No último domingo (04) ocorreu a segunda edição da Copa Gari, competição disputada entre os profissionais da limpeza urbana e reciclagem do Distrito Federal e sediada no Estádio Nacional Mané Garrincha. Na final, a equipe da Sustentare venceu o Capital Recicláveis pelo escore de 3 x 1 e faturou o bicampeonato do certame. O terceiro lugar ficou nas mãos da Valor Ambiental.
Já considerada tradicional na Capital Federal, o objetivo da Copa Gari é dar visibilidade a categoria e contribui para a criação de um ambiente de “companheirismo e camaradagem entre todos”, conforme informa o portal do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU). A diretora-presidente do SLU Kátia Campos, durante a entrega das premiações, sugeriu também a criação de uma versão feminina da competição: “Porque não fazer também um campeonato de futebol feminino?” Indagou, levantando uma importante hipótese para as edições futuras da Copa Gari.
Convidado de Honra
Para a premiação final da Copa Gari, foi convidado o ex-jogador Careca. O atacante que foi revelado pelo Guarani-SP e teve passagens por São Paulo-SP, Santos-SP, Napoli-ITA e Kashiwa Reysol-JAP, além de ter disputado duas Copas do Mundo pela Seleção Brasileira, falou com exclusividade ao DF Sports. O atleta iniciou agradecendo ao Grupo Sustentare pelo convite à Copa Gari e elogiou a qualidade técnica dos atletas: “Só tenho a agradecer ao Grupo Sustentare que me trouxe aqui para fazer o encerramento. A gente fica muito feliz por essa Copa que é de inclusão e onde a gente inevitavelmente vê talento dos jogadores, que muitas vezes não tiveram a oportunidade no passado e hoje podem jogar nesse estádio maravilhoso que é o Mané Garrincha.”.
Questionado sobre a qualidade do futebol de base do DF, Careca falou sobre o trabalho que existe na Capital Federal. Opinou também sobre a idade dos jogadores que disputaram a Copa Gari e sobre a idade que um alteta inicia no futebol profissional: “Hoje existe um trabalho de base, acompanhamento e monitoramento com crianças de 8, 9 anos aqui em Brasília e isso é importante. Mas esse tipo de evento (Copa Gari), que envolve uma estrutura dessa também é importantíssimo. Tem uma idade para a disputa, mas a gente tem a possibilidade de maturação de um menino de 20, 22 anos que é tardia, mas que pode vingar. O Dadá Maravilha foi profissional com 28 anos, por aí. Se trata de ter olhos e dar a oportunidade ao atleta e um evento de inclusão como esse está mais do que de parabéns por isso.” Ponderou.
Careca também falou sobre o trabalho que ele tem feito com seu centro de treinamento em São Paulo. “Eu tenho um trabalho em Campinas, onde temos um centro esportivo. Não é só futebol. A gente tem academia, tem um espaço para eventos, tênis, golfe, campos society. A gente trabalha na garotada, na formação de atletas, com garotos que possam ter oportunidades em grandes clubes.” O ex-atacante também falou sobre a qualidade da estrutura do futebol de base atualmente em relação à época em que ainda estava em atividade: “Eu acho que mudou bastante. A estrutura de hoje é muito superior a da nossa época. Alojamento e estrutura com as de hoje não existiam. Os alojamentos eram embaixo das arquibancadas. Hoje os garotos estão em centros de treinamentos com hotel. Não é um alojamento. Eles têm toda essa estrutura e os erros são menores.” Ponderou.
Importância da Copa Gari
O DFSports também conversou com Adilson Martins, presidente da Sustentare. Ele começou falando da importância social da competição e o por quê da criação da Copa Gari: “Nós acreditamos muito nas pessoas. E nós entendemos que prestigiar e fortalecer o trabalho e a valorização dos profissionais da limpeza pública aqui de Brasília é fundamental. Além desse projeto, nós temos projetos de alfabetização dos Garis. E nós entendemos que o futebol é um esporte que une as pessoas. Independente da empresa que eles estão, eles precisam criar um ambiente de amigos. E o futebol tem muito isso: a união das pessoas. E nós criamos a competição nesse intuito. Temos o Mané Garrincha, falamos com o governador e lançamos a competição para que esses profissionais que são tão pouco vistos possam ser notados pela população.”
Além disso, Martins também falou sobre o novo governo e a possibilidade da competição ter continuidade nos próximos anos: “Como nós entramos através de licitação pública, que já aconteceu, estamos apenas aguardando. Inicialmente o contrato seria de 5 anos e a intenção é continuar (com a competição). E nesse período nós faríamos outras edições da Copa, sempre prestigiando todos os colaboradores que são as pessoas mais importantes da empresa.”
Por Gabriel Felipe