Por falta de acordo entre as partes, o Gama decidiu não fechar parceria com uma empresa inglesa para a gestão de futebol. A negociação que já durava quase dois meses foi encerrada no último final de semana.
Segundo o empresário que pediu para não ter o nome revelado, a empresa injetaria recursos no clube da ordem de meio milhão de reais: “A empresa investiria meio milhão de reais nessa primeira etapa para o Candangão. Para as próximas etapas seria feita uma avaliação dos nossos atletas no decorrer da competição e investiríamos outros valores para bancar outros atletas de nível mais elevado” disse o empresário à equipe de reportagem do DF Sports.
O empresário lamenta que a parceria não teve continuidade. Segundo suas palavras, havia todo um planejamento já definido por parte da empresa para colocar em prática no clube como Comissão Técnica, Atletas e Departamento de Futebol. No entanto, segundo suas palavras o clube só queria o dinheiro: “Eles (Gama) queriam que a gente colocasse o dinheiro e eles que dariam a palavra final. Mas a empresa não acreditou nos conhecimentos sobre futebol do Presidente e do Sr. Arilson (Machado, vice-presidente financeiro do clube), devido aos fracassos constantes na gestão sendo comparada pela nossa empresa como amadora. Lamentável o que essas pessoas estão fazendo com o futebol e a torcida do Gama. Em uma conversa por telefone foi dado ponto final, vendo os problemas que teria com a parceria. Parecia que estavam passando a gestão do PSG e não a realidade do Gama, só queriam saber quanto seria investido e se ele (Arilson) continuaria a mexer nas financas. Vida que segue e torcemos para que o Gama um dia volte a ser grande” disse o empresário.
DESCONFIANÇA MÚTUA
O DF Sports entrou em contato com o Presidente do clube Weber Magalhães, que confirmou o fim das negociações com a empresa estrangeira. O dirigente se defendeu afirmando que o fator principal para o fracasso na parceria foi o fato de que o empresário não quis abrir mão de compartilhar a gestão do clube: “Nós demos tudo o que foi pedido, e eles chegaram à conclusão de que queriam fazer a parceria. E nós perguntamos quanto eles (a empresa) iriam investir. Disseram que iriam bancar todos os jogadores e Comissão Técnica. Perguntamos quais jogadores e qual seria a Comissão Técnica. Ele não informou e disse que a palavra final seria da empresa” disse.
Weber afirmou que tentou negociar uma gestão compartilhada com o empresário: “O Gama tem um nome, uma Diretoria, um Centro de Treinamento, uma história. Eu acho que vocês que estão entrando precisam compartilhar. Decidimos juntos, vocês têm duas pessoas aí e nós temos duas pessoas aqui e a gente vai dividindo”.
Vendo que a posição da empresa era irredutível, o dirigente decidiu não seguir adiante. Até por conta das últimas parcerias que fracassaram em outras gestões: “A parceria precisa ser de mão dupla. A nossa torcida já está muito cética com as últimas parcerias que foram feitas aqui. A gente não pode mais entrar em qualquer parceria que não seja interessante para todos os lados. Eles queriam que tudo que passasse pelo clube, a última palavra seria a deles. Aí desse jeito fica difícil, a gente tem uma responsabilidade grande. Foram muito gentis comigo, em nenhum momento tivemos divergências, mas cada um possui o seu posicionamento”.
Sem a parceria, Magalhães afirmou que a diretoria do clube segue trabalhando visando a próxima temporada: “Estamos trabalhando bastante, saneando algumas coisas, em novembro agora iremos trabalhar mais forte. Por enquanto estamos só nas especulações e nas conversações. Mas estamos caminhando bem”.
O Gama terá pela frente apenas a disputa do Campeonato Candango em 2019, e já anunciou a contratação de quatro atletas, três deles do Capital, campeão da Segunda Divisão: o goleiro Bismarck, o zagueiro Lúcio, o volante e xodó da torcida Tiago Gaúcho e o atacante Wisman. O nome do treinador deverá ser divulgado em breve, promete a atual Diretoria.
Por Marcelo Gonçalo