Pablo Rizza: “Não temos Plano B”

Foto: Arquivo Pessoal

O Cresspom inicia no próximo sábado (26) a sua participação no Campeonato Brasileiro Feminino Série A3. Terceira colocada no Candangão Feminino do ano passado, as Tigresas ainda ostentam o recorde de títulos estaduais do campeonato feminino local (8 no total). Mas desde a fundação de Minas e Real Brasília, a equipe patrocinada pelos oficiais da PMDF vem perdendo espaço. Neste ano porém, o time passou por uma profunda reformulação e várias atletas com anos de carreira no clube foram dispensadas. A renovação passa pela nova diretoria de futebol encabeçada pelo veterano Paulo Marinho (Ex-Vasco-RJ) e pelo técnico Pablo Rizza (ex-Minas Brasília e Red Bull Bragantino-SP). Mudanças profundas (e necessárias) em um clube tão tradicional dificilmente trazem resultados imediatos, mas o treinador está confiante em uma virada de página do Cresspom. Em entrevista ao DF Esportes, Pablo Rizza explicou o processo e se mostra confiança para o primeiro passo da “revolução” das Tigresas.

Rizza explicou como se deu o convite para assumir o clube aurinegro, após a saída de Adão de Jesus: “Esse convite surgiu em dezembro do ano passado, onde a gente teve a oportunidade de ser convidado pelo clube. Como havia dito, é um clube de grande expressão, maior vencedor do DF no futebol feminino, e a gente entende que o clube ficou dez anos sem disputar uma final é inadmissível. E a gente veio com esse propósito, de fazer o renascimento do clube, no esporte do futebol feminino do DF. Também na questão nacional, já que o Cresspom já disputou copa do Brasil entre outras representatividades que já teve. Então a gente veio justamente pra isso, que o clube volte a ter protagonismo, volte a ser vencedor como sempre foi. Essa é a história e a cultura do clube” disse.

O novo técnico do Cresspom explicou como foi a montagem do elenco para as competições do ano, e a saída de jogadoras “tradicionais” como a zagueira Camila Santos: “Não só essas, a gente teve a Camilla Orlando, a Robinha, a Nycole Raysla, Dani Helena, se a gente for enumerar todas as jogadoras que representaram a camisa do Cresspom e bem, a gente vai ficar o dia inteiro aqui falando. Então assim, nós trouxemos meninas novas com uma mentalidade um pouco mais profissional, meninas com muita vontade de demonstrar o seu futebol. A gente entende que alguns ciclos foram importante serem encerrados pra oxigenar o ambiente. Acho que todo mundo contribuiu de alguma maneira, mas ciclos se iniciam e se encerram. E a gente entende que esse elenco de hoje é extremamente maduro, duro, cascudo. e a gente tem total confiança que essas meninas tem totais condições de fazer o melhor para o clube e trazer, além do acesso e o título do Brasileiro Série A3, o título do Candangão. A gente tem as nossas metas e os nossos objetivos, e é como eu falo pra elas: não tenho plano B. Tenho apenas o plano A. Elas hoje têm o sonho delas mas hoje é o sonho da Comissão. Então exite uma responsabilidade muito grande de todos nós, e a gente vai em busca de conseguir realmente esses objetivos”.

O passado recente do Cresspom foi marcado não só pela queda no protagonismo local, como também reclamações de falta de pagamento de salários e falta de estrutura para as atletas. Segundo Pablo Rizza, esses problemas ficaram pra trás: “Uma das coisas primordiais para que a gente pudesse vir foi justamente o de honrar a questão financeira com todas as atletas e comissão, enfim, a gente sabe das dificuldades que os clubes enfrentam. Se a gente for olhar hoje, tanto o masculino quanto o feminino tem essa cultura ou dificuldade. Então a nossa responsabilidade é com o clube, a questão da falta de apoio dos empresários e dos órgãos governo do DF acabam não dando esse tipo de apoio, mas dentro do que a gente vai ofertar para as meninas, tudo aquilo que foi prometido será cumprido. É primordial para que elas estão trabalhando, e todo trabalhador merece receber os seus salários. Então a gente tem um estrutura, as coisas estão sendo ofertadas para elas. Vai melhorar? Não é cinco estrelas, mas hoje é o melhor que nós podemos ofertar. O (Pedro) Carvalho ele tem um coração muito grande e ele tenta fazer o melhor. Ele era sozinho, porém agora tem um pessoal que o está acompanhando e proporcionando uma condição de ele poder ter mais tranquilidade de correr atrás daquilo que é necessário. Então a gente tem uma demanda da questão de patrocínios que todo esporte precisa, a gente tem uma questão de apoio da sociedade, de ir ao estádio. Aquele um quilo de alimento ele é fundamental para o alojamento das atletas. Então essa educação, essa conscientização do torcedor também é importante para nos apoiar. Então a gente acredita muito no crescimento, do retorno ao protagonismo, aos holofotes, isso parte exclusivamente de dentro pra fora. Então a organização, a gente está tendo a oportunidade de refazer algumas parcerias, e a gente precisa revigorar tudo aquilo que a gente tenta buscar. Então assim, a questão de material esportivo, vai demandar algum tempo? Vai. Vamos errar em algumas coisas? Iremos. Mas o nosso objetivo é minimizar os erros ao máximo possível. Mas a gent está bem ciente das dificuldades, mas principalmente, com o copo meio cheio, sabenso que existe sim, a capacidade de vencer todos os percalços aí e não usar como âncoras, e sim como asas, para que agente possa romper e chegar nos nosso objetivos” minimizou.

Otimista, Pablo Rizza elogia o projeto coerente com os recursos disponíveis, e tem confiança de que o grupo irá corresponder na hora que a bola rolar em campo: “A gente está dando o passo do tamanho de nossa perna. Então hoje o que a gente pode cumprir são essas jogadoras. É claro que a gente tem as meninas do Sub-20, as meninas que irão integrar o elenco, mais umas quatro ou cinco meninos que possuem potencial para desenvolvermos essa atletas para que elas entendimento do clube, para facilitar o trabalho, e também auxiliar as meninas do profissional em alguma demanda, alguma lesão ou suspensão, todos esses percalços que ocorrem dentro de um ambiente esportivo. Mas conforme os patrocínios forem aparecendo, a gente tem a intenção de reforçar o elenco. Nesse trabalho inicial a gente vai verificar se o elenco possui uma carência ou outra, mas a gente está muito satisfeito com as meninas que estão aqui. Temos pelo menos duas jogadoras por cada posição, temos jogadoras que fazem mais de uma posição, temos jogadoras que já foram campeãs brasileiras, jogadoras que jogaram o futebol de São Paulo. A gente tem por exemplo a Tati que foi quatro vezes campeã militar, são meninas que têm qualidade e tem bagagem. Muitas tiveram passagem por categorias de base, é um time forte. Se esse time der liga, vai ser muito difícil ganhar da gente. Mas estamos muito ansiosos, felizes e animados com o elenco que temos em mãos, com as possibilidades sobre o trabalho”.

A estreia do Cresspom no Brasileirão Feminino da Série A3 será no próximo sábado (26) ás 15h no estádio Defelê, localizado na Vila Planalto. O adversário será o Vila Nova-GO, atual campeão goiano. Para este campeonato, o Cresspom se preparou realizando dois amistosos contra o Minas Brasília, mas saiu derrotado em ambas as oportunidades (4×2 no primeiro jogo e 2×0 no segundo). No domingo (27), os “Operários” de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul se enfrentam e fecham a primeira rodada do grupo.

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