Após a vitória do Brasília no primeiro duelo do Ginásio Professor Hugo Ramos nesta quarta-feira (24), foi a vez da outra equipe candanga entrar em quadra, contra o sexto colocado e dono da casa, Mogi da Cruzes. Após a derrota apertada no turno, 81×75, os brasilienses repetiram o roteiro, perdendo no último quarto. Melhor para os paulistas, que venceram por 84×78, parciais de 20×24 / 18×17 / 16×18 / 30×19.
O Cerrado perdeu a oportunidade de colar no 11º, Pato Basquete, e abrir uma pequena vantagem para o Pinheiros. O próximo jogo do time, contra o Corinthians na sexta-feira (26), será um divisor de águas para as pretensões candangas no NBB. Já o Mogi enfrentará o Fortaleza em um confronto direto do meio da tabela, essencial para os paulistas alçarem uma melhor posição na tabela.
Sem Paulo, diagnosticado com covid-19, Bruno Lopes escalou o verdão com Lucas Lima, Crescenzi, Wiggins, Douglas Nunes e Sérgio. Já Guerrinha colocou os paulistas em quadra com Fúlvio, Douglas Santos, Coleman, Mogi e Wesley.
O Cerrado dominou todo o jogo, ficando na frente do início até o último quarto, mesmo com seus altos e baixos durante cada tempo do duelo. Porém, o último quarto foi decepcionante, com diversos erros no ataque e na defesa e, com isso, o Mogi conseguiu virar o placar e vencer mais uma vez a equipe brasiliense.
Os americanos Crescenzi e Wiggins foram os cestinhas – dos candangos e da partida, com 21 e 19 pontos, apesar de aproveitamentos distintos – 80,8% e 38%. Mas sem grande ajuda do resto do time, apenas Douglas Nunes fez mais de 10 pontos, não conseguiram manter o verdão na frente até o final.
Pelo lado paulista o jogo coletivo foi o grande destaque, com cinco jogadores ultrapassando os dois dígitos: Lessa (14), Douglas Santos (14), Wesley (12), Fúlvio (11) e Gruber (10), os dois últimos ainda tiveram oito rebotes cada. O armador Fúlvio também foi o líder em assistências, com oito, e ficou perto de um triplo-duplo nesta noite.
O jogo
Primeiro quarto
A primeira parte da partida começou com Crescenzi fazendo os 10 primeiros pontos do Cerrado em quadra, o ala Mogi também começou bem e fez cinco dos seis pontos paulistas. Depois foi Wiggins que marcou, em uma cesta de três e dois lances livres para colocar 15×6 para os candangos no placar.
O bom início brasiliense fez o técnico Guerrinha parar o jogo para acordar seus comandados e, com uma boa sequência de Douglas Santos – com direito a enterrada – o Mogi conseguiu encostar no placar: 20×15. O final do quarto teve mais duas cestas para cada lado e foi encerrado em 24×20 Cerrado.
O ala/armador americano Crescenzi, com seus 10 pontos iniciais, e o ala Wiggins, sete, foram os maiores responsáveis pela vitória parcial do verdão. Pelos paulistas os grandes destaques foram os alas Douglas Santos e Mogi, sete pontos cada. O grande diferencial do período foram as bolas do perímetro, 66% de aproveitamento do Cerrado contra 25% do adversário.
Segundo quarto
A volta para a quadra teve os candangos ampliando a vantagem para nove, após bela enterrada de Alex: 31×22. O Mogi reagiu, cortando a a diferença para cinco novamente, com cesta de Wesley, mas o Cerrado acertou dois arremessos seguidos, colocou 38×29 no placar e fez Guerrinha parar o jogo novamente.
O tempo acabou esfriando as equipes, que passaram algum tempo sem converter cestas até que Coleman, de três diminuiu para os paulistas. Os brasilienses chegaram a abrir nove pontos, porém o Mogi reagiu e voltou para a desvantagem do início do quarto, 41×37, fazendo Bruno Lopes parar o duelo – que não surtiu efeito, apenas os paulistas marcaram em um lance livre antes do intervalo: 41×38.
Crescenzi continuou sendo o líder em pontuação do Cerrado em quadra, mantendo 100% de aproveitamento nos arremessos, com cinco pontos na parcial. Do lado paulista, o ala/pivô Fabrício acertou duas bolas de três para liderar as estatísticas da sua equipe. Os brasilienses erraram mais enquanto os rivais melhoram o aproveitamento do perímetro para manter o placar apertado.
