Na tarde de hoje, Brasiliense e Sobradinho decidiram mais uma edição do Campeonato Candango de Futebol Profissional. Num jogo muito equilibrado, sobrou emoção e boas chances para os dois lados. No final, o Sobradinho lutou muito e foi superior durante os 90 minutos, mas a partida precisou ser decidida nos pênaltis.

Foi quando brilhou a estrela do goleiro Michael do Sobradinho. O goleiro do Leão defendeu o pênalti de Zizu, enquanto Gustavo Rambo converteu a penalidade que deu o título.

Com o resultado, o Sobradinho levanta a taça de campeão candango decretando o fim de uma fila que já durava 32 anos.

Primeiro tempo agitado

Logo a bola rolou, com três minutos de jogo, Mirandinha rabiscou pelo meio campo em direção ao gol do Brasiliense e foi derrubado com falta dura de Welton Felipe. Na cobrança, Michel Platini mandou uma bomba, obrigando o goleiro Edmar Sucuri a espalmar.

Dois minutos depois, João Manoel recebeu de Lucas Dias e no domínio a bola subiu. Dessa forma, o camisa 10 improvisou um chutaço da intermediária que assustou a torcida do Brasiliense. Aos 7 minutos, pênalti para o Sobradinho. Mirandinha invadiu a área e se chocou com Wallace. Rafael Diniz, próximo da jogada, não titubeou e apontou a cal. Platini foi para a bola e bateu firme, quase que no meio do gol. Sucuri acertou o lado e encaixou a bola, evitando o primeiro gol do confronto.

Porém, a penalidade não desanimou o time do Sobradinho. A equipe continuou dominando as ações e a primeira chance do Jacaré só veio aos 17 minutos, quando Felipe Cirne recebeu na entrada da área e bateu por cima. Aos 22, Jacaré de novo no ataque: Reinaldo enfiou para Nunes e na saída do gol, o goleiro Michael tirou mas se chocou com a zaga. Nunes correu atrás da sobra e foi derrubado por Dionatan, pênalti não marcado. No rebote, Souza bateu em cima da defesa e a bola saiu pela linha de fundo.

Aos 26 minutos, Nunes recebeu na área, girou pra cima da marcação e conseguiu vencer o goleiro do Leão. Mas antes dela entrar, Felipe Cirne foi fominha e tocou nela, querendo o gol. Atento ao lance, o auxiliar marcou impedimento de forma equivocada do camisa 7 e anulou o gol.

Aos 34, o Sobradinho voltou a ameaçar o gol adversário. Platini escorou lançamento de cabeça e Mirandinha disparou em velocidade. Depois de invadir a área, o camisa 11 enfiou o pé na bola e explodiu o travessão de Sucuri, que só torceu pra ela não entrar. Aos 42, Gerson avançou até a intermediária e colocou na cabeça de Reinaldo, que tirou do goleiro Michael no capricho, mas levou azar e a bola beliscou trave antes de ser afastada pela zaga. Dois minutos depois, Souza foi quem cruzou e Nunes raspou nela para outra boa defesa do goleiro alvinegro.

A primeira etapa terminou com alguma confusão depois de uma forte entrada de Souza no lateral Luan. No choque, Luan se apoiou na gola da camisa do meia do Jacaré, que quase teve seu uniforme arrancado. Depois de muito bate boca, o árbitro Rafael Diniz encerrou os primeiros 45 minutos.

Segunda etapa começa quente

A segunda etapa começou a todo vapor. Com 50 segundos de jogo, Mirandinha recebeu pela direita após boa trama e cruzou rasteiro para João Manoel só empurrar pro fundo do gol. 1×0 para o Sobradinho e fim da vantagem amarela. Aos 13 minutos, Platini cruzou rasteiro da direita e João Manoel apareceu de novo. No domínio, a bola subiu e o camisa 10 emendou um lindo voleio, obrigando Sucuri a espalmar pra escanteio.

Para tentar recuperar o domínio, Luquinhas foi à campo na vaga do lateral Patrick. Gabriel passou a fazer a direita. Depois desse domínio inicial do alvinegro, as duas equipes adotaram posturas cautelosas para não correrem mais riscos. Aos 34 minutos, Aílton Ferraz perdeu Souza por lesão e optou por colocar o polivalente Aldo em campo.

