STJD absolve Real Brasília em denúncia de assédio
Nesta quarta-feira (28) pela manhã, o pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) absolveu o Real Brasília de denúncia feita pela coordenadora do departamento médico e fisioterapeuta da Ferroviária, Ariane Falavinia dos Santos, que alegou ter sofrido assédio por parte de profissionais da equipe rival.
As duas equipes se enfrentaram em 19/03 pela segunda rodada do Brasileirão Feminino A1. Na ocasião, Ariane afirmou que, quando entrou no gramado para realizar um atendimento à goleira Luciana, aos 40 minutos do segundo tempo, pessoas uniformizadas com roupas do Real Brasília, que trabalham na comissão técnica, teriam proferido palavras a respeito de suas características físicas.
O aurianil do Distrito Federal já havido sido absolvido em primeira instância. Nesta quarta, por decisão unânime (9 votos a zero), foi mantida a absolvição pelo STJD. O presidente do clube, Luis Felipe Belmonte, comentou sobre a decisão do Tribunal e como recebeu a notícia: “Com a tranquilidade de que a verdade e a justiça prevaleceram. Um resultado de 9 x 0, no STJD, não põe margem a dúvidas.”
Essa decisão do STJD, unânime, representa um marco de que um assunto sério como esse, de assédio, que precisa realmente ser combatido, não pode ser usado de maneira falsa ou leviana, com objetivos de natureza duvidosa.
Belmonte falou sobre o prejuízo de imagem que o caso provocou ao Real Brasília. “A mídia promoveu reproduções em grande volume, inundando as redes com o noticiário, atacando o nome do clube e de seus dirigentes, com a matéria sendo reproduzida também por diversos órgãos na grande imprensa”, afirmou.” O dirigente ainda afirmou que “patrocinadores potenciais do Real Brasília desistiram de nos patrocinar e outros que já o faziam suspenderam pagamentos. As consequências foram graves e muito severas, além do componente da difamação, em função da nota da Ferroviária.”
Segundo Belmonte, “o princípio de respeito é uma tônica natural dentro do Real Brasília e se surgir qualquer suspeita ou acontecimento que descumpra as regras básicas de boa convivência, as providências são ou serão tomadas imediatamente. Nem fica para o dia seguinte.”
Leia abaixo a entrevista completa:
Como o senhor recebeu a absolvição e o que isso representa para o clube?
Com a tranquilidade de que a verdade e a justiça prevaleceram. Um resultado de 9 x 0, no STJD, não põe margem a dúvidas.
A acusadora primeiro disse que teria sido assediada quando entrou para atendimento, no final do segundo tempo. Confrontada com a realidade de que seria impossível alguém ter feito o suposto assédio quando ela “entrou” para atendimento (no meio do campo, onde estavam 4º árbitro, delegada, imprensa, seguranças etc.), mudou sua versão dizendo, depois, que tinha sido quando saiu de campo. Mas a juíza foi muito clara e objetiva, ao dizer que permaneceu no local durante todo o atendimento e de que a fisioterapeuta saiu por onde entrou, ou seja, pela lateral do campo, a 70 metros de onde estava o staff do Real Brasília, comprovando a impossibilidade total de o fato ter ocorrido. A arbitragem foi muito clara ao confirmar que mesmo estando acompanhando todo o atendimento, até a saída da fisioterapeuta, não ouviram nenhuma palavra de assédio do staff do Real, mas unicamente reclamações por conta do tempo de paralisação da partida.
Essa decisão do STJD, unânime, representa um marco de que um assunto sério como esse, de assédio, que precisa realmente ser combatido, não pode ser usado de maneira falsa ou leviana, com objetivos de natureza duvidosa.
Após a denúncia da suposta vítima, na página da Ferroviária, a mídia promoveu reproduções em grande volume, inundando as redes com o noticiário, atacando o nome do clube e de seus dirigentes, com a matéria sendo reproduzida também por diversos órgãos na grande imprensa. Na rodada seguinte do campeonato feminino houve protestos, faixas e entrevistas contra o noticiado “assédio”, defendendo o respeito à pretensa vítima. A Federação Paulista se pronunciou exigindo providências e prestando “solidariedade”, sem sequer saber se o fato era verdadeiro. Fomos submetidos a massacrante inquérito por 63 dias. O Globo esporte fez matéria de solidariedade à acusadora. Patrocinadores potenciais do Real Brasília desistiram de nos patrocinar e outros que já o faziam suspenderam pagamentos. As consequências foram graves e muito severas, além do componente da difamação, em função da nota da Ferroviária.
Naturalmente, isso será objeto de providências judiciais de reparação, enquanto já estão sendo avaliadas as possíveis providências também no âmbito penal, para que esse tipo de coisas nunca mais se repita com ninguém. E que a seriedade do assunto seja preservada, de modo a que quando realmente haja procedimentos reprováveis, os responsáveis sejam severamente punidos, mas quando isso realmente acontecer.
Após a denúncia, como o clube agiu para ajudar no esclarecimento dos fatos?
A denúncia foi recebida com assombro, até porque conhecemos o sistema com que trabalhamos no Real Brasília, em ambiente familiar e de respeito. No Real Brasília formamos atletas e trabalhamos formação de caráter.
Tão logo soubemos da notícia fizemos um rigoroso procedimento de verificação com todas as pessoas que estavam presentes no estádio naquele dia. Muitos deles que trabalham conosco desde 2015 e jamais aceitariam que o erro de uma pessoa pudesse gerar problemas para o clube. Se houvesse acontecido alguém nos informaria quem teria sido. Todos foram unânimes de que isso não tinha acontecido.
Depois, estudando melhor a acusação, verificamos que as versões apresentadas pela suposta vítima eram impossíveis de terem acontecido sem que algumas outras pessoas ouvissem. A dinâmica física, acústica e geográfica demonstrava que era impossível de ter ocorrido, tal como reconhecido pelo STJD.
Nos colocamos inteiramente à disposição no inquérito aberto, prestando todas as informações solicitadas. O Inquérito foi conclusivo no sentido de que não houve possibilidade de se apurar as circunstâncias do relatado. E não houve essa possibilidade porque o fato não existiu.
Com tamanha importância no futebol feminino, quais as ações do clube contra casos de assédio contra a mulher no dia a dia dentro da instituição?
A forma com que trabalhamos e a seriedade com que tratamos o quesito respeito não dá margem a que esse tipo de coisa aconteça.
Internamente, convivem em alojamentos separados homens e mulheres, mas com convivência diária, com todos se respeitando e trabalhando firme para êxito nas competições que participamos. Uns e umas torcendo pelos outros e outras.
O princípio de respeito é uma tônica natural dentro do Real Brasília e se surgir qualquer suspeita ou acontecimento que descumpra as regras básicas de boa convivência, as providências são ou serão tomadas imediatamente. Nem fica para o dia seguinte, caso aconteça, até porque os dirigentes do Clube são pessoas com exposição pública e jamais admitiriam qualquer caso de desvio nesse ou em outro caso que não seja de respeito às leis, às pessoas, aos bons costumes e à moral.
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