Maratonista transplantada consegue apoio do Compete Brasília e vai competir na Austrália

Foto: Acervo pessoal

No final de março, o DF Esportes contou a história da professora aposentada Maria Alice Oliveira, que tem hepatite autoimune, e vem se destacando nas corridas de rua para atletas transplantados. Ela estava em busca de recursos para conseguir participar dos Jogos Mundiais para Transplantados, marcado para ser realizado entre os dias 15 e 21 de abril, na Austrália.

Na ocasião, a atleta disse que chegou a pedir a adesão no programa Compete Brasília para ter custeadas as suas passagens para a competição, mas o pedido foi negado.

Por isso, a maratonista decidiu criar uma ‘vaquinha virtual’, mas o valor arrecadado foi suficiente apenas para pagar a hospedagem na Austrália. Agora, o desafio era outro, já que ela precisava garantir as passagens que a levariam para o país da Oceania. “Tinha certeza que conseguiria tudo pelo GDF, até porque tenho todos os requisitos necessários, sou federada, está tudo em dia. Mesmo assim, o governo negou meu pedido”, disse ela.

Mas essa história teve um novo capítulo. O Compete Brasília, que viabiliza passagens terrestres e aéreas para atletas do DF, vai patrocinar a viagem da professora aposentada, que sairá do Brasil pela primeira vez para competir.

Daqui a dois anos tem o mundial da Alemanha; em maio, o de João Pessoa, na categoria de transplantados, e eu quero participar de todos. Vou fazer quantas solicitações puder. O Compete é um projeto maravilhoso e que apoia efetivamente os atletas.
Maria Alice

A maratonista agradeceu à Secretaria de Esporte e Lazer do DF (SEL-DF) pela oportunidade, mas lamentou que nem todos puderam ter a mesma sorte. “Muitos vão deixar de participar por falta de recurso. Para nós, esportistas, é essencial ter sempre o apoio do Compete Brasília. Sem ele, seria inviável, pois eu não teria como custear as passagens”, revelou.

Quem também falou sobre o caso foi o secretário de Esporte e Lazer, Julio Cesar Ribeiro, que ressaltou a trajetória de resiliência e de determinação da Maria Alice. “O esporte é feito de várias conquistas”, afirma. “Para nós, ela já é campeã, e não vamos medir esforços para apoiar nesse processo de recuperação e superação. Essa é a primeira competição internacional de muitas em sua vida, e tenho certeza do êxito da nossa atleta. A Secretaria de Esporte e Lazer não faz exclusão, e apoiamos todas as categorias e modalidades. Esporte é vida, esporte é inclusão”.

Como tudo começou

A vida da professora começou a mudar em 2007, quando através de alguns exames de rotina, foi diagnosticada com hepatite autoimune, uma doença muito rara que está ligada a alterações que acontecem no sistema imunológico, causando uma inflamação crônica no fígado. Quando não acontece o tratamento ou o transplante, a doença pode gerar uma cirrose e fazer com que o órgão não funcione mais.

Após o diagnóstico, Maria Alice passou, literalmente, a correr atrás de mais qualidade de vida, e a corrida foi essencial para isso. Ela se preparou e começou as provas, e em 2013, recebeu a notícia de que poderia realizar o transplante. Até aqui, ela disputou mais de 200 competições, e tem como principal título na carreira a medalha de ouro na categoria 50 anos ou mais dos Jogos Brasileiros para Transplantados. Ela também faz parte da Liga de Atletas Transplantados do Brasil (LATB).

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