Por Thiago Romeiro
Foto: UOL Esporte
Este é o primeiro texto desta coluna, e nada como um assunto polêmico para iniciarmos com o pé direito. Sendo assim, irei abordar a violência que há bastante tempo vem assolando o esporte brasileiro.
Não é de hoje que a mídia tem mostrado as confusões ocasionadas pelas “torcidas organizadas” ou “uniformizadas”, como gostam de serem chamadas. Mas o que vem a ser uma torcida organizada?
Originalmente, uma torcida organizada nada mais é que um grupo de torcedores que se juntam, organizadamente, para torcerem pelo time de coração. Durante os jogos, esses grupos levam faixas, bandeiras, balões e instrumentos musicais com objetivo de empurrarem os jogadores que estão em campo e animarem os chamados torcedores “comuns”.
Pois bem. Essa deveria ser a função das organizadas, mas muitas delas nasceram com outros propósitos, ou foram se transformando durante os anos, saindo da esfera de torcida e se tornando verdadeiras facções.
O problema vem preocupando as autoridades, mas geralmente as medidas tomadas para diminuir essa violência não são eficazes. Na minha visão, multar o clube e exigir que alguns jogos sejam realizados com portões fechados ou em outra localidade só prejudica o torcedor de bem, que não poderá mais acompanhar o seu time de perto.
Além disso, tais medidas não vão evitar os confrontos entre as facções. Todos nós sabemos quem são essas pessoas, tenho certeza que o poder público também sabe. O interessante é que existem organizadas com o único intuito de juntar pessoas para torcerem na arquibancada, mas os próprios torcedores, cartolas e jogadores preferem exaltar os grupos violentos, seja com benefícios na compra de ingressos ou até comemorando gols com gestos que identificam tais facções.
Mas qual seria a solução para acabarmos com a violência nos estádios de futebol? De modo geral, essa selvageria é resultado da ineficiência dos planos de ação do estatuto do torcedor, que não estabelece medidas de segurança, com procedimentos operacionais e conscientização de torcedores. Creio eu que a segurança pública deveria mapear todas as torcidas organizadas existentes no país e punir individualmente as pessoas que realmente tiverem participação nas badernas, assim como as facções envolvidas. Torcidas reincidentes devem ser extintas e os marginais presos, sendo registrados e proibidos de voltarem a frequentar praças esportivas.
Nesse quesito, parabenizo aqui o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (GEPE), que tem feito um belo trabalho no Rio de Janeiro. Lá cada organizada tem o seu espaço dentro do estádio e aquelas envolvidas em confusões recebem punições severas, como proibições que podem durar anos, o que tem diminuído os casos de violência em dias de jogos.