A edição 2018 do Campeonato Candango de Futebol (43ª), que terminou no último sábado (7), tendo o Sobradinho como campeão após 31 anos, merece aplausos. Como há muito não se via, tivemos neste ano um certame organizado, sem maiores tumultos nos bastidores, sem jogos adiados por “descuidos” dos clubes ou da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) e sem cenas lamentáveis como as do clássico Gama e Brasiliense em 2017 que rodaram o mundo.

Os envolvidos (federação, clubes, imprensa e torcida), todos, sem exceção, merecem um reconhecimento pelo campeonato que fizeram e pela esperança de que, daqui para frente, o futebol do Distrito Federal irá começar a caminhar para frente.

Numa série de matérias que terá quatro partes, o DF Sports fará um balanço do que o campeonato deste ano deixou de positivo para o futuro. Começaremos com o legado deixado pela FFDF e, nas próximas reportagens, falaremos sobre os clubes, a imprensa, e também sobre a torcida.

O legado do Candangão 2018: Parte 1 – FFDF

A FFDF viveu dias calamitosos no ano de 2017. Investigações por supostas fraudes, queda de presidente, renúncia de diretores, além de muita incerteza. O então vice-presidente, Daniel Vasconcelos precisou assumir com um mandato “tampão” e as dúvidas pairaram sobre os campos candangos. Daniel, conhecido por seu competente trabalho à frente do Luziânia, não fez diferente no comando da entidade máxima do nosso futebol. Continuou com Márcio Coutinho (Careca), velho conhecido do futebol candango, como diretor de futebol e, juntos, trouxeram uma organização ímpar para o nosso campeonato.

A tabela definida no Conselho Arbitral ainda em 2018 foi seguida à risca, com exceção dos jogos envolvendo Brasiliense e Ceilândia, que se chocavam com a data de estréia dos mesmos na Copa Verde e na Copa do Brasil, além de duas partidas interrompidas pelas fortes chuvas. Devido a Copa do Mundo e as exigências da TV detentora dos direitos de transmissão, o calendário ficou apertado, espremido, mas no fim, tudo aconteceu dentro dos conformes.

Para que tudo isso fosse possível, Daniel fez inúmeras reuniões com órgãos públicos. Segundo a assessoria da FFDF, apenas com a Polícia Militar, cerca de 20 reuniões foram realizadas antes e no decorrer da competição, para garantir que as partidas ocorressem com a segurança necessária. Até um encontro para ouvir a imprensa foi realizado por Márcio Coutinho (Careca), o que muitos achavam impossível de acontecer.

Para 2019, o desafio é manter o que foi conquistado e subir importantes degraus. Os laudos dos estádios, por exemplo, seguem sendo o “terror” das torcidas, e acaba deixando muita gente de fora da festa. A reabertura do Augustinho Lima e do Rorizão, por exemplo, foi fundamental para a competição. Juntos, os dois estádios abrigaram várias partidas e bons públicos, sendo que o Augustinho foi um dos fatores decisivos para o título do Sobradinho. Mas ainda é pouco. O DF tem várias praças abandonadas e impossibilitadas de receber partidas, como o CAVE e o Serejão, só para citar alguns.

A questão de um calendário melhor e maior, que possa dar mais oportunidades e gerar mais emprego, é algo pelo qual muitos clamam e que a entidade máxima do futebol candango não poderá ignorar por muito mais tempo. No próximo ano, não teremos Copa do Mundo, então as datas para a realização do campeonato também ficarão menos “engarrafadas”, evitando assim que muitas partidas obrigatoriamente precisem ocorrer durante a semana, em horários vespertinos, por exemplo.

Para a próxima temporada, esperamos que a FFDF possa continuar com o bom trabalho feito em 2018 e que consiga dar aquele algo a mais que o Candangão tanto precisa. Estaremos atentos e acompanhando os próximos e importantes passos que serão dados em prol do nosso futebol.

Por Pedro Breganholi

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