Foram 3 meses ao todo. 14 partidas e 64 gols marcados, com uma incrível média de 4,58 gols por jogo. Em campo, rivalidade, clássicos, partidas memoráveis, garra e muita entrega por parte das atletas. Para definir o Campeonato Brasiliense de Futebol Feminino de 2018 em uma única palavra, certamente esta seria “resistência”, pois foi resistindo a todo e qualquer obstáculo que Gama, Santa Maria, Ceilândia, Minas/Icesp e Cresspom escreveram as páginas desta que foi a 22º edição do mais tradicional campeonato de futebol feminino do Distrito Federal.

Das 5 equipes participantes, apenas as duas únicas invictas disputarão o posto de grande campeã da capital. De um lado o maior campeão da competição, do outro, aquele que se mostra como a mais nova sensação do futebol brasiliense e aspirante à potência no cenário nacional. Cresspom e Minas/Icesp se enfrentam neste domingo (19), repetindo as finais de 2012 e 2016, em busca de largar na frente na partida de ida da finalíssima do Candangão Feminino. 

Raio X

Clube Recreativo de Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar – Cresspom

 O Cresspom exala tradição. À exemplo de Gama e Brasiliense no masculino, a equipe amarela detém o título de maior campeã do DF. Em 2014, quando bateu o São Sebastião na final, ultrapassou o, até então, maior campeão CFZ. No ano seguinte, ao bater as “Gatas Pretas” do Ceilândia, a equipe levantou seu sexto caneco, isolando-se na liderança, deixando o CFZ para trás com duas taças à sua frente.

De lá para cá, no entanto, o Cresspom nunca mais venceu uma final do Candangão, enxergando o seu rival de domingo, Minas/Icesp, conquistar o bi campeonato e dar a entender que estes não foram os únicos de sua história.

Para a final deste ano, as “Amarelinhas” têm um elenco enxuto. Lideradas pela experiente Cirlene, o Cresspom possui muito talento individual em algumas de suas jogadoras. Helena, Bruninha e Joice fizeram ótimas atuações ao longo do campeonato, garantindo um ótimo número de gols marcados até aqui (19 em 6 partidas disputadas).

Sua defesa não fica atrás. A goleira Jéssica mostrou-se muita segura debaixo das traves, além das defensoras Kattu e Camila, que voltou há pouco tempo após um longo período lesionada, terem tido grandes atuações durante o campeonato. Esta combinação resultou em apenas 3 gols sofridos, a melhor defesa ao lado do próprio Minas.

 Além disto, o experiente treinador Marinho tem esquematizado muito bem sua equipe, sempre mantendo sua ofensividade concisa, mesclando a recomposição defensiva entre jogadores de ataque e defesa, além de uma composição de defesa muito sólida e de poucos erros de passe. No meio campo, criatividade e velocidade são as grandes características do setor, que se mostrou muito perigoso, principalmente fora de casa.

Minas Brasília Futebol Feminino – Minas Icesp

 “As Minas”, como são carinhosamente conhecidas pela sua torcida, são a grande sensação do futebol brasiliense, de um modo geral, atualmente. Seus resultados desde sua fundação, em 2012, mostram um ótimo planejamento de sua diretoria, o que reflete em campo.

A equipe conquistou seu primeiro título em 2016, na revanche diante do Cresspom, batendo as “Amarelinhas” por 4 x 1, no mesmo Estádio Abadião, palco da final deste ano. Além disso, a equipe já representou o Distrito Federal por duas vezes no Campeonato Brasileiro da Série A-2, tendo conquistado a competição neste ano, ao bater o Vitória no próprio Abadião, que acabou por se tornar o seu “salão de festas”.

O Minas Icesp se mostra um grande favorito à se tornar potência na modalidade em território nacional e até a Seleção Brasileira já carrega consigo nomes provenientes da equipe. Victória Albuquerque, camisa 10 das duas equipes, é uma das mais importantes atletas do plantel Sub-20 que representa o Brasil pelo mundo. A meia também se mostra como uma futura peça importante para a seleção principal.

 Para a 4ª final brasiliense de sua breve história, “as Minas” são adversárias duras na queda. Em 6 partidas disputadas, 24 gols foram anotados ao seu favor, e apenas 3 balançaram as suas redes. O Minas possui também a maior goleada desta edição até o momento, 10 x 0 sobre o Santa Maria, na penúltima rodada da primeira fase. À exemplo do Cresspom, “as Minas” possuem muita qualidade em suas atletas.

No gol, sólida feito rocha, Kris é uma aula de superação.A guarda metas defende o gol de sua equipe tanto na grama quanto em quadra e é uma importante peça defensiva do Minas desde sua chegada. Andiara, Luyara e Kaká compõem uma zaga difícil de ser vencida. As meio campistas Eliúde, Kátia Cilene, Robinha e Victória Albuquerque foram as responsáveis pelo setor de criação da equipe e, na frente, Barbrinha se mostrou uma excepcional centroavante, que além de fazer pivô, marcou importantes gols na campanha da equipe.  

Comandando todo o elenco, Singol Santos sabe distribuir as várias peças que tem à sua disposição de acordo com suas funções dentro de campo. Geralmente, sua equipe é bastante ofensiva no primeiro tempo, onde abre boa vantagem no placar, para depois recuar as linhas de marcação e jogar em cima do erro adversário. Os contra ataques armados pelo treinador são a principal arma de sua equipe. Muitas vezes comandado por Robinha e Barbrinha, as investidas muitas vezes resultam em gol.

O toque de bola refinado das “Minas” tornam o seu estilo de jogo muito interessante e dinâmico, raras oportunidades recorrendo à chutões e ligações diretas.

 Hora H

 Para as partidas, o palco selecionado foi o Estádio Abadião. Único estádio utilizado durante a competição, que recorreu aos Centros de Treinamentos como palco das pelejas, o “coliseu” da cidade de Ceilândia é velho conhecido do futebol feminino de Brasília, pois como dito anteriormente, já foi palco de diversas finais da modalidade, incluindo o título brasileiro do Minas Icesp em julho.

A bola rola para a partida de ida desta final às 15h do domingo (19), com o mando de campo pertencente ao Cresspom.

 

Por Gabriel Felipe

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