Aniversariante, Ceilândia revela atletas de ponta para o mundo

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

No dia 27 de março de 1971, a cidade de Ceilândia foi criada como forma de afastar a população das “favelas” localizadas no Planalto Central, entre eles, migrantes de menor renda. A Região Administrativa possui mais de 300 mil habitantes, a mais populosa do DF. Mesmo com o grande número de moradores, Ceilândia sofre com vários problemas sociais, causados principalmente pelo descaso das autoridades.

O esporte é uma ferramenta que os ceilandenses usam para resistir e se incluir na sociedade. Mesmo com pouco auxílio, a “CEI”, como chamam os moradores, revela atletas destaques que representam o Distrito Federal ao redor do Brasil e do mundo.

O portal DF Esportes separou alguns atletas destaques nascidos na Ceilândia:

Ketleyn Quadros (Judô)

Foto: Divulgação/Instagram

Não há como falar em atleta destaque do DF sem falar da judoca que já foi medalhista olímpica. Em 2008, em Pequim, ela ganhou o bronze e foi a primeira mulher brasileira a ganhar medalha em um esporte individual.

Hoje, com 35 anos, Ketleyn ainda é uma das principais atletas da modalidade. Competidora do peso leve (até 57kg), ela ostenta títulos em Grand Slams, Pan-Americanos e Grand Pixs. Quando estava em Tóquio, em 2021, a sua mãe colocou uma faixa em frente a sua casa, na Ceilândia, com os dizeres: “Minha filha Ketleyn Quadros está nas Olimpíadas de Tokyo”. A participação da judoca foi bastante festejada pela população local.

Paula Pequeno (Vôlei)

A bicampeã olímpica Paula Pequeno nasceu na Guariroba e lá morou até os seus nove anos de idade. Ela começou sua carreira nas quadras do clube da ASBAC. Em 1995, foi para São Paulo e só voltou a jogar em 2013 no novo projeto do Brasília Vôlei, onde ficou até 2017 e encerrou sua carreira em 2019, no Osasco Audax.

Em 2008, a Paula foi a primeira jogadora brasileira a ser eleita a MVP de uma edição de Jogos Olímpicos. Colecionou nada menos que 38 títulos e nove premiações individuais. Sem dúvidas, uma das maiores da história da modalidade e junto com sua tradicional faixa na cabeça, faz falta para os apaixonados pelo bom voleibol.

Marilson dos Santos (Atletismo)

Participante de três Jogos Olímpicos, Marilson se aposentou em 2016, no Rio. O atleta é campeão Pan-Americano, tricampeão da São Silvestre e tricampeão da Maratona de Nova York. O jovem deu seus primeiros tiros de velocidade na Ceilândia, acompanhando seu irmão. Talentoso, Marilson surpreendeu a todos com sua velocidade, começou a treinar com o técnico Albenes de Souza e, aos 15 anos, deixou Brasília para brilhar no SESI São Caetano do Sul.

Apesar de ter se afastado das pistas profissionalmente, o brasiliense ainda participa de corridas no pelotão geral. Hoje, aos 45 anos, ele vive em São Paulo, onde ainda é envolvido com o atletismo e participa de ações junto a alguns de seus patrocinadores.

Robert Renan (Futebol)

Foto: Divulgação/Instagram

A nova geração do esporte ceilandense vem mostrando sua força. Robert Renan, de apenas 19 anos, já foi convocado para a Seleção Brasileira principal. Antes de sair da Expansão do Setor O, o zagueiro jogou futsal no Arte Líder (Ceilândia) e futebol de campo no Santos-DF. Fez a base no Corinthians, em São Paulo, e se profissionalizou em 2022.

Com o destaque no Timão e na Seleção Brasileira sub-20, Robert foi vendido para o gigante russo Zenit. Mesmo com pouco tempo no futebol europeu, o jovem vem chamando atenção de outros gigantes como o Real Madrid, que fez sondagem ao atleta.

Leomon Moreno (Goalball)

Foto: Divulgação/Instagram

O paradesporto tem crescido no DF e no Brasil. Já eleito melhor do mundo, o campeão mundial e paralímpico Leomon Moreno é mais um nascido na Ceilândia. Aos 7 anos, ele conheceu o goalball, um jogo praticado por atletas que possuem deficiência visual onde o objetivo é arremessar uma bola sonora no gol do adversário. Aos 14 anos, começou a competir pela categoria.

No início da carreira, chegou a dividir a rotina dos treinos com a profissão de massoterapeuta para poder se virar financeiramente. Depois de ser contratado pelo Santos em 2016, a vida dele mudou, e ele chegou a atuar pelo alvinegro praiano e também pelo Sporting, de Portugal. Hoje, ele é atleta apenas do Peixe e também um dos destaques da Seleção Brasileira de Goalball.

Luís Eduardo Camarço (Tênis de mesa)

Foto: Divulgação/Instagram

Luís Eduardo Camarço, de apenas 23 anos, é destaque no tênis de mesa. Nascido e criado na Ceilândia, o mesatenista viveu na RA até os 2014, quando deixou sua casa para morar em Joaçaba-SC, onde tinha auxílio e toda estrutura ao seu dispor. O jovem ainda mora na cidade, onde atua na Associação Pró-Tênis de Mesa e cursa Educação Física pela Unoesc.

No esporte universitário, Luis Eduardo tem grandes conquistas. Na cerimônia dos melhores do ano da Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU), o ceilandense foi premiado pela sua modalidade. A premiação é considerada o Oscar do esporte universitário brasileiro e contempla os destaques da temporada anterior. Em 2022, Luis ganhou uma medalha de ouro e duas de prata no FISU America Games, os Jogos Pan-Americanos Universitários, realizados em Mérida, no México.

Pedro Maia (Jiu-jitsu)

Foto: Divulgação/Instagram

Também com 23 anos, Pedro é um dos principais nomes do jiu-jitsu brasileiro. O lutador foi campeão brasileiro, sul-americano, europeu, e também bronze e prata no Mundial da categoria. Pedro começou no esporte aos 12 anos, na escola CEI Jiu-Jitsu.

Além de todas as suas conquistas, Pedro Maia criou a sua própria academia de jiu-jitsu. Hoje, o jovem é dono da Flow Jiu-Jitsu, escola da modalidade que funciona na Vicente Pires.

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