O fim de uma era no futebol brasileiro
O Brasil foi eliminado pela Croácia, nos pênaltis nesta quinta (9), nas quartas de final da Copa do Mundo. Como em todo Mundial, a derrota decreta o fim de um ciclo. Um novo trabalho será iniciado a partir de janeiro, começando pela escolha do novo treinador da Seleção Brasileira.
Mas, essa Copa, ou esse jogo, em especial, representa mais que o fim de um ciclo, mas o fim de uma era no futebol, no jornalismo esportivo brasileiro. A amarga derrota de hoje foi o último jogo do Brasil narrado por Galvão Bueno.
Se você tem entre 40 e 50 anos, como eu, certamente cresceu acompanhando a seleção canarinho pelas vozes de Luciano do Valle, Silvio Luiz e Galvão Bueno nas transmissões televisivas. Até o fim dos anos 90, eram poucas as opções de canal para assistir um jogo, uma vez que a TV por assinatura ainda era pouco acessível.
Controverso, polêmico, mas acima de tudo um grande vendedor de emoções, esse é Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno. Se hoje sou um narrador, muito se deve a influência desse gigante do jornalismo esportivo e a forma como sempre contou as histórias dos eventos esportivos.
A carreira de Galvão é marcada por diversos momentos marcantes. Não só no futebol, como o famoso “é tetra, é tetra…” agarrado em Pelé e Arnaldo Cezar Coelho, mas também em outros esportes como nos títulos brasileiros na F1, nos Jogos Olímpicos, com as medalhas do vôlei, do basquete…
Tenho admiração pelo trabalho de muitos narradores, dos mais experientes aos mais jovens, mas, para mim, Galvão Bueno é o melhor. Errou? Algumas vezes. Exagerou? Muitas outras. Assim como todos nós fazemos em nossos trabalhos. No entanto, acertou muito quando o assunto foi levar emoção para dentro de nossas casas através das narrações esportivas.
Essa foi a última vez que um jogo do Brasil começou assim: “Bem, amigos…” Resta a final da Copa para ouvirmos, certamente com muita emoção, a narração de Galvão Bueno.
Obrigado, Galvão!