Clima de Copa do Mundo. Cerveja, batuques e muitas músicas de arquibancada. Esse foi o cenário que a reportagem do DF Sports+ encontrou no Trend’s Bar, localizado no Gama, a poucos metros de distância do estádio Bezerrão. No meio de todas as bandeiras verdes e amarelas e camisas do Brasil, conversamos com Mariana Neme, integrante do grupo Elas Na Copa, torcedoras que estão sempre de malas prontas para seguir a Seleção Brasileira mundo afora.

A festança era comandada pela bateria da Ira Jovem, torcida organizada do Gama, em parceria com o Movimento Verde e Amarelo (MVA), criado com o intuito de resgatar a paixão pela Seleção.

Enquanto os batuques animavam os torcedores, Mariana nos explicou sobre os dois projetos que estão promovendo uma bela festa nas arquibancadas do Bezerrão.

A união entre o Elas Na Copa e o Movimento Verde e Amarelo surgiu na Copa do Mundo de 2018, na Rússia, onde ambos uniram forças para torcer pelo Brasil na terra dos czares: “Conhecemos o MVA um ano atrás, quando a gente formou o Elas na Copa. Eles já tinham um tempo de atividade quando nos unimos para torcer pelo Brasil na Rússia”, explica.

A parceria deu certo e a união cresceu. Em junho de 2019, os grupos se juntaram e foram ao Rio de Janeiro acompanhar o Brasil, que viria a ser campeão da Copa América. Mariana acabou sendo convidada a se tornar a embaixadora do Movimento Verde Amarelo em Brasília.

Mariana faz parte dos dois movimentos. Foto: Willian Matos/DF Sports+

Quebrando preconceitos

Bem mais jovens que o MVA, o Elas na Copa surgiu através de um grupo no Facebook que reunia torcedores interessados em ir à Rússia acompanhar a Copa do Mundo. Com a manifestação de várias mulheres no grupo, alguns integrantes do sexo masculino as hostilizaram com comentários pejorativos e machistas. Elas, então, resolveram montar um grupo paralelo voltado apenas às torcedoras.

“Sofremos com o machismo em um grupo que era voltado a todo mundo. Então, decidimos montar o nosso, só com mulheres. Criamos uma conta no Instagram e acabamos crescendo muito. Hoje nós somos um total de 40 integrantes que formam uma equipe bem consolidada de torcedoras.”

Mariana Neme, do Elas na Copa

Voltando alguns anos no tempo, em 2008, surgia o Movimento Verde e Amarelo. Desde então, o grupo busca resgatar o patriotismo no esporte que sempre foi muito forte entre os brasileiros e tem entrado em decadência nos últimos anos. A popularidade da torcida cresceu em 2014, quando compuseram a música Mil Gols. No ano passado, durante a Copa do Mundo da Rússia, a canção Único Penta é o Brasilzão também viralizou na web e acabou caindo nas graças da torcida.

Os grupos se conheceram justamente na Rússia. De lá para cá, a união se faz fortíssima. Mariana explica que eles acompanham a Seleção Brasileira em qualquer esporte, não apenas no futebol. O importante é torcer pelo Brasil. “Os meninos (do MVA) já acompanharam basquete, handebol, vôlei foram até para as Olimpíadas, e nós estamos no mesmo rumo. Além da Copa América, acompanhamos a seleção de vôlei esse ano e pretendemos expandir para vários esportes”, projeta.

Representatividade

Um ponto alto na ainda breve história do Elas na Copa foi acompanhar de perto a Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo Feminina, na França, em junho deste ano. Para Mariana, o sentimento de representatividade é muito importante: “Tivemos representantes por lá, apesar de eu não ter conseguido me programar para ir. Foi muito importante. A gente precisa impulsionar ainda mais o crescimento da modalidade, que é tão relevante para torcedoras apaixonadas como eu”, conta.

Espaço para toda a família

A arquibancada com o Movimento Verde Amarelo e o Elas na Copa é um ambiente democrático. Todo mundo que quer cantar pelo Brasil é bem vindo junto ao grupo: “Estamos aqui pela representatividade da mulher, para trazê-las às arquibancadas. Mas temos crianças e muitas famílias também. O ambiente é democrático, e estamos todos pela paz e pela animação durante os jogos”, ponderou Mariana.

Quando a bola rolou para Brasil e Nova Zelândia, realizada nesta terça-feira (29), a torcida animou todo o estádio. Quem estava mais próximo cantou junto com o grupo.

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