Tricampeã, a Seleção Brasileira não vence o Mundial Sub-17 desde 2003. 16 anos depois, com atletas que nem assistiram à última conquista, o Brasil entra em campo em busca do tetra.

País com mais participações na competição, o Brasil busca mais um título para se aproximar da Nigéria, maior campeã, com cinco títulos, e contará com a ajuda da torcida para ir atrás da taça, já que sedia a competição pela primeira vez. 

Expectativa

Após uma campanha ruim no Sul-Americano disputado no Peru no início do ano, com duas vitórias, um empate e uma derrota, a eliminação veio ainda na primeira fase. Mas com a mudança de sede para o Brasil, acabamos herdando a vaga.

Se tornar jogador profissional de futebol é um caminho árduo, mas também é o sonho da maioria desses garotos convocados. Apesar disso, o sucesso no Mundial Sub-17 não é garantia de sucesso na carreira. Veja alguns dos atletas campeões em 2003:

Nomes como Arouca e Ederson faziam parte do time titular na época, enquanto Marcelo Lomba era o goleiro reserva. Jogadores como Léo Matos, do Flamengo, eram tidos como promessa, e com 17 anos já estavam vendidos para a Europa, mas acabaram não se adaptando e jogam em times de pouca expressão atualmente.

O goleiro da equipe, Bruno, revelado pelo São Paulo, teve a carreira interrompida em 2006, quando sofreu um acidente de carro e acabou tetraplégico. Hoje é atleta paralímpico, e disputou Vela Adaptada nos jogos do Rio-2016. Os zagueiros João Guilherme e Leonardo hoje defendem times do interior do Rio e de São Paulo, respectivamente. Veja a ficha técnica da final, disputada contra a Espanha:

Brasil 1×0 Espanha
Local: Estádio Töölö. Árbitro: Eric Braamhaar (Holanda). Gols: Leonardo. Cartões Amarelos: Xisco, Pallardo, Abuda, Francis e Fabregas

Brasil
1 Bruno ‘Alegria’ 2 Léo 3 João 4 Leonardo e 6 Sandro. 5 Júnior 7 Jonathan 8 Arouca e 10 Ederson (Juliano). 11 Evandro (Felipe) e 18 Abuda (Hugo). Técnico: Marcos Paquetá

Suplentes: 12 Marcelo 20 Walisson 13 Marlon 17 Ronny 14 Arthur 15 Felipe 16 Juliano 19 Hugo e 9 Thyago Correa

Espanha
20 Mandaluniz 14 Arzo 4 Francis 12 Pallardo e 16 Xisco. 5 Sanchez (Cases) 7 Sisi (David) 8 Markel e 10 Silva (Oskitz). 17 Fabregas e 11 Jurado. Técnico: Juan Santisteban

Suplentes:  1 Adan13 Ivan 2 Ruz 3 Llorente 6 Tebar 15 Javi 18 Oskitz 19 Cases e 9 David

Dentre os craques que atualmente vestem a amarelinha, nenhum foi campeão da categoria de base. Homens de confiança de Tite, como Marquinhos em 2011, e Alisson, Neymar e Philippe Coutinho em 2009, acabaram não levantando títulos. 

Só um

Apenas um jogador conseguiu a façanha de ser campeão pelo sub-17 e pela equipe principal. Nascido em Porto Alegre-RS em 1980, Ronaldo de Assis, o famoso Ronaldinho. O Bruxo levou o Brasil ao título em 1997 e 2002, além disso, foi eleito o melhor jogador do mundo em duas oportunidades.  

Fábregas, que foi campeão com a Espanha em 2010, chegou perto do feito. Antes de levar a seleção principal ao título, jogou pela categoria de base, mas bateu na trave justamente contra o Brasil, no último título conquistado pela nossa seleção, em 2003. 

Último mundial

O último campeonato foi disputado na Índia em 2017, e como campeão sul-americano, o Brasil acabou chegando à competição como um dos favoritos ao título. Após jogos tranquilos até as oitavas, quase caiu para a Alemanha nas quartas – a vitória veio de virada -, acabou caindo na semi para a Inglaterra, que sagrou-se campeã, mas não conseguiu a classificação para vir ao Brasil em 2019.  

O que esperar

Apesar de não ter conquistado os resultados esperados nos últimos anos, o retrospecto da seleção Canarinho contra os times da fase de grupos é bem favorável. Contra o Canadá, um confronto com uma vitória por 2 x 0 na fase de grupos de 1995. Já contra a Nova Zelândia, o aproveitamento é de 100% nos dois jogos, com oito gols marcados. A novidade é a Nigéria, que faz sua primeira participação no torneio.