A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) realizou uma audiência pública para tratar sobre os esportes eletrônicos (eSports). O projeto tem sido objeto de discussão entre jogadores, empresas desenvolvedoras e times que disputam as competições. Eles aproveitaram para criticar algumas questões controversas em relação ao projeto, como a falta de diálogo do senador que apresentou o texto, Roberto Rocha (PSDB-MA), o não enquadramento do eSports como um esporte tradicional e também a exclusão dos jogos mais violentos da modalidade (como Rainbow Six e Counter Strike), o que segundo os especialistas no assunto, faria com que grandes atletas virtuais deixassem de ser reconhecidos.
Segundo o projeto do senador, jogos que tenham algum tipo de cunho sexual, propaguem mensagens de ódio e preconceito, discriminem qualquer tipo de gênero, sejam violentos e façam apologia às drogas não devem ser considerados esportes eletrônicos.
A discussão foi realizada na última quinta-feira (7). A matéria foi aprovada nesta mesma comissão em julho desse ano, e como é terminativa, estava pronta pra ser enviada para a Camara dos Deputados, mas acabou voltando a ser debatida graças a um pedido da senadora Leila Barros (PSB-DF). Uma nova reunião deve ocorrer no próximo dia 21, pois uma nova emenda deve ser feita ao projeto, tendo em vista que ficou claro após as discussões que é preciso aperfeiçoar a proposta, conforme disse a própria senadora Leila.
“O Senado foi aberto para discussões sobre a matéria, queremos ouvir e dialogar com todos. É claro que precisamos ter uma preocupação com a questão da violência, mas também é necessário entender a importância deste mercado, que hoje é um dos maiores do esporte”, afirmou Leila Barros.
O ex-jogador e diretor executivo da BBL eSports aproveitou para agradecer o apoio da senadora em relação às mudanças no projeto e por trazer à tona a discussão. “Que fique sempre registrado que você, senadora, tem nos dado o apoio que precisávamos para discutir o cenário dos eSports no país”, declara.
Feito histórico
No ano de 2018, um feito histórico foi alcançado pelos eSports: os games conseguiram se tornar mais lucrativos que a indústria de Hollywood e a indústria musical juntas, arrecadando cerca de 138 bilhões de dólares ao redor do mundo todo. Já o cinema alcançou a marca de US$ 42 bilhões, enquanto a indústria da música teve uma receita de US$ 19 bilhões no mesmo período.
Estes dados foram coletados através de uma pesquisa feita pela Newzoo, que é especializada em eSports. Segundo a empresa, o Brasil tem o décimo terceiro maior mercado do mundo em relação a faturamento com o esporte, gerando por ano uma receita de US$ 1,5 bilhões para o país.