Nesta semana, um fato ocorrido na Federação de Futebol do DF passou despercebido da mídia. Segundo comunicado divulgado em seu site oficial,  foi convocada uma Assembléia Extraordinária com os representantes de todos os filiados com a seguinte pauta: definir o orçamento para a temporada 2018 e votar o fechamento das contas relativas ao exercício de 2017. Lembrando que estas contas não foram votadas graças ao episódio que culminou com o “impeachment” do então presidente Erivaldo Alves da presidência da entidade.

Na ocasião, um conjunto de dirigentes liderados pelo ex-Diretor de Futebol da Federação Neimar Frota (atual presidente do Samambaia FC) exigiu explicações sobre um suposto empréstimo contraído pela Federação em 2016 no valor de R$ 300 mil. A maior parte dos recursos (200 mil) teriam como objetivo um auxílio financeiro ao Ceilândia EC que na época passava dificuldades e mas tinha possibilidade de acesso para a série C.

Conforme explicou Erivaldo, o restante foi utilizado para pagamento de REFIS junto à Receita Federal (76 mil) e despesas gerais (24 mil). Porém o presidente do Ceilândia Ari de Almeida à época relutou em afirmar que recebera os recursos. Tampouco Erivaldo possuía recibos do dirigente comprovando a operação, uma falha assumida publicamente pelo Departamento Financeiro da entidade.

Foi então convocada uma Assembléia Geral para que o Presidente da Federação explicasse a origem e o destino dos recursos. Durante a Assembléia,  Ari de Almeida confessou ter recebido os 200 mil da Federação. Erivaldo então sugeriu que fosse feita uma retificação no Balancete de 2016, o que não foi aceito pelos clubes. Sem a inclusão do montante no balanço de 2016, a operação foi para o balanço de 2017 que acabou aprovado ontem (31) com 16 votos a favor, 3 contra e 1 abstenção na Assembléia dos clubes. Ou seja, a causa determinante para o afastamento do ex-presidente Erivaldo Alves acabou sendo aceita pelos dirigentes como uma operação legal.

Mesmo com a justiça a seu favor (O Juiz que concedeu a liminar para que o dirigente se mantivesse no cargo havia dado um prazo para se justificar), Erivaldo Alves optou por renunciar ao cargo em 9 de Outubro do ano passado. A atual aprovação de contas poderia ser utilizada pelo ex-presidente para reivindicar sua recondução ao cargo, mas isto nem passa pela cabeça de Erivaldo, que hoje voltou a ser dirigente do Santa Maria: “No final das contas os mesmos dirigentes que votaram pela minha saída aprovaram as contas da minha gestão. Todas as minhas contas da Federação foram aprovadas sem ressalvas, 2015, 2016 e agora esta de 2017. Na verdade não me queriam na presidência e usaram este subterfúgio. Mas nem penso em retornar (à Federação), o que eu mais quero agora é paz” disse.

O atual presidente da entidade Daniel Vasconcelos cumpre mandato tampão até 2020, quando haverá outra eleição para a escolha do novo mandatário.

 

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