (Corissabá-PI), Matheus Nolasco (Taguatinga), Élber (Santa Maria) e Romarinho (Samambaia).

INTERPORTO-TO

Foto: Vinícius Cantuares

Vice-campeão estadual do ano passado, o Interporto-TO volta a disputar a Série D depois de quatro anos de ausência. Em sua última passagem pela quarta divisão (2019), o Tigre do Norte decepcionou e foi último colocado de seu grupo, sendo eliminado na primeira fase. E pelo momento do time, parece que a história irá se repetir: o Interporto foi muito mal no campeonato estadual, com greves, salários atrasados e dívidas com arbitragem, e acabou sendo rebaixado à segunda divisão local.

Após o desastre, o Tigre conseguiu uma parceria com um grupo de investidores de Brasília, liderados por Arlindo Januário da Silva, para bancar os atrasados e contratar jogadores. O técnico será Wesley Édson, ex-auxiliar técnico do ASA-AL. Do elenco que rebaixou o Tigre, permaneceram apenas os volantes Geykson e Vitorino, e o meia Maceió. Como novidades, chegaram o zagueiro João Pedro (Falcon-SE), o lateral esquerdo Pedro (Corissabá-PI), os meias Nonato e Alexandre Gaúcho, e os atacantes João Victor e Fábio Sergipano.

IPORÁ-GO

Foto: Oeste Goiano

O Lobo Goiano terá mais uma oportunidade de disputar o Brasileirão da Série D nesta temporada. Ano passado, o Iporá-GO fez uma campanha irregular no grupo A5 e foi eliminado ao final da primeira fase com apenas 15 pontos, assumindo assim a sexta posição na tabela de classificação.

Nesta temporada, o Lobo-Guará passou por momentos difíceis no campeonato estadual, mas conseguiu espantar o rebaixamento e se classificar para as oitavas de final. O clube foi dolorosamente eliminado pelo Atlético-GO, e a diretoria do time decidiu fazer uma limpa no elenco, a começar pelo treinador. O técnico Edson Silva foi demitido e o seu auxiliar, Wesley Moura, foi efetivado em seu lugar.

Da equipe que disputou o estadual, apenas três atletas permaneceram: o zagueiro Rodrigo Milanez, o meia Auecione Filho, e o atacante Carlos Eduardo. Pelo menos 10 reforços já foram contratados e chegam para brigar pela vaga de titular: os goleiros Weide (Matonense-SP) e Luís Felype (CRAC-GO), o zagueiro Douglas (Atlético-GO), os laterais Everton Pereira (Goianésia-GO) e Gleidson (Inhumas-GO), os volantes Menezes (Taubaté-SP) e Edson (Costa Rica-MS), além dos atacantes Gilberto, Pablo (Boavista-RJ) e Vagner (CEOV Operário-MT).

CEOV OPERÁRIO-MT

Foto: CEOV Operário

Pelo segundo ano consecutivo, o Operário de Várzea Grande-MT estará disputando o Brasileirão da Série D. Em 2022, o Chicote da Fronteira conseguiu ficar entre os quatro melhores classificados do grupo A5, mas acabou eliminado na segunda fase pelo Pouso Alegre-MG. Jogando o Campeonato Matogrossense, o CEOV fez uma boa campanha e chegou às semifinais, porém perdeu a chance de disputar o título para o rival União Rondonópolis.

Após a eliminação no estadual, o técnico Ariel Mamede pediu para ser dispensado, a fim de assumir a equipe Sub-23 do Atlético-GO. O Chicote perdeu também o seu destaque, o meia Wendel, que marcou nove gols no estadual. O jogador despertou o interesse do Vila Nova-GO e foi emprestado até o final da Série B com opção de compra pelo Tigre Goiano. 10 atletas daquela equipe também saíram, e a reformulação começou com a contratação do novo treinador: Gabardo Júnior, que passou pelo time em 2020, foi repatriado depois de passagens por São Caetano-SP, Novo Hamburgo-RS e Vitória da Conquista-BA.

A Diretoria foi às compras e confirmou sete reforços: o zagueiro Kadu Fernandes (Boavista-RJ), o lateral Marcílio (Velo Clube-SP), os meias Alysson, Tássio (Mixto-MT), Matheus Azevedo (Potyguar-RN) e Peixinho (Dom Bosco-MT), e o atacante João Gabriel (Guarany-CE).

REAL ARIQUEMES-RO

Foto: John e Tati Fotografia

Depois de quatro anos de ausência, o Real Ariquemes está de volta à Série D. Única equipe do grupo A5 que ainda está em atividade pelo Campeonato Estadual, o Furacão do Jamari está na briga pelo título local deste ano contra o Ji-Paraná. Com isso, a equipe comandada pelo técnico André Alexandre pouco se movimentou no mercado. O time tem média de idade de 24 anos, e repatriou o atacante Luiz Boone, jóia das categorias de base e que estava no Artsul-RJ.

UNIÃO RONDONÓPOLIS-MT

foto: ASCOM Goiás EC

Depois de ficar de fora da Série D do ano passado, o União Rondonópolis vem motivado nesta temporada de 2023 a buscar uma das vagas na Série C de 2024. A equipe matogrossense chegou na decisão do estadual, mas perdeu o título para o Cuiabá. Mesmo assim, o resultado foi comemorado, pois a equipe conquistou calendário para o próximo ano e mostrou que o trabalho foi bem realizado.

A primeira atitude da diretoria do Colorado foi renovar com o técnico vice-campeão Odil Soares. A maior parte do grupo que disputou o estadual permaneceu para a disputa da Série D. O time ainda poderá contar com o reforço do meia atacante Deivisson Pikachu, que fraturou as tíbias ainda no ano passado, quando defendia o Mixto-MT, e agora está recuperado e pronto para jogar.

Confira abaixo a primeira rodada do grupo A5 do Campeonato Brasileiro da Série D de 2023. Todos os jogos estão marcados para o próximo sábado (6):

GRUPO A5

  • Ceilândia x Iporá-GO (15h30, Estádio Abadião, Ceilândia-DF);
  • CEOV Operário-MT x Brasiliense (16h, Estádio Dito Souza, Várzea Grande-MT);
  • Interporto-TO x União Rondonópolis-MT (16h, Estádio General Sampaio, Porto Nacional-TO);
  • Anápolis-GO x Real Ariquemes-RO (17h, Estádio Jonas Duarte, Anápolis-GO);

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