Sonhos, projetos, realizações… Já não é mais clichê falar que viver do esporte em terras brasileiras é algo fácil. Do jiu-jitsu, então… Pelo contrário: a vida dos atletas requer, além de todo suor, foco e garra muita persistência.
O jiu-jitsu faz parte da vida de Paulo Henrique Oliveira há um bom tempo. Nesse período, o faixa-marrom brasiliense da equipe Gracie Barra, passou por diversos obstáculos. “Em 2011, comecei a treinar por incentivo do meu irmão. Ele fazia judô, porém eu acabei optando pela arte suave”, conta Henrique.
Após o início, o lutador se apaixonou pelo jiu-jitsu e não largou mais. Ele percebeu que levava jeito para o esporte, e decidiu fazer uma escolha difícil que muitos esportistas fazem: viver da prática esportiva. Nos tempos atuais essa decisão é uma verdadeira prova de amor.
Como sempre gostou de auxiliar e ensinar os fundamentos do jiu-jitsu, Henrique viu a oportunidade da realização de um sonho bater na porta. “Comecei a dar aulas e, com o apoio do meu professor Rodrigo Rodé, surgiu o convite de eu ir treinar nos Estados Unidos”, disse o faixa-marrom.
Henrique agarrou a oportunidade, como se tivesse fazendo “pegada” no kimono, e embarcou rumo ao país norte-americano. Ele foi ao Texas para passar uma temporada treinando na academia do professor Fábio “Gigantinho” Villela.
Na terra do Tio San, o brasiliense vai afiando o jogo no jiu-jitsu. Por falta de apoio financeiro, ele lutava pouco quando estava no Brasil. “Nesse tempo aqui nos EUA, venho disputando mais os campeonatos”, conta Henrique.
Troféus na estante
Os fortes treinos vêm trazendo frutos. Henrique já conquistou títulos importantes em terras norte-americanas. Dentre as conquistas, está o primeiro lugar no Open Austin da International Brazilian Jiu-jitsu Federation (IBJJF), e o cinturão do torneio NewBrad. Além destes, o brasiliense ostenta uma medalha de prata no Naga e no Pan-Americano um dos principais eventos para o jiu-jitsu.
Para o brasiliense casca-grossa a tendência é aumentar ainda mais a medalhas ” Eu venho treinando duro para o Mundial na categoria master e o National”, frisou o brasiliense.
Segundo o lutador a estrutura e valorização que Estados Unidos oferece para os atletas é sem comparação ” Infelizmente no Brasil viver da luta é bem delicado. Apesar do número elevado de atletas e do nível de material humano, conseguir um patrocínio, um auxílio é complicado”, ressaltou Henrique.
O atleta treina na cidade de Round Rock e pretende continuar desenvolvendo o lema da sua equipe que é o ” jiu-jitsu para todos”, quando retornar ao Brasil ele espera trabalhar com a arte suave como uma ferramenta de inclusão, ” Assim que terminar essa temporada de treinos voltarei para Brasília, e espero ajudar através do jiu-jitsu pessoas que sofrem de casos como bullying, baixo estima e abusos” .
Henrique quer a cada dia desenvolver a prática do jiu-jitsu, para as pessoas, em busca de uma vida saudável em todos os aspectos, ” Quando eu for ao Brasil, quero colocar em prática toda experiência profissional que venho adquirindo aqui na América para as pessoas de todas as classes e idade” disse o faixa-marrom
O jiu-jitsu mudou a história do brasiliense e ele agora quer continuar esse legado, ” Meu sonho é continuar lutando, crescendo no esporte e trabalhando em prol do esporte” finalizou Henrique