A única boa chance antes do apito final foi quando Rafael recebeu na esquerda e bateu pra fora. Aos 44, Vitor Santana colocou Wudson na vaga de Mirandinha, já pensando nas penalidades. Nem nos acréscimos os times aumentaram o ritmo e o título teve mesmo que ser decidido na marca fatal.

Nos pênaltis, brilha a estrela do goleiro Michael

Quem começou batendo foi o Brasiliense com Reinaldo, que bateu mal e parou no goleiro Michael. Na primeira cobrança do Leão, Platini teve a chance de se redimir da falha no tempo normal e dessa vez estufou as redes. A segunda cobrança do Jacaré veio com o experiente Aldo que converteu. Na segunda do Sobradinho, Sucuri voou e pegou a cobrança de Thiago Bispo. Abrindo a terceira série, o zagueirão Wallace bateu cheio de categoria e deslocou o goleiro, colocando o Brasiliense em vantagem. Igor não teve a mesma competência e acabou desperdiçando mais uma cobrança.

O experiente Radamés abriu a quarta série com uma bola no canto direito, rasteira, mas Michael foi muito feliz e praticou a defesa. Wudson, que entrou só pra bater pênalti bateu no canto esquerdo e Sucuri quase defendeu. Tudo igual. Na última e decisiva série, Nunes, capitão do Brasiliense, foi o escolhido. O camisa 9 bateu com extrema categoria e colocou toda a pressão em cima de Rafael, que também entrou no segundo tempo. O meia, com calma, colocou bola de um lado e goleiro do outro, mantendo viva a disputa de pênaltis.

Na primeira das alternadas, Zizu veio para a bola e parou mais uma vez no goleirão Michael! Faltava um gol para o Leão sair da fila. O zagueirão Rambo, que fez grande partida, teve a chance de se consagrar e entrar pra história. O zagueirão bateu firme no canto direito e decretou a vitória do Leão da Serra por 6×5 nos pênaltis. Depois de 30 anos, o Sobradinho está de volta ao lugar mais alto do pódio no Distrito Federal e de quebra levou uma vaga na Série D 2019, na Copa do Brasil e também na Copa Verde do próximo ano.

Após o jogo, o diretor de futebol amarelo, Paulo Henrique Lorenzo, disse que o foco agora é todo na Série D: “Temos três dias para descansar e para pensar no que vamos fazer, mas o pensamento a partir de agora é todo na Série D”, disse o cartola. “Nos poderíamos ter matado no primeiro jogo e fica um gostinho amargo, mas o Sobradinho fez um excelente campeonato e tem um grande time”, completou. Sobre reforços, Paulo desconversou: “O que chegar, vai chegar, mas quando não se ganha, alguma coisa tem que ser feita. Não temos nomes, mas quarta-feira, na reapresentação, já devemos ter novidades”, despistou.

Já Vitor Santana, treinador campeão, comentou sobre seu primeiro trabalho como treinador de um time principal: “Só tenho a agradecer a Deus. As vezes tem desconfiança, mas agradeço ao Túlio e a toda diretoria pela confiança que depositou” disse.

BRASILIENSE 0(5)x(6)1 SOBRADINHO

Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha – Final (2º jogo)

07/04/2018 – 16h25

Público: 5.016

Renda: R$ 34.320,00

Arbitro: Rafael Diniz

A1: Daniel Henrique

A2: Ciro Chaban

4º Árbitro: Gildevan Lacerda

5º Árbitro: Almir Camargo

Inspetor: Raimundo Lopo

BRASILIENSE 0 (5)

Edmar Sucuri; Patrick (Luquinhas), Wallace, Welton Felipe e Gérson; Radamés, Gabriel, Filipe Cirne (Zizu) e Souza (Aldo); Reinaldo e Nunes.

Técnico: Ailton Ferraz.

Gols: Não Houve

Cartões Amarelos: Welton Felipe, Gerson, Luquinhas

Cartões Vermelhos:

SOBRADINHO 1 (6)

Michael; Luan, Rambo, Igor e Dionatan; Lucas Dias, Geovane, Gabriel (Rafael) e João Manoel (Thiago Bispo); Mirandinha (Wudson) e Michel Platini.

Técnico: Vitor Santana.

Gols: João Manoel (1′ 2T)

Cartões Amarelos: João Manoel, Michel Platini, Gabriel, Lucas Dias, Luan

Cartões Vermelhos: Não Houve

Por Pedro Breganholi