Disputando os Jogos Pan-Americanos Júnior de Cali, na Colômbia, Guilherme Abel Ferreira, patinador de velocidade que é natural de Brasília, conquistou duas medalhas de ouro, algo inédito para o Brasil, que nunca havia conseguido tal feito na história da modalidade em um evento internacional.
Guilherme tem apenas 18 anos, mas já tem no seu currículo um t´ítulo brasileiro e também está entre os cinco melhores da patinação em velocidade mundial. A sua trajetória sobre as rodas começou aos 8 anos na Equipe Jaguar, escolinha de patinação que desenvolve a habilidade de jovens e adultos, só que nesse meio tempo, o jovem acabou se dedicando a outra paixão: o futebol.
Depois de já ter participado de algumas competições, aos 12 anos eu acabei decidindo me dedicar ao futebol e larguei a patinação, mas não foi por muito tempo. Em 2018, voltei a patinar, e em pouco tempo já estava competindo novamente. E uma dessas competições me rendeu a minha primeira classificação na Seleção Brasileira, onde tive a oportunidade de participar do meu primeiro campeonato mundial, na Holanda.
Guilherme Ferreira
No mundial, a vontade de se dedicar o máximo ao esporte aflorou no jovem e despertou nele o sonho de ser campeão mundial. Em 2019, ele participou de dois campeonatos fora do país e teve um mês de treinamento na Colômbia, que ele conta que foi essencial para sua evolução. Em 2020, a pandemia atrapalhou todo seu planejamento e processo de evolução.
“Nos primeiros meses de quarentena eu fiquei bem desanimado, mas eu estava trabalhando muito a parte mental e foi isso que fez a diferença. Eu estava treinando sozinho e me desafiava diariamente a cada treino para que eu pudesse ter uma motivação pra conseguir dar o meu melhor”, confessou.
Durante o ano de 2020, ele traçou como meta, alcançar o top 10 mundial, então buscou entender o que os melhores do mundo faziam diferente. “Encontrei alguns detalhes que faziam toda a diferença e comecei a trabalhar isso. Quando cheguei no mundial, percebi que isso foi o melhor que eu poderia ter feito, pois consegui bater minha meta e até me surpreendi com os resultados. Conseguiu uma 9ª posição nos 500m, 7ª posição nos 200m e a 5ª posição nos 100m, onde eu fiquei muito perto de ir pra final e alcançar uma medalha mundial.”
O jovem foi para o seu segundo Pan Júnior, já que em 2019 ele foi como segundo reserva. Dessa vez, participando como atleta principal da delegação brasileira, Guilherme conquistou a medalha de ouro nos 200m contra o relógio conquistou a sua segunda medalha, dessa vez na prova de 500m. Além dos títulos inéditos, Guilherme garantiu sua participação no Pan Adulto que será disputado em 2023 em Santiago, no Chile.
Eu estou muito feliz de ter conquistado essas medalhas para o Brasil, não tenho nem palavras o suficiente para dizer o que estou sentindo. É um misto de emoções, felicidade, emoção, orgulho.
Com muita dedicação e talento, o jovem brasiliense desbancou o favoritismo de companheiros de outros países, surpreendendo até a si mesmo com seu resultado final. “Meu objetivo nesse campeonato era conseguir pelo menos uma medalha, não imaginei que seriam duas, muito menos que seriam de ouro. Estou muito feliz e muito grato de ter sido o primeiro a conseguir medalhas panamericanas na patinação de velocidade.” confessou o atleta.
Guilherme é um dos beneficiados pelo Programa do Governo Distrito Federal (GDF) chamado Compete Brasília que tem como objetivo incentivar a participação de atletas e paratletas de alto rendimento das mais diversas modalidades em campeonatos nacionais e internacionais. Além do atleta, outros quatro brasilienses também fazem parte do projeto e são da Seleção Brasileira de Patinação de Velocidade.
Com resultados inéditos para o Brasil e atigindo o topo do pódio, Guilherme se mostrou esperançoso quando questionado sobre as expectativas para o futuro e confessou que não quer parar por aí. “Minha expectativa para as próximas competições é continuar evoluindo e obtendo bons resultados. Ainda é preciso definir objetivos e traçar o planejamento para os próximos campeonatos, mas a única certeza é de que eu quero sempre mais!”.