Ari de Almeida defende união do DF pelo acesso

Foto: Reprodução/Youtube DF Esportes

O presidente do Ceilândia EC, Ari de Almeida, foi o convidado do programa Resenha FC da última segunda-feira. Durante a live promovida no Youtube do DF Esportes, o dirigente do clube alvinegro, já classificado para a segunda fase do Brasileirão Série D, concedeu entrevista sobre a ótima campanha do time na competição, vislumbrou os possíveis adversários na segunda fase e pregou união para que Brasília finalmente tenha clubes disputando divisões superiores do Campeonato Brasileiro.

Ari de Almeida falou sobre a vitória no jogo passado, diante do União Rondonópolis, resultado que cravou a classificação do alvinegro na segunda fase com uma rodada de antecedência. Explicou a importância da vitória mesmo com a classificação encaminhada para a segunda fase, inclusive por ajudar o rival Brasiliense:

“O União (Rondonópolis) mostrou desde o início do jogo que veio para empatar o jogo, mas eles tinham que combinar o jogo, não é só vir e empatar, não. Então, o União veio com o propósito de empatar o jogo, o empate daria alguma vantagem para eles, mas o Ceilândia sabia da sua obrigação de ganhar o jogo por vários motivos. Primeiro que garantiria a sua classificação, as fases de disputa daqui pra frente continuam somando a pontuação. E segundo que o Ceilândia não vai pensar duas vezes em classificar um time de Brasília por outro de fora. Sabíamos que a nossa vitória deixaria o Brasiliense no G4, e nós somos de Brasília”, disse.

Nós estamos aqui não só para o Ceilândia subir, é o futebol de Brasília. Não tenho dúvidas que Ceilândia e Brasiliense se classificando (para a série C), teremos dois times fortíssimos na série C
Ari de Almeida

O dirigente do clube também explicou os motivos que levaram o Ceilândia a não conseguir a classificação para a segunda fase na série D do ano passado. Disse que a saída de diversos titulares atrapalharam o planejamento, que o time do Candangão não rendeu o esperado, e que o planejamento feito após o final do estadual era para apostar tudo no Brasileiro: “O Ceilândia montou uma equipe que não deu liga no Candangão. Mas, a gente tinha um trabalho muito estruturado, e hoje estamos com um elenco que dá pra ir mais longe na competição. Em 2022, chegamos na final do Candangão e avançamos bem na Copa do Brasil, mas depois perdemos muitos jogadores. O meio de campo inteiro não estava para a Série D, Gabriel Henrique, Tarta, Cabralzinho e Romário (todos rumaram para o Brasiliense). O (Gabriel) Vidal saiu depois. E perdemos estes jogadores na véspera da estreia da Série D e do jogo contra o Botafogo-RJ. Tivemos que mexer em toda a estrutura do time e fazer isso dentro de uma competição, você não dá conta. E mesmo assim começamos a Série D muito bem. E olha que se a gente não perde para o Ação-MT, a gente teria se classificado.”

Para Ari, o bom rendimento na atual temporada tem um motivo claro. “Qual é a diferença do ano passado para esse ano? Esse ano, nós tivemos quarenta dias do final do Candangão para a Série D. Esse ano nós não nos classificamos (para as semifinais), então sete dias depois do jogo contra o Taguatinga, nós já iniciamos a preparação do time com um plantel completamente diferente. Somente três titulares ficaram e sete novos chegaram, fora outros que vieram durante a competição, como o Cleiton, o (Aleff) Lagoa…então assim, o que foi diferente foi o tempo de trabalho. Não tenho dúvidas que, se a gente tivesse aquele time do ano passado, a gente teria se classificado na Série D”, afirmou.

O Ceilândia fez um planejamento para subir para a série C. Essa campanha não foi à toa, nós sabíamos o que iríamos fazer, eu e o Adelson (de Almeida, treinador) conversamos muito sobre isso, pegar todo o oxigênio que nós tínhamos e apostar (no acesso). E automaticamente, quando você chega na Série C, é uma competição totalmente diferente. Então o Ceilândia vai trabalhar para permanecer na Série C, tem que ficar ali para se encorpar na competição, para, mais na frente, você pensar em um acesso à série B. O importante é quando chegar na Série C, não voltar (para a D).
Ari de Almeida

Quando inquirido sobre qual adversário gostaria de enfrentar, Ari de Almeida surpreendeu ao não atentar para qualidades técnicas dos possíveis times que terá pela frente na segunda fase. Afirmou que está mais preocupado com a logística dos confrontos, uma vez que o fator físico poderia ser predominante nesta fase de mata-mata:

