Real Ariquemes é suspenso pela CBF e está fora de competições nacionais
Adversário de Brasiliense, Ceilândia e Real Brasília na temporada de 2023, o Real Ariquemes teve o seu nome em destaque na mídia mais por episódios negativos do que positivos. Para quem não lembra, a equipe de Rondônia foi adversária das equipes de Brasília no grupo A5 da Série D do ano passado pela categoria masculina, e do Real Brasília na Feminina.
Pelo masculino, o Real Ariquemes foi o lanterna de seu grupo com apenas quatro pontos conquistados em quatorze rodadas. Na reta final do Brasileirão Série D, o time de Ariquemes chamou a atenção pelas expressivas goleadas sofridas nas últimas rodadas: 5×1 para o Brasiliense, 7×0 para o Ceilândia, 9×0 para o CEOV Operário-MT e novo 7×0 desta vez para o Anápolis-GO. À época especulava-se que o time rondoniense sofria com atrasos de salários, o que veio a se confirmar também na categoria feminina.
Surpresa da série A2 de 2022, o Real Ariquemes Feminino conquistou de forma inédita o acesso para a Série A1, colocando uma equipe de Rondônia pela primeira vez no cenário nacional de elite. O time brigou até a penúltima rodada contra o rebaixamento, mas inevitavelmente caiu para a Série A2 deste ano. O Real Ariquemes Feminino decidiu realizar um protesto na última rodada do Brasileirão quando recebeu o Santos-SP em Ariquemes. O time demorou mais de vinte minutos depois da hora marcada para a partida, e quando saiu dos vestiários não entrou em campo. As atletas então entraram com uma camisa preta protestando contra o atraso de seus salários, e o Santos venceu por W.O.
Além da crise financeira, o Real Ariquemes criou também uma crise política em seu próprio estado. O time entrou na justiça comum com um pedido de intervenção na Federação de Futebol do Estado de Rondônia – FFER contra a legitimidade do presidente da entidade, Heitor Costa que está há 40 anos ocupando o cargo. Segundo dirigentes do Real Ariquemes, Heitor não reuniria condições de assumir um novo mandato, tendo em vista supostas irregularidades fiscais da Federação. Em represália, a FFER teria bloqueado o acesso do time ao sistema Gestão Web da CBF, programa que inscreve atletas para todas as competições.
A justiça indeferiu o pedido de intervenção do Real Ariquemes, mas ordenou que a Federação restituísse o acesso ao Gestão Web em 48 horas para que o clube pudesse continuar as suas atividades, sob pena de multa de R$ 5 mil ao dia. Mas ontem (18), a CBF emitiu um comunicado excluindo o Real Ariquemes de todas as competições nacionais até que esta regularize sua situação junto à FFER. Terceiro colocado do estadual do ano passado, o time rondoniense já estaria fora da disputa da série D (o representante do estado será o Porto Velho). Mas isso afetou diretamente a equipe feminina, que disputaria a Série A2 nacional a partir de abril deste ano podendo até mesmo enfrentar o Minas Brasília.
Com a crise política e financeira, é muito provável que o clube desista de participar da Segunda Divisão Feminina. A CBF ainda não se pronunciou sobre o que será feito com a eventual vaga do Real Ariquemes no Brasileirão Feminino da Série A2 deste ano. O mais provável é que um dos dois grupos de oito clubes fique com um representante a menos e que apenas três sejam rebaixados para a Série A3. Outra solução seria promover o quinto colocado da Série A3 do ano passado (JC-AM).
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