A oportunidade de uma renovação do futebol brasileiro como negócio vem movimentando os clubes e abrindo portas para novas oportunidades. Isso se deve a Lei nº 14.193/2021, de criação do Senador Rodrigo Pacheco, e mais conhecida como ‘Lei da SAF’, da qual instituiu a sociedade anônima do futebol (SAF), trazendo a possibilidade dos clubes, antes constituídos como associações, tomarem a forma de sociedade anônima.
Foi baseado nessa renovação de mercado no futebol que o Dr. Genisson Silva, especialista em direito empresarial e desportivo, escreveu o livro ‘SA do Futebol’, onde esmiúça todos os detalhes da lei elaborada pelo Presidente do Senado.
Homenagem ao criador da Lei da SAF
Nesta terça-feira (8), Dia da Mulher, o Dr. Genisson Silva junto à sua esposa Arlinda Vieira, ex-conselheira do Club Sportivo Sergipe, entregaram presencialmente o livro ‘SA do Futebol’ a Rodrigo Pacheco, presidente do Senado e autor da lei.
Ex-presidente da equipe de futebol do Club Sportivo Sergipe, o autor da obra se viu motivado a escrever o livro como forma de esmiuçar as formas em que a nova lei da ‘sociedade anônima do futebol’ pode alavancar o esporte como forma de negócio.
A ideia do livro é se tornar um verdadeiro achado para quem deseja investir com conhecimento e segurança em negócios esportivos, mais objetivamente, no âmbito do futebol.
Dr. Genisson
Também houve visita à senadora Maria do Carmo, em seu apartamento funcional, na Asa Sul. Titular da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, a sergipana recebeu Genisson e Arlinda de portas abertas, conversaram bastante, e aproveitaram para comemorar o Dia da Mulher juntos.
Como irá funcionar a Lei da SAF?
A partir de agora, está permitida a criação de sociedades anônimas específicas ao futebol, deixando para trás um cenário problemático no Brasil, onde gestões de clubes são guiadas por emoção e paixão, sem responsabilidade financeira.
As Sociedades Anônimas do Futebol estão autorizadas, pela lei, a receber investimentos de outras naturezas, ao mesmo tempo que também poderão emitir ações bônus ou outros títulos financeiros, tais como debêntures de futebol e initial public offerings (IPO) negociáveis na Bolsa de Valores.
Com isso, se vê chegar ao futebol brasileiro a era da governança com transparência, compliance, pois a publicação de demonstrações financeiras, participações societárias, estatutos e atas passou a ser exigida durante um período mínimo de dez anos.
Um novo momento para o Futebol Feminino
A nova Lei da SAF tem um marco importante também para o futebol feminino. A Emenda nº 13 institui a oportunidade igualitária de alunas matriculadas em escolas públicas ao Programa de Desenvolvimento Educacional e Social (PDE), com intuito de desenvolver a fomentação do esporte entre as mulheres.
Os olhos de grandes empresários passaram a se voltar ao futebol feminino graças ao crescimento exponencial da modalidade no Brasil. Grandes clubes têm investido cada vez mais, e o resultado tem sido satisfatório, como na final do Paulistão Feminino 2021, onde São Paulo e Corinthians duelaram pela taça para mais de 30 mil pessoas no estádio Itaquerão.
Futebol brasileiro já atrai novos investidores
O impacto da nova lei foi rápido e grandes clubes do cenário nacional já aderiram ao modelo da Sociedade Anônima do Futebol. O Cruzeiro-MG é um dos cases mais impactantes, pois o novo modelo atraiu o investimento de um velho conhecido da torcida mineira: Ronaldo Fenômeno, cria da base azulina.
O ex-jogador passou a ser sócio majoritário da Cruzeiro SAF e investirá o montante de R$ 400 milhões no clube mineiro. O maior desafio serão as dívidas acumuladas da Raposa, que giram em torno de R$ 1 bilhão.
O Botafogo é outro grande case de novo empreendimento no futebol. O empresário John Textor, dono do Cristal Palace (ING), irá investir o montante de R$ 400 milhões no time da Estrela Solitária. Já o Vasco, outro carioca ‘entrando na onda’ das SAFs, terá o investimento do grupo estadunidense 777 Partners.
A SAF no futebol candango
No âmbito local, o Gama foi o primeiro a aderir a nova onda. Em parceria com o empresário Leonardo Scheinkman, o alviverde virou a ‘Gama SAF’, porém tem acumulado problemas desde a assinatura do contrato, com dívidas trabalhistas e sem aporte financeiro prometido.
Casos como o do Gama ressaltam a importância em se abordar a lei de forma correta, visando um planejamento baseado em gestão de negócios, principalmente ressaltando que a nova lei não tem intuito de servir como um ‘salvador’ para clubes endividados, mas sim como nova oportunidade.