“Olha só, eu particularmente defendo que seja um time que facilite a logística. Enfrentar o Santo André não tem problema, a logística é perto. O Santo André está dividido em duas competições, a Copa Paulista e a Série D. É um time jovem, um time novo, tem o fator campo a seu favor, porque é 100% sintético, é um time de tradição. Se for o Vitória-ES, é bom porque a capital é (vôo) direto. Você tem que ter uma logística, porque, senão, seu time chega moído. Mesmo sabendo que Santo André fica a trinta minutos de Congonhas (Aeroporto), todos os dois facilitam a logística. O que acontece nessa Série D? Tem que acompanhar para você poder entender. Você saindo daqui onze e meia da noite, para chegar em Rondônia duas e meia da manhã, aí tem que dormir na capital Porto Velho para, no outro dia, viajar para Ariquemes que fica a trezentos quilômetros. Aí, joga no outro dia, pega outro vôo às duas e meia da manhã para voltar à Brasília. É coisa de louco, o time inteiro fica cansado. Então, na próxima fase, quem descansar melhor vai sair na frente. Então, são duas praças boas para a gente jogar, e automaticamente é outra competição. Ceilândia pode tanto levar de quatro, como passar por cima”, afirmou.

Outro assunto que incomodou o dirigente foi com relação ao baixo número de torcedores no estádio Abadião, mesmo com o time voando em campo. Ari de Almeida culpou as instalações do acanhado estádio localizado na Guariroba, mas prometeu que, em caso de acesso, o local irá sofrer reformas para acomodar melhor a torcida e a imprensa. O presidente afirmou: “nós começamos as obras para retirar os laudos, a partir daí nós vamos facilitar o trabalho da imprensa, melhorar aquela tribuna de honra, aumentar as cabines para dar melhores condições dos profissionais de imprensa. E subindo para a série C, automaticamente a gente vai trabalhar para construir arquibancada do outro lado.”

Você sairia de sua casa para ir ao Abadião sentar numa pedra quente e levar sol na sua cara? O que falta no Abadião é dar comodidade para o seu torcedor, e não tem no Abadião, a gente tá tentando organizar isso. Vamos fazer algumas intervenções lá para facilitar isso.
Ari de Almeida

Por fim, o dirigente do Gato Preto enalteceu o papel da imprensa para ajudar a promover o futebol local. Lembrou de 1998, quando um somatório de forças culminou com o acesso do Gama à primeira divisão. Disse ainda que o momento pede uma nova união de forças, independente de qual clube consiga o acesso este ano.

“Vocês (imprensa) tem um papel fundamental para ajudar a levantar o futebol do Distrito Federal. É verdade que temos problemas. Conhecemos eles. Mas estamos em outro tempo. Quero lembrá-los de quando o Gama subiu (para a série A). O Gama quando subiu, não foi um projeto do Gama, foi um projeto do Distrito Federal. A torcida do Sobradinho abraçou, a do Ceilândia, a do Taguatinga, todo mundo praticamente de mãos dadas torcendo pelo futebol de Brasília. Eu saía da Ceilândia para assistir os jogos do Gama no acesso deles à série A do Brasileiro. Ou seja, era a Federação de mãos dadas, era o Governo de mãos dadas, todo mundo lembra. O primeiro patrocínio do BRB foi para o Gama subir. Tem que ser um projeto de todos nós. Ah, mas o Ceilândia vai subir, não gosto do Ceilândia, mas se não for o Ceilândia, não vai acontecer esse ano. Então, a imprensa tem esse papel, o momento é muito bom para o Distrito Federal, eu acho que tem uma onda, um vento, não vou falar em cheirinho (risos), mas tem um vento muito forte para o futebol do Distrito Federal subir esse ano. No ano passado, o Brasiliense ficou sozinho nessa porque o Ceilândia não se classificou (para a segunda fase), mas esse ano Ceilândia e Brasiliense estão chegando muito fortes, muito firmes mesmo. Quero deixar claro aqui, eu não tenho problema nenhum em ver o Brasiliense subir. O pessoal tem que parar com essa ilusão de que o Brasiliense é ruim para o futebol de Brasília, queria que todos fossem igual ao Brasiliense. Era bom a gente ter isso. Então, se o Brasiliense conseguir se organizar nessa reta final, eu acho que ele passa pela Portuguesa-RJ (na segunda fase), ele se classificando, e ele vai se classificar. O Ceilândia está muito forte, muito unido, muito junto, muito entrosado o time, tem tudo para a gente subir.

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