No futebol atual, jogar na Europa é o sonho de qualquer atleta. Melhores condições de trabalho, estádios quase sempre cheios e, principalmente para os brasileiros, salários em dia. Mas chegar ao futebol do velho continente não é um caminho fácil. As principais ligas do mundo não conseguem “abraçar” todos os atletas profissionais, e isso acaba dificultando ainda mais a ponte Brasil/Europa. Para chegar lá, pelo menos antigamente, era preciso jogar nos grandes clubes do Brasil. Porém, com a modernização do esporte, as coisas estão começando a mudar. As portas para os principais times do mundo ainda continuam difíceis, é verdade, mas os times médios e pequenos do futebol europeu já começaram a enxergar talento nas competições, digamos, menos glamurosas do futebol brasileiro. E, para a esperança dos atletas do Distrito Federal, alguns desses jogadores que alcançaram as ligas européias, recentemente estiveram por aqui. O DF Sports foi atrás de alguns desses atletas e conversou com eles sobre suas carreiras.

O primeiro deles, é um cara que joga num posição onde um erro pode custar uma partida, um campeonato e por vezes, até mesmo uma carreira. Estamos falando do goleiro Victor Brasil, que em 2018, foi titular do gol da Sociedade Esportiva do Gama. Após o campeonato candango, quando ajudou o alviverde a chegar até a segunda fase, Victor passou um período no Barra da Tijuca, do futebol carioca, até chegar a Portugal, contratado pelo Gil Vicente, atualmente na terceira divisão Portuguesa, mas que retornará direto para a primeira divisão na próxima temporada, por conta de um imbróglio judicial. “Cheguei aqui em Portugal e a recepção foi muito boa. A cidade e o clube são muito acolhedores”, contou o arqueiro. “Pra te falar a verdade, eu quero ficar aqui muitos e muitos anos, fazer uma carreira em Portugal. Já estou muito adaptado. Só tive uma dificuldade no começo por conta do fuso horário. Estava ficando bastante cansado, mas agora já estou bem e focado em ajudar o clube”, disse. Falando sobre sua passagem no Gama, Victor disse que tudo é um aprendizado: “Vivi muitas coisas esse ano e tudo teve sua parcela de aprendizado. Foi tudo muito importante para me ajudar onde estou hoje”, relembra. “Agora que trabalhar bastante pra me firmar aqui e colher os frutos la na frente”, finalizou.

Quem também esta em Portugal é o meia Fernandinho, que assim como Victor, defendeu o Gama em 2018. Só que diferentemente de seu ex-companheiro, o meia canhoto, dono de muita habilidade, é criado no futebol candango. Hoje com 23 anos, Fernandinho começou a carreira jogando no Brasília Futebol Clube, e passou por alguns outros clubes candangos até chegar ao Portimonense, da primeira divisão de Portugal. “Agradeço demais ao Portimonense pela oportunidade. O futebol do DF me ajudou demais e quero usar o que aprendi lá para vencer aqui”, contou. Depois de se apresentar ao clube da primeira divisão, o meia foi emprestado para o Penafiel, da segunda divisão, para adquirir experiência e voltar mais pronto para o clube dono de seu passe.

Um pouco mais afastado dali, na fria Letônia, o goleiro Rhuan Jesus, que recentemente defendeu CFZ e Paranoá, já está em seu segundo ano de Europa. Camisa 1 do Albatroz SC, Rhuan conquistou em 2017 o título da terceira divisão local e agora luta para levar sua equipe para a elite do futebol do país. Atualmente, o Albatroz está entre os primeiros colocados do campeonato. Falando sobre a Letônia, o goleiro foi só elogios: “Aqui é muito bom. Tem segurança, tem educação, muita qualidade de vida… Se eu sair de casa as 3h da manhã, tenho certeza que nada vai acontecer comigo. Isso é muito bom”, contou. “A única coisa ruim é o frio. Aqui faz menos 20, menos 30 graus… Pra treinar chega a ser complicado as vezes, mas é muito bom”, completou.

Outro que está jogando num país gelado é o meia Fábio Gama, que além do sobrenome, defendeu a Sociedade Esportiva do Gama em duas oportunidades, inclusive em 2018, e é um jogador muito identificado com a torcida local. Depois do alviverde, Fábio teve uma curta passagem pela URT antes de seguir para o Varnamo, segunda divisão do futebol da Suécia. “Minha adaptação está sendo tranquila. Nossa equipe está crescendo na competição, o clube é bastante estruturado, e o país é muito bom. Realmente primeiro mundo”, relatou. Perguntado sobre algumas das diferenças com o futebol daqui, Fábio foi direto: “Aqui eles são muito organizados e procuram honrar os compromissos, pagar em dia…”

Tanto Fábio Gama quanto os outros entrevistados, quando perguntados sobre um retorno ao Brasil em breve, responderam a mesma coisa: Querem ficar por lá e fazer uma carreira na Europa. Retornar ao Brasil, na cabeça de todos eles, apenas para jogar em grandes clubes. Além deles, o goleiro Pereira, ex-Gama e Brasiliense, o atacante França, com breve passagem pelo Taguatinga, o também atacante Diego e o zagueiro Bruno e muitos outros também estão saindo do futebol local para defender clubes na Europa. A todos os que foram e os que ainda irão, o DF Sports deseja sucesso. Para os fãs, que ficam, estaremos acompanhando o desempenho de nossos queridos atletas.

Por Pedro Breganholi

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