Conforme antecipado e divulgado pelo DF Sports+ na última quinta-feira (24), o Paranoá e o Paracatu entraram em um acordo e fecharam uma fusão para a disputa do Candangão de 2020, onde o PEC passará a utilizar o nome e as cores do Paracatu, irá se transferir para a cidade mineira e deixará de existir no DF. O objetivo da parceria, segundo a diretoria, é a formação de um projeto de longo prazo, visando aumentar a competitividade da equipe no cenário local.

A notícia caiu como bomba em meio a torcida da Cobra Sucuri. A repercussão nas redes sociais tomou grandes proporções, sendo compartilhada até por noticiários da cidade não relacionados a esportes.

A esmagadora maioria de comentários e compartilhamentos da notícia foi de cunho negativo. Dentre eles, grande parte é de pessoas que têm alguma identificação com o clube, seja por ter trabalhado junto à agremiação, morar na cidade ou mesmo por ser torcedor do clube. Um internauta escreveu: “Vergonhoso aceitar um time de Minas no lugar de um do próprio estado. Daqui a pouco as vagas do DF vão ficar todas com times de Goiânia e Minas Gerais”, disse.

Outro apelou para a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF): “Vejo isso como um desprezo pela comunidade do Paranoá. Infelizmente a federação de Brasília [sic] deveria intervir nesses casos e não deixar ir adiante.”

Em contrapartida, alguns torcedores se posicionaram a favor. Um deles, torcedor da equipe mineira, comentou em tom favorável à decisão em uma página do Paranoá: “Venham ser feliz em Paracatu”, escreveu.

Personalidades do futebol local

Não foram apenas torcedores que publicaram opiniões sobre a parceria. Jogadores, cartolas e nomes conhecidos do esporte local também tornaram públicos os seus pontos de vista.

Contrário à maioria, o goleiro Matheus Lorenzo, que defendeu o Paranoá na campanha do título da Segunda Divisão deste ano, escreveu em defesa do presidente do clube, Ryvo Matias, muito criticado nos comentários: “Que fique claro essa decisão não partiu do Ryvo, partiu de nós jogadores, e nós apoiamos 100%. Parabéns, presidente, estamos contigo”, escreveu. E ele criticou os torcedores que não acompanharam a campanha do clube na Segundinha: “Na hora de subir [de divisão] não tinha ninguém para apoiar. Agora que subiu apareceu um monte”, escreveu o arqueiro.

Outros nomes do esporte local se posicionaram contrariamente à decisão. O folclórico goleiro Serjão, que defendeu Gama, Ceilândia, Aruc e outros times do DF, disparou contra a diretoria do Paranoá. Ele escreveu em direção aos torcedores do clube: “Torcida do Paranoá, moradores do Paranoá, podem ficar tranquilos, este absurdo não vai acontecer de forma alguma”, assegurou. “O Paranoá vai disputar a primeira divisão com o seu nome e jogando no seu estádio”, concluiu.

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Quem também se posicionou foi Evandro Lauro, o Carioca, conhecido por observar grandes atletas das categorias de base do DF. Ele culpa a fundadora e primeira presidente do Paranoá, Gedalva Martins. “Para mim, a culpada disso tudo é a dona Gedalva, que não tem competência para assumir e só fica de fora, sempre entregando o time”, escreveu.

Eduardo Pedrosa

Contrário à mudança, o deputado distrital Eduardo Pedrosa (PTC-DF) se pronunciou na tarde desta sexta-feira (25) por meio das redes sociais.

https://www.facebook.com/watch/?v=2459580700951708

Jogadores

Em outra rede social, direcionada à página de cunho humorístico do futebol de Brasília, Candangão da Depressão, alguns jogadores que não quiseram se identificar também se posicionaram. Como Matheus Lorenzo, os atletas são a favor da parceria e mudança de cidade. Um deles escreveu: “Nenhum desses que estão loucos defendendo o Paranoá foram lá perguntar se precisávamos de alguma coisa. Tinha jogador desmaiando em campo porque estava treinando em campo sem almoçar”, conta.

Outro diz que a parceria será positiva para os jogadores, já que são trabalhadores. “Tem gente que tem família, filhos… jogador é um trabalhador normal, como qualquer um, ou acham que temos que jogar de graça?”

“Os caras estão de sacanagem. Pergunta se alguém da cidade vai ajudar o time. Passamos o campeonato todo só por nós mesmos, não apareceu ninguém para apoiar. Nós bebíamos água quente.”

Jogador não identificado

A novela ainda promete correr por alguns dias. Para que o Paranoá seja incluído no Candangão com o nome do Paracatu, é necessário que trâmites junto à FFDF sejam resolvidos. Os clubes precisam também aguardar a decisão do Conselho Arbitral do Candangão de 2020, previsto para o mês de novembro.

One thought on “Nomes do futebol de Brasília se posicionam sobre parceria Paranoá-Paracatu

  • Olha tem que ver com cuidado, não adianta nada subir e ter grana pra se manter na primeira. Um time na primeira custa bem mais do se recebe de patrocínio, de onde vai vir o dinheiro .

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