Presidente do Real Brasília revela “sorte de campeão” e faz planos para o futuro
Luís Felipe Belmonte, o presidente do Real Brasília, foi o convidado da edição desta terça-feira (18) no programa Resenha FC, do DF Esportes. O dirigente colhe agora os frutos do primeiro título candango entre os profissionais, que foi obtido nesta temporada, e irá permitir, pela primeira vez, um calendário cheio de competições, além do prêmio de R$ 1 milhão fornecido pelo Banco de Brasília (BRB), patrocinador oficial da competição.
Sorte de campeão
Em conversa com o apresentador Haland Guilarde, Belmonte revelou detalhes das partidas finais diante do Brasiliense, e respondeu perguntas dos internautas que acompanharam a live. Confidenciou que o Real Brasília teve “sorte de campeão”, já que o gol que deu a vitória ao Leão do Planalto nasceu de um lance fatal: “O Brasiliense teve oportunidade de acabar com o Campeonato no primeiro jogo (de ida no Serejão). Eles dominaram, mandaram bolas na trave. Mas no segundo tempo, duas mudanças do Gérson (Ramos, técnico do clube) com jogadores revelados da nossa base diminuíram o placar e deixaram a decisão em aberto. E no jogo de volta, no lance do gol, o Sucuri ia cobrar o tiro de meta com chutão, mas ouviu uma orientação do banco para sair jogando. Ali roubamos a bola e marcamos o gol. O resto vocês já sabem. A gente trabalhou muito para isso, e tivemos sorte de campeão” disse.
O sonho continua
Passada a comemoração e concretizado o sonho do título, é hora de o Real Brasília fazer planos para o futuro. O presidente se disse surpreso com a adesão obtida após a conquista, o que leva otimismo para bancar a próxima temporada: “Nós ainda não tínhamos tido um calendário cheio no masculino, mas a partir de agora, a gente vai poder trabalhar com um cronograma de trabalho melhor. A gente quer transformar o Real Brasília no principal time do Distrito Federal. Aqui já temos o Gama, que tem uma torcida muito fiel, às vezes até mais do que deve, exagera até um pouco. E nós temos aqui um grande número de pessoas que são órfãs de um clube do Distrito Federal. A gente pensa muito em trabalhar num nível diferenciado, trabalhando nessa questão de bonés, uniformes, garrafas, até de ter uma loja a gente esteve falando. Queremos pensar numa estrutura de fidelização. A gente vai fazer a nossa parte, nós queremos fazer uma equipe muito competitiva, já estamos estudando parcerias. É impressionante, eu não sabia que o título trazia tanta adesão. O título foi uma conquista muito importante, mas quando você começa a receber adesões, investidores querendo participar do projeto, é muito bom”.
Dinheiro não é tudo
O primeiro título candango trouxe outras conquistas além de colocar o nome na prateleira de campeões. Com a conquista, o Real Brasília faturou não só a premiação de R$ 1 milhão, como também recebeu todas as etapas previstas na cota de patrocínio, em torno de R$ 300 mil. E no ano que vem, o time ganhará a famosa cota da Copa do Brasil paga pela CBF (R$ 750 mil de participação na primeira fase).
Mas o dirigente minimizou o significado financeiro, e disse que o clube vai se manter focado na formação de jogadores: “Como eu disse, a gente procura formar jogadores e atletas leais, esse é o nosso princípio. É claro que há um componente financeiro que pesa dentro desse projeto. Então, quero dizer que esse um milhão não significa muita coisa não. Porque grande parte vai para os jogadores e outra parte dentro da estrutura, reinvestimento, não é isso que irá formar uma grande equipe. Vamos formar uma grande equipe com investidores, patrocinadores que é isso que irá tornar perene. É uma ilusão de que R$ 1 milhão irá mudar mudar a vida do clube, transformar… até porque o nosso custo mensal é um custo bastante elevado”.
