GDF anuncia “investimento” com plantio do gramado no Bezerrão e reformas estruturais

Terceiro maior estádio do DF e palco de grandes conquistas esportivas, o estádio Bezerrão passa pela sua segunda reforma desde que foi reinaugurado, ainda em 2008, para receber o amistoso Brasil 6×2 Portugal. A tradicional casa da Sociedade Esportiva do Gama, localizada no coração da cidade, vem passando por obras para voltar a receber jogos oficiais. Segundo imagem aérea registrada pela NYX Marketing do último sábado (18), é possível ver que a primeira camada de areia está dando lugar às placas de grama.

Em 2019, a FIFA investiu cerca de R$ 1 milhão para adequar o estádio às normas internacionais a fim de receber a Copa do Mundo Sub-17 daquele ano. Entre as melhorias, foram instalados novos refletores, área de imprensa na arquibancada externa, rebaixamento de alambrado, reforma no banco de reservas e o principal: instalação de um sistema híbrido de gramado chamado SISGRASS, que consiste em 5% de malha sintética e 95% de grama natural, o que permite mais horas de jogo e uma recuperação mais rápida da grama.

A última partida realizada no estádio ocorreu no dia 27 de março de 2021, na derrota do Santa Maria para o Unaí por 1×0. Em seguida, com as taxas de covid-19 disparando no Distrito Federal, o GDF decidiu instalar um hospital de campanha no local. À princípio, a ideia era de erigir a instalação provisória no amplo estacionamento que margeia o prédio público, ou no ginásio localizado no complexo. Mas no dia 28 à noite, as carretas que transportavam a estrutura do Hospital invadiram a parte interna do Bezerrão, inutilizando toda o sistema automatizado de irrigação, escoamento e o gramado semissintético ali existente. Segundo o Correio Braziliense, o Hospital de Campanha custou R$ 6.875.000,00 aos cofres públicos e funcionou por cerca de seis meses, até ser desativado em novembro daquele ano e desmontado no mês seguinte.

Havia a promessa do GDF de reformar o Bezerrão para desfazer os estragos deixados pelo Hospital de Campanha durante o seu funcionamento. Mas o governo não se mexeu, nem quando o MPDFT solicitou, em janeiro de 2022, que o estado revitalizasse o estádio. Somente em setembro do ano passado, às vésperas das eleições, é que a Novacap anunciou que iria iniciar as obras de reconstrução do Bezerrão. A empresa responsável começou efetivamente a trabalhar somente em janeiro deste ano.

Agora, o GDF anuncia com pompa em suas redes sociais as imagens da reforma, ao custo de R$ 1,7 milhões como “investimento”. Investimento? Deve ter problema de amnésia. O Governo não fez mais do que sua obrigação em reconstruir o Bezerrão, já que foi ele mesmo que destruiu o espaço para a instalação do Hospital de Campanha. E ainda devolverá piorado em relação ao equipamento que tomou: a grama utilizada será a do tipo Bermuda, inferior ao da utilizada pela FIFA em 2019. A empresa responsável promete entregar o estádio em condições de utilização no segundo semestre, o que pode ocorrer até dezembro deste ano.