O ala Douglas Santos, do Mogi, falou um pouco sobre a vantagem do Cerrado na partida e sobre como sua equipe pode virar o placar. “Começamos mal na defesa, eles tem bom aproveitamento de três pontos, porém conseguimos melhorar a marcação nos arremessos deles e pontuar nos contra ataques”.
Enquanto isso, Crescenzi comentou sobre os erros dos candangos no primeiro tempo e como manter a vantagem até o fim do duelo. “Nós estamos oferecendo muito espaço para os arremessos do perímetro para um adversário que possui alto aproveitamento nessas bolas de três. Então, precisamos melhorar a marcação para manter a vitória hoje”.

Terceiro quarto
O duelo voltou com os times cometendo alguns erros, incluindo o primeiro de Crescenzi na noite. Mas, aos poucos, o Cerrado foi se reencontrando e ampliou sua vantagem com o próprio americano fazendo duas cestas e dando uma assistência para uma enterrada magnífica de Sérgio, o que ajudou o verdão a colocar 51×40 no placar, fazendo Guerrinha parar o jogo.
Novamente a partida esfriou um pouco, as equipes trocaram uma cesta cada – diversos arremessos errados ocorreram – e, finalmente, os paulistas conseguiram diminuir sua desvantagem com bandeja de Mogi após um airball de Coleman e uma cesta de três de Lessa: 53×47. Os times trocaram pontos até o estouro do cronômetro, com 59×54 no placar.
Crescenzi e Wiggins continuaram liderando os brasilienses em quadra, seis pontos cada, enquanto o Mogi contou com boa atuação do ala/armador Lessa, sete pontos, para não deixar os candangos ficarem com folga no marcador. Dessa vez foram os paulistas que erraram muito, porém o verdão não acertou nenhuma bola do perímetro, o que impediu uma vantagem mais larga.
Último quarto
Parecia até que o Cerrado não tinha voltado para o final da partida. O Mogi veio avassalador com cinco ataques convertidos e, como os brasilienses só pontuaram em um ataque, viraram o jogo: 64×62 após bola de três de Coleman – que forçou Bruno Lopes a pedir tempo técnico. A parada ajudou os candangos que, com dois arremessos do perímetro, chegaram a retomar a liderança.
O jogo ficou lá e cá, com alternações no placar e muitas bolas emocionantes, como um cesta de três de Gruber para o Mogi e uma bandeja de Wiggins para o Cerrado. Porém, o Cerrado errou vários ataques – Wiggins desperdiçou três lances livres – e o Mogi abriu vantagem após bandeja de Wesley: 77×72.
Os brasilienses até que tentaram reagir e retomar a liderança, mas continuaram desperdiçando ataques e saíram derrotados de quadra: 84×78 para os paulistas. Com Crescenzi e Wiggins apagados, o Cerrado assistiu de camarote a boa atuação do armador Fúlvio, seis pontos, e do pivô Wesley, nove pontos, que comandaram a reação do Mogi no último período. Os rebotes e as assistências, além do bom aproveitamento nos lances livres foram fundamentais para isso.
Fim de jogo
A derrota no final do duelo foi dolorosa, mas resta ao Cerrado se reerguer e aprender com os erros da partida para voltar a vencer na próxima rodada e se classificar aos playoffs na melhor posição possível. O armador Lucas Lima falou sobre a atuação desta noite:
De modo geral, nos faltou consistência. Foram muitos altos e baixos no ataque e na defesa. No último quarto levamos 30 pontos e não podemos ter uma defesa desse jeito, precisamos acertar os mínimos detalhes e corrigir isso para próximo duelo
O experiente armador Fúlvio, do Mogi, comentou sobre a grande virada de hoje. “No início do jogo nós amassamos o aro e eles tiveram um aproveitamento absurdo, que nos fez correr atrás durante todo o duelo. O importante é que no final conseguimos defender bem, ser inteligentes e explorar os rebotes de ataque. Foi um jogo duro, mesmo com vários desfalques os atletas do Cerrado se sentiram a vontade durante toda a partida. A nossa equipe sofreu e poderia nem merecer a vitória, jogamos apenas um quarto enquanto eles dominaram os outros três”.
Faltou pouco tempo pra manter a vitória ????