Com a cabeça em 2024
Luis Felipe Belmonte também falou sobre o que pensa do elenco para a próxima temporada. Segundo ele, a ideia é a de manter a base do time campeão, renovar com os destaques e buscar reforços de qualidade. Um dos sonhos do dirigente é o volante Aldo, destaque do rival Brasiliense: “Gosto muito do Aldo, admiro desde a época de Luziânia. Encontrei com ele no jogo passado e falei “você já está há muito tempo no Brasiliense, que tal você pensar em uma mudança?”. Quando anunciaram o Uéderson como craque do campeonato, eu já falei para todo mundo ouvir “já renovou, tá?”. Na verdade, ainda vou falar com ele (risos). Nós queremos o Hyago para a Série D, o Uéderson, para aperfeiçoar o time. Até porque quando você tem calendário cheio, você consegue contratar melhor. É difícil um jogador de nível mais alto vir para jogar três meses. Quanto aos jogadores da base, eles têm contrato de um a dois anos, temos ainda um bom tempo para avaliar. O que a gente pretende é preservar o time, assim como a gente fez no feminino. Nós queremos manter essa base. Agora, é claro, se eu formo o jogador e ele tem colocação no mercado, é preciso pensar. O futebol sobrevive da venda de atletas. Futebol não sobrevive só de patrocínio, de televisão, ele só é viável se você formar atletas e vender jogadores. Cada um com o seu nível, mas é o que o Flamengo faz, forma jogadores para vender”.
Gerson Ramos
Outra questão levantada pelos repórteres e internautas foi com relação à permanência do técnico Gerson Ramos. O técnico, que desempenhou várias funções e está há cinco anos no clube, acabou se valorizando no mercado. Mas o presidente afirmou que no momento, ele irá participar de um treinamento no exterior e, a princípio, a renovação está bem encaminhada: “O Gerson mostrou que tem asas para vôos mais altos, e nós queremos muito que ele conduza o Real Brasília à Série C. Já conversamos sobre isso, e ele está disposto. Ele está com a gente há cinco anos. Então, ele tem a nossa “pele”, queremos que ele conduza o nosso time no Candangão do ano que vem e na Série D, para levar até a Série C. Agora, nesse momento ainda estamos avaliando. Ele quer se aperfeiçoar, tem projeto de fazer um curso na Argentina, é um estudioso”.
Defelê
Belmonte também foi “cobrado” por melhorias no estádio Defelê, palco da decisão do Candangão deste ano. O local, que foi reformado pela diretoria do clube, sofreu críticas pela falta de estrutura para receber torcedores e imprensa. Sobre isto, o dirigente falou detalhes que inviabilizam o investimento: “Nós temos um convênio com o clube Vizinhança, acontece que há um projeto de retomada do clube pelo GDF, por problemas anteriores. Inclusive, estive hoje tratando desse problema com autoridades do governo, e eles estão convencidos de que a gente deve continuar com esse trabalho. Temos um trabalho social que é feito lá também. Só que é o seguinte: como é que eu vou fazer um investimento para melhorar aquelas cabines de imprensa? A gente quer fazer uma de alvenaria, de qualidade para que vocês tenham conforto, cabines com toda a estrutura… mas como é que a gente vai fazer esse investimento se não temos segurança de que a gente vai manter o clube lá? Eu acho que vamos, mas a gente precisa ter isso bem definido”
Campeonato Sub-23 e Série D
A CBF decidiu não organizar o Campeonato Brasileiro de Aspirantes neste ano. A competição para atletas Sub-23 foi retirada do calendário de competições, o que levou a outros presidentes de clubes formarem uma liga e organizarem seu próprio Campeonato de Aspirantes. E o Real Brasília foi convidado a participar desta competição: “Nós vamos ter uma liga e vamos jogar a categoria sub-23. Essa liga vai ter times de qualidade, como o Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco, Chapecoense, Ponte Preta, Sport e Fortaleza, e o Real Brasília foi convidado, até pela excelência do trabalho que foi feito com a base. É uma liga paralela, dia 24 será o arbitral em São Paulo-SP. Teremos o Campeonato Candango de Juniores também, vamos ter que nos dividir entre as competições. Ainda estamos avaliando qual será o técnico do sub-23”.
Para o ano que vem, Belmonte fez críticas à Série D, chamando-a de “purgatório”: “E outra coisa, Série D, eu acho que é o pior lugar para qualquer clube, eu tenho dito que é o purgatório do futebol. É o lugar para onde você deve ir, sair dela e não voltar nunca mais. É um local para você ficar um ano só, não tem justificativa. Agora, se isso vai acontecer, vai depender de uma série de fatores, inclusive da famosa “sorte de campeão”.
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Muito boa entrevista; eu sempre disse que o Dr Felipe Belmonte tinha tudo para ser um dirigente diferenciado, e está sendo.