A Subcomissão sobre Esporte e Educação Física realizou o segundo debate sobre a regulamentação dos jogos eletrônicos (eSports) como prática esportiva. Representantes das confederações em seus discursos, defenderam o texto do Projeto de Lei do Senado (PLS) 383/2017, afirmando que ele não interfere na organização do mercado comercial. A opinião acabou sendo diferente do que afirmaram no último dia 7 de novembro, quando as desenvolvedoras, os atletas e os times de jogos eletrônicos manifestaram receio com o projeto, temendo que ele possa travar o crescimento do setor, o que causaria o isolamento do país a nível internacional.

Daniel Cossi, que é presidente da Confederação Brasileira de Desporto Eletrônico (CBDEL), defendeu o projeto e disse que a ideia é não interferir no mercado privado. “O esporte eletrônico é uma ferramenta como qualquer outro esporte de formação do cidadão. E não só aqui no Brasil, mas no mundo. No meio privado já é muito bem feito, então acreditamos que é sim uma boa proposta, que não vai gerar interferência em relação ao mercado privado”, afirma.

Ainda segundo Cossi, a confederação tem se organizado nos últimos cinco anos para poder ajudar no que for preciso para regulamentar os jogos eletrônicos no país. Um exemplo disso é a criação do departamento antidoping e também a criação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Desporto Eletrônico (STJDDE) para que possa julgar os casos disciplinares que possam vir a acontecer nas competições.

Já o presidente da Confederação Brasileira de Games eSports (CBGE), Roberto Tavares, defende a regulamentação para popularizar de vez os e-games. “A legitimação do esporte eletrônico vem do povo.  Buscamos popularizar o esporte eletrônico, que é de certa forma elitizado. Nosso grande objetivo, nosso grande anseio é tornar legítimo o esporte eletrônico”, relatou.

A senadora Leila Barros (PSB-DF), autora da proposta para realizar o debate, afirmou que tem analisado fazer mais uma audiência sobre o tema, reunindo os participantes das duas primeiras para tentar encontrar uma solução boa pra todos. “O mais importante é que o Senado e Congresso possam decidir sobre esse assunto em sintonia com o que o setor efetivamente quer para o seu futuro e possam criar instrumentos para incentivar o sucesso dessa indústria, e não criar um obstáculo, queremos ser colaborativos com todos”, assegurou.

Opinião popular

Segundo pesquisa realizada pelo Senado, e respondida por mais de 40 mil pessoas, a população está bastante descontente com o projeto. São quase 34 mil votos contrários ao PLS 383/2019 e apenas 7 mil favoráveis a ele. Em uma rede social, a hashtag #todoscontrapls383 chegou a estar entre os assuntos mais falados do dia.

Trâmite

Com a ida do projeto para o plenário e tendo recebido emenda lá, o projeto agora voltará a ser analisado pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) e pela Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *