As areias do Parque da Cidade estão se preparando para receber a quarta etapa do Sul Americano, que acontecerá nos dias 5, 6 e 7 de abril com 32 duplas femininas e masculinas. Serão quatro grupos, e os dois melhores colocados de cada avançam à fase eliminatória de quartas de final, seguindo pela semi, disputa de bronze e final.
Por não ter um litoral, Brasília sofria com a carência de bons centros de treinamento com infraestrutura adequada para a prática do vôlei de praia. Por isso, muitos acabavam indo para outros estados que oferecessem melhores condições de preparação. Para tentar mudar a situação, foi criado o NCT, projeto Nosso Centro de Treinamento.

“Eu sentia como se fosse um milagre eu conseguir virar atleta de vôlei de praia”, contou Ângela, que é a representante do DF na competição. A brasiliense começou a jogar vôlei de quadra ainda criança, e chegou a ser convidada para treinar com a seleção da cidade, para só depois ir para a areia. “Vi no vôlei de praia uma oportunidade de crescimento. Sabia que se me dedicasse conseguiria atingir patamares maiores que nas quadras”.
Para oferecer um lugar melhor aos atletas e também à quem desejasse conhecer o esporte que surgiu o NCT em 2008, com o professor Léo Dias, hoje técnico da Ângela, que inclusive estava com ele desde o início. As aulas acontecem diariamente no parque da cidade, e qualquer um pode participar. “Temos os treinamentos para a formação de atletas de base e também para participar de competições em nível estadual, regional, nacional e internacional, mostrar que Brasília também tem muito vôlei de praia”. Aqui no DF, existe um Circuito NCT de Vôlei de Praia, que acontece de dois em dois meses e é conhecido como brasiliense.

Por parte dos homens, o Brasil será representado pelas duplas Hevaldo e Arthur (CE/PR), que ocupam a segunda posição do ranking nacional, e por Ramon e Fernandão (RJ/ES), que aparecem em sexto e foram medalha de bronze na última etapa do tour brasileiro, que ocorreu em Natal-RN. A primeira dupla, no grupo B, vai encarar chilenos, venezuelanos e colombianos, sendo o primeiro jogo nesta sexta, 8h50, contra os venezuelanos. Hevaldo e Arthur, no grupo A, estreiam contra colombianos também amanhã, 9h40.
No feminino, são quatro duplas brasileiras, sendo que três delas estão na mesma chave. Tainá e Vitória (SE/MS), Carolina e Ângela (CE/DF) e Aline e Juliana Simões (SC/PR) se enfrentam no grupo A, que conta também com uma dupla venezuelana. No grupo B, Juliana e Andressa (CE/PB) duelam contra argentinas, uruguaias e colombianas. O primeiro desafio da brasiliense será contra as venezuelanas às 11h15 desta sexta.

A Carol também jogava na quadra, quando em 2009 participou de um projeto do técnico Reis Castro para buscar novos talentos e acabou passando. “Me vejo jogando vôlei até onde meu corpo aguentar, é algo que eu amo fazer. Nós já temos experiência no torneio, conhecemos as adversárias de outros confrontos, então estamos bem confiantes com o resultado”. Felipe Uchôa, que é o preparador físico, também pensa assim. “A dupla está sempre disputando vaga na semi, então a expectativa é fazer um bom torneio, principalmente para a Ângela, que está em casa e vai contar com a sua família na arquibancada”.
Os pontos obtidos em cada etapa contam para a pontuação do país, de acordo com a classificação final da melhor dupla de cada nação. O país que somar mais pontos ao final é declarado campeão geral. O Brasil é o líder do ranking feminino, com 600 pontos, e é terceiro no masculino, com 500.
Além desta etapa, ainda resta uma regular e dois torneios finais, valendo maior pontuação e premiação, sendo um para o feminino e outro para o masculino. A próxima etapa será em Camaçari-BA, a final feminina em Resistencia, na Argentina, e a masculina ainda não foi decidida a cidade, mas será no Brasil.