Brasília é um enorme celeiro de atletas de ponta. Em qualquer esporte seja do futebol a ginástica, grandes nomes como Kaká, Lúcio, Joaquim Cruz e Leila saíram da capital federal para brilhar mundo a fora. E o legado brasiliense continua vivo. É daqui do cerrado que o jovem talento Guilherme Rocha, de apenas 15 anos, vem conquistando grandes feitos na patinação de velocidade.

O esporte que não é muito conhecido no Brasil vem aos poucos crescendo e evoluindo. Guilherme, que já treina há quatro anos conheceu a patinação por acaso. O atleta ganhou do pai um par de patins para brincar, e da diversão despertou a vontade de conhecer mais a fundo a patinação. O jovem foi na contra mão da maioria dos pequenos garotos e trocou a chuteira pelos patins. Guilherme é hoje campeão brasiliense e brasileiro de patinação de velocidade. O título nacional foi conquistado no interior paulista na cidade de Sertãozinho-SP em abril deste ano.

Segundo o patinador, o título é a colheita de uma rotina puxada de treinos: “Faço a preparação física quatro dias por semana. Além de todos os dias terem os treinos específicos onde treino sob a supervisão da minha treinadora Cindia Caterina, simulamos prova, testamos a resistência e velocidade” disse o atleta. Guilherme faz parte da categoria Júnior que vai dos 15 aos 19 anos. Ele faturou em 2017 o título de melhor atleta na categoria, pelos grandes feitos ele agora disputa na categoria de cima.

Equipamento caro se desgasta em menos tempo graças ao piso do treinamento. Foto: Arquivo Pessoal

O patinador vem em busca de se firmar cada vez mais entre os melhores do Brasil. Ele representou o país em junho pela Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP) no mundial de patinação na Holanda: “Eu fiquei no top 30 dos 100 metros que é a prova mais rápida. Competi na categoria de cima com atletas adultos e que tem muita experiência“, disse Guilherme.

NOVOS AVANÇOS
O atleta multi campeão espera crescer e conquistar mais títulos na patinação, ele esta na preparação para o próximo compromisso internacional, em abril do ano que vem Guilherme vai disputar o campeonato indoor nos Estados Unidos. Ele acredita que tem potencial para ser um campeão mundial e se inspira no país vizinho que é referência no esporte. Os melhores patinadores são da Colômbia, tanto que a treinadora da equipe é colombiana:  “A Cindia tem muita experiência no esporte. Já treinou os melhores da patinação, todos nós evoluímos com a chegada dela. Espero ser o primeiro campeão mundial, vou lutar e batalhar por isso”, ressaltou o patinador.

INCENTIVO AO ESPORTE
Em tempos de desvalorização ao esporte, onde o novo governo pretende tirar o status de ministério exclusivo para ser incorporado ao da Educação e Cultura, Guilherme é mais um dos milhares de atletas que sofrem com a falta de recursos e apoio ao esporte. O atleta não tem nenhum patrocínio, apenas o apoio de uma academia da onde faz a preparação física e também de uma nutricionista esportiva. Ele vê constantemente seu pai tirar do próprio bolso os recursos para manter o sonho do jovem “Os equipamentos são caros, um par de patins profissional custa no mínimo R$ 2 mil
reais. E tudo vem de fora, aqui no Brasil é muito mais caro, como não temos uma pista própria para treinar, acabamos indo para o parque da cidade e
treinamos no asfalto onde o desgaste é muito maior”, falou Guilherme.

SONHO DOURADO
Guilherme Rocha é um jovem, mas já tem vida e responsabilidades de adulto. No país do futebol o campeão quer correr muito – assim como um lateral nos gramados como manda o manual do futebol – em busca do sonho de viver do esporte e conquistar mais medalhas douradas. No esporte de velocidade onde o atleta chega aos 60 km por hora, o patinador tem força, garra e determinação e quer ir mais cada vez mais longe: “Meu sonho é estar entre os melhores, vou treinar cada vez mais para chegar ao meu objetivo. Esse ano eu tive uma lesão no joelho logo após o campeonato mundial na Holanda, mas isso não vai ser me parar e sim me dar mais foco em meu maior objetivo de ser o melhor do mundo”, finalizou o campeão.

Por Michael Nunes

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