O cavaleiro paralimpico brasiliense Sérgio Froes Ribeiro de Oliva participou de uma seletiva na Bélgica para os Jogos Equestres Mundiais – FEI World Equestres Games Tyron 2018, que serão sediados no Tyron Internacional Equestrian Center, na Carolina do Norte, EUA e acontecerão em setembro. Na competição, Sérgio alcançou um quarto lugar na prova por equipes, um sexto lugar na prova estilo livre e por último um sétimo lugar na prova individual. Segundo o cavaleiro, apesar destes não terem sido seus melhores resultados, ele se manteve na média e está pré classificado para o Mundial.
O cavaleiro de 35 anos de idade, que pretende conquistar seu bi campeonato mundial na terra presidida por Donald Trump, carrega consigo um excelentíssimo currículo na carreira de adestrador paraequestre. É cavaleiro profissional desde 2002 e integra a seleção brasileira há pelo menos 14 anos, além de possuir um título mundial. Sérgio é também o atual campeão brasileiro da modalidade na categoria grau 1, tendo conquistado 7 títulos, participou de 3 paralimpíadas, conquistando duas medalhas de bronze (uma em prova individual e outra em prova de estilo livre) nos jogos do Rio em 2016.
À equipe do DF Sports, Sérgio conta que se acostumou com a rotina em Brasília e as dificuldades impostas pela sua condição (paralisia cerebral) para a prática do esporte: “Aqui em Brasília eu já não tenho mais tanta dificuldade para deslocamento, e nem para treinamento. O Country (Club, de Brasília) tem uma boa acessibilidade, é um ótimo convívio para treinar, eu gosto muito de lá.”, conta o cavaleiro.
No Brasília Country Club, Sérgio treina quatro vezes por semana e além do apoio da instituição, o atleta agradece aos patrocinadores: “Graças aos meus patrocinadores, que são o Instituto Sabin, Loterias Caixa, Ministério do Esporte, Bolsa Atleta e a Chevaux, eu posso competir em alto nível. Um atleta sem patrocinadores não é ninguém.”, explica Sérgio.
Em 1989, seguindo recomendações médicas, o cavaleiro iniciou atividades de equoterapia por questões de equilíbrio, mas precisou interromper a terapia para se dedicar aos estudos e outros projetos pessoais. Em 2002, Sérgio chegou a praticar a modalidade de salto, mas por segurança acabou migrando para o adestramento paraequestre no início de 2003, onde se encontrou como atleta. Segundo o cavaleiro, ele se identificou rapidamente com o adestramento, pois a questão de sentir o animal foi muito importante em sua evolução como competidor e, desde então, ele compete profissionalmente.
Em seu site, a frase “eu faço da dificuldade a minha motivação” é estampada. Este, que provavelmente seja o lema de Sérgio, faz com que o cavaleiro seja diferente dos demais. Ele conta que no começo da carreira como competidor as coisas eram mais difíceis, mas ele não se intimidou. A busca por patrocinadores, ele explica, foi a parte mais difícil é demorou cerca de 12 anos até conseguir assinar o primeiro contrato com apoiadores.
Sérgio ainda conta que ele não pensava em ser atleta paralímpico no início, apenas treinava e competia com naturalidade e, conforme as oportunidades surgiam, ele as aproveitava. Com o passar dos anos, Sérgio percebeu que tinha potencial e começou a conquistar seus primeiros resultados mundialmente expressivos, se tornando assim, conhecido pelo mundo do hipismo.
Provavelmente seu carisma tenha colaborado muito para seu relacionamento com amigos, apoiadores e patrocinadores, o qual ele sempre faz questão de agradecer. Sérgio Oliva parece nunca ceder aos problemas, mas do contrário, ele os usa ao seu próprio favor para que se torne cada vez mais competitivo e duro de ser batido. Ao ser perguntado qual o sentimento de defender o Brasil em paralimpíadas e campeonatos mundiais, não faltam palavras ao cavaleiro: “Eu como atleta de alto rendimento eu me sinto me sinto lisonjeado e muito feliz em representar meu país, por ter conquistado grandes vitórias e resultados, tanto em paralimpíadas como em mundiais. É um privilégio para poucos. O objetivo do atleta é sempre se desafiar e tentar chegar à excelência” concluí.
Sérgio não sabe se vai disputar mais alguma seletiva antes do mundial em setembro, pois segundo ele, a logística do hipismo é bastante cara e ele ainda está em busca de recursos e novos apoiadores que o ajudem a custear uma nova competição antecedente ao mundial. O que se sabe é que o brasiliense está motivado para a conquista do bi campeonato. Perguntado sobre a possibilidade do ouro olímpico em 2020, em Tóquio, Sérgio mantém os pés no chão: “O objetivo sempre será o ouro olímpico, mas agora estamos focados em conquistar o Mundial deste ano, pois é o nosso objetivo por agora”.
Os Jogos Equestres Mundiais acontecerão em Setembro de 2018, entre os dias 10 e 23, e serão sediados na Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
Por Gabriel